Cap. 27 Pt. 1

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- Ah... entendi. - Miryam disse após eu ter contado a ela o que aconteceu comigo e Johnny ontem.

- O que acha disso?

- Eu acho que você deve seguir seu coração, Victorie Shields. - sorriu. - A vida é sua... sei que você ama ele, e ele ama você.

Sorri aflita pelo apoio dela e toquei em sua mão como sinal de agradecimento.

Eu passei o resto do dia pensando em como conversar com Daniel, remoendo ideias e a possível reação dele.

Eu estava andando pelo campus a noite enquanto tentava criar coragem para minha conversa com Daniel amanhã. O que eu não esperava era ver Johnny há alguns metros escorado na parede do lado de fora do prédio dos meninos do time

E... ele estava fumando.

- Johnny...? - me aproximei fazendo ele levantar a cabeça e sorrir ao meu ver.

Ele jogou o cigarro no chão e apagou pisando em cima.

- Vic.

- Está fumando...?

- Ah... sim. Eu voltei faz um tempo.

- Não devia ter voltado. - escorei na parede, ao seu lado.

- É... eu sei. Mas, foi inevitável.

- Inevitável?

- Quando você foi embora... - suspirou. - Desde o dia do baile de verão, eu nunca mais fui o mesmo. - riu sem jeito tentando disfarçar a melancolia nas palavras. - O cigarro era algo que eu já conhecia, e no desespero decorri a ele novamente.

- Não devia ter cedido a isso, você sabe o quanto faz mal.

- Eu sei, Victorie, mas... não era pior do que ficar sem você.

Arregalei os olhos por um segundo pela falta de espera de uma frase tão pesada assim.

- Eu sinto muito, Johnny.

- Não foi sua culpa. - deu de ombros. - Eu e você sabemos que se eu não tivesse sido um cuzão de não terminar as coisas com a Ali, hoje eu e você poderíamos estar juntos.

- Ah... falando nela...?

- Ela terminou dois meses depois do baile de verão, disse que estava tentando manter as coisas mas sabia que eu não iria amar ela.

- Quem diria que Ali Mills iria confessar em voz alta que alguém não ama ela.

- É, aconteceu.

- Mas agora quem estraga as coisas, sou eu. Fiquei o dia todo pensando em o que fazer sobre Daniel.

- Oh. - desescorou da parede e ficou à minha frente em pé. - Pensou na nossa conversa? - sorriu.

- Sim... pensei. Pensei até de mais...

- Como assim?

- Sonhei com você. - cocei a cabeça pela vergonha.

- Sério? Me conta como foi... - se aproximou pegando na minha cintura tocando nossos corpos de forma que me senti na vontade de entrelaçar meus braços nos ombros dele.

- Estávamos na praia... praia da Califórnia pra melhorar. - sorrimos juntos. - Estávamos vendo o pôr do sol lado a lado, tinha uma brisa gostosa batendo na gente... e você me beijava.

Ele sorriu e me beijou de forma quente, me lembrando do que senti no sonho.

- Só isso...? - perguntou em um cochicho após nos separarmos mas mantermos as testas grudadas.

- E antes de eu acordar... você disse "eu te amo".

Ele sorriu e acariciou minha bochecha delicadamente.

- Eu te amo dentro e fora de seus sonhos, Victorie.

Ele me beijou novamente e de forma tão... amável, que meu corpo se relaxou por completo. Senti um arrepio subir dos pés a cabeça e meu coração bateu mais lento, como se tivesse achado o paraíso naquilo.

Eu não sei se anjos existem, mas se existem eles possuem os mesmos lábios de Johnny Lawrence.

Quando nos separamos nossas respirações ofegantes se juntaram em uma coisa só, as mãos dele apertaram mais forte minha cintura e me senti como se realmente fosse apenas dele.

- Eu também te amo, Johnny Lawrence.

Ele sorriu de orelha a orelha, com os olhos brilhando mais que o céu estrelado acima de nós.

- Você não sabe o quanto eu esperei que dissesse isso... parece que é tudo um sonho.

Fiz carinho no cabelo dele e sorri.

Aquele momento que estávamos tendo me acolhia de forma tão intensa... eu estava amando estar nos braços dele sem nenhuma preocupação além de apenas aproveitar tudo ali com ele.

- E... o que acha de irmos até a California no fim de semana?

- Sério?! Meu pai me ligou esses dias falando para que fosse até lá, faz tanto tempo que não o visito...

- Melhor ainda. - sorri. - Minha mãe também quer eu vá visitá-la, não a veja desde quando o time veio para Nova Jersey.

- Falando no time... quando vai ser o jogo?

- Oh. Era pra ser esse final de semana, mas o treinador disse que ainda tínhamos que melhoras certas coisas... foi remarcado pra quinta.

- Ok. Acho que até lá já posso ir pensando em que roupa vou usar.

- Vai ter que usar vermelho e branco pra apoiar a Stanfor... - sorriu travesso dando um selar no meu pescoço.

- Claro que não! Tenho que usar laranja e preto.

Ele riu e revirou os olhos.

- Você tem que me apoiar... mesmo que eu seja do time rival.

- Serve eu estar usando as cores da Princeton mas por dentro torcendo por você?

- Hmm... serve. É melhor ainda que assim quando eu te olhar na arquibancada vou saber que estará pensando em mim.

Sorri e dei um selar em seus lábios.

- Com certeza, bobão.

Ficamos por mais uns longos minutos, não sei exatamente quanto tempo. Johnny me faz perder noção de todo o mundo fora do nosso próprio mundinho.

Talvez eu devesse me sentir mal em questão ao Daniel, mas eu sequer pensava em algo além de Johnny naquele momento.

- ☆⁎⋆✫ -

- E Daniel sabe? - Miryam perguntou enquanto me ajudava a fazer a pequena mala.

- Não... eu não soube como contar.

- Na verdade vocês tem que terminar, Vic.

Parei por um segundo e parei de prestar atenção nas roupas dobradas.

- Você está certa.

Calcei meus sapatos e peguei meu casaco.

- Onde está indo?!

- Acho que... vou resolver as coisas com o Daniel agora.

- OI?!

- Eu estou indo viajar com outro homem enquanto ainda tenho um namoro com Daniel. Acho que eu estar indo viajar com Johnny torna tudo pior.

- Você tem razão... mas, Vic, toma cuidado. Você está indo lá falar algo tão sério assim com ele sem ao menos ter algum sinal antes que estava acontecendo algo. Entende? Daniel é um bom rapaz...

Assenti com a cabeça e saí do quarto eufórica.

Eu não fazia ideia de onde Daniel podia estar, se ele estava na faculdade, se ele estava bem comigo ou se eu devia mesmo fazer isso...

Talvez agora eu esteja agindo por total impulso e depois me arrependa, mas pensar que deixei de fazer coisas tão simples no colegial me afetou no presente...

...

Two of Hearts | Johnny LawrenceOnde histórias criam vida. Descubra agora