°•ORDEM XVIII•°

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714/12/04, Reino de Eisen, capital Sallow, propriedade Moore

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714/12/04, Reino de Eisen, capital
Sallow, propriedade Moore.

"Havia mais a contar do que um contato frívolo."

Dois dias. Foi o tempo que o general Moore ficou desacordado.

Em sua mansão residia uma atmosfera mórbida, e o temor abrigando cada mente e coração de dos empregados e principalmente de Herniel, que se mantinha próximo o suficiente do homem durante seus momentos de febre altíssima e profundos delírios, gritando ao vão para que alguém devolvesse-lhe algo. Era algo que somente Herman e Herniel conseguiam entender.

O comerciante lhe dizia que estava tudo bem, e o homem voltava a fechar os olhos como se nada houvesse acontecido, despertando novamente em pequenos intervalos, mal conseguindo manter a consciência. Em um desses frágeis momentos, ele captava as poucas visitas do médico dizendo que se ele continuasse daquela forma poderia morrer. Sua ferida havia infeccionado provavelmente por ela ter sido causada por prata, no entanto, o médico não sabia ao certo.

Ele pediu por paciência. Esperar que Moore reagisse aos remédios.

Herniel, ao ouvir aquilo, passou a mão sobre o cabelo, exasperado, segurando o ar e o soltando de vez. O médico ao receber essa reação se despediu rapidamente, acenando brevemente em despedida para Herman e Dumont.

No fundo, Herniel tentou ser compreensivo. Não poderia desejar que Gary simplesmente acordasse e se levantasse, apagando tudo o que aconteceu naquela noite. Mesmo que pedisse a Deus e ao diabo que tirassem as memórias do homem. Sendo possível isso, ele ficaria menos sobrecarregado ao olhar para sua cara novamente.

Depois da saída do mordomo, o comerciante sentou-se em uma das cadeiras postas no local para facilitar os cuidados, afundando a cabeça entre as pernas, envolvendo seu crânio com as mãos, tentando se livrar do mal pressentimento que criou raízes — caule e flores — em sua mente.

Caindo em um redemoinho dos eventos que haviam acontecido. Montando outras situações.

Muitos deles, ele estava no funeral do Ceifador.

O que fazia seu peito doer, e seu pulmão parar por alguns milésimos de segundos.

Enquanto ele estava se tornando refém da sua mente, Moore moveu lentamente sua cabeça. Suas pálpebras se mexeram, e finalmente abriu os olhos. Tentou virar para outro lado, contudo sua ferida se contraiu, aumentando a sensação de estar carregando chumbo. Ele chiou, fitando o local, porém, paralisou em seguida, recordando-se de tudo o que havia acontecido.

Herniel Dumont possivelmente não se encontrava mais em sua propriedade, talvez nem mesmo estivesse no reino.

O homem sempre conseguia transformar seu trabalho em inútil. Ele teria que buscá-lo outra vez.

Contudo, quando seus olhos caíram sobre a figura sentada à sua frente, apertando-se e se escondendo, seus globos oculares soltaram e doeu respirar. Seus olhos se estreitaram com o pensamento de suas funções básicas estarem lhe custando tanto.

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