capítulo 21|𝓕𝓪𝓻𝓼𝓪

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Assim que terminamos de jantar no Salão Principal, fomos para o meu quarto na Comunal da Sonserina.

  — onde está a outra foto? — ele perguntou.

  — está na bolsa com as outras fotos — respondo, indo até a bolsa que estava pendurada.

  — ainda fico na dúvida de como consegue colocar tantas coisas dentro dessa bolsa minúscula — ele diz — usou Magia negra?

  — é o que acha, mimado? — pergunto, rindo com a sua possível hipótese.

Abri minha bolsa e a virei para baixo, deixando os papéis e o pequeno coberto caírem em cima da minha mesa.

  — quero saber o que esse cobertor significa — ele diz, pegando o cobertor em mãos.

  — significa que no dia que meu pai pegou todas essas coisas, estava frio — digo, o vendo fazer uma cara séria com o meu sarcasmo.

  — está afiada hoje, praga — diz ele.

Voltamos a ver os papéis em cima da mesa, Draco pegou um pedaço de jornal do Profeta Diário, estava mostrando os Potter 's saindo pela primeira vez depois do ataque com Dumbledore.

Debaixo do jornal, estava uma fotografia de uma bebê. Peguei a imagem na mão, a vendo mais de perto. A bebê tinha um cabelo ruivo escuro com pouca ondulação, sardas no rosto, lábios pequenos um pouco rosados, bochechas gordas rosadas, uns olhos castanhos brilhantes cheios de alegria.

Ruiva
Sardas
Olhos castanhos

Virei a foto vendo a legenda que, bem provavelmente, Lilian escreveu.

“A primeira foto da minha pequenina. Felizmente, você tem os olhos de seu pai, mas tem meu lindo ruivo.

Morgana Potter - 10/08/1980”

De repente, senti minhas pernas enfraquecerem e meu corpo pesar, me fazendo sentar na cadeira um pouco atrás de mim.

Morgana Potter
Potter

Virei a imagem novamente, vendo finalmente a total semelhança entre nós.

Não pode ser possível

Tudo. A minha vida inteira é uma mentira completa. Minha madrinha. Meu pai. Minha família. É uma mentira. Uma farsa.

Eu não posso ser essa bebê. Eu não sou uma Potter. Essa criança não sou eu. Não pode. Tem que ser impossível.

  — Morgana?... — ouço a voz de Draco, que parece estar longe — você está bem? — senti sua mão tocar na minha — o que foi?

Eu estiquei minha mão um pouco, lhe entregando a foto. O mesmo, pegou a foto receosamente da minha mão, olhando a figura. Ele me olhou e olhou para a foto umas 3 vezes seguidas.

  — não pode ser o que estou pensando… — ouço ele dizer, virando o papel, vendo o que estava escrito — isso… não… Puta merda…

Draco virou novamente a foto, olhando para a bebê, totalmente atordoado.

Meu coração parecia querer sair do meu peito. Meus pulmões iriam explodir a qualquer momento. Minha cabeça ia desligar. Meu corpo parecia petrificado. Minhas pernas bambas. Meus braços pareciam ter pulgas de centauros.

Não sou eu
Não sou eu

Me levantei da cadeira mexendo em todos os papéis em cima da mesa. Procurando por qualquer coisa.

Achei uma das fotos com outro bebê. Estávamos deitados, um do lado do outro. Com o mesmo cobertor amarelo à nossa volta. O bebê tinha olhos claros, cabelos castanhos sem ondulação, lábios rosados e um pouco menores.

Potter

Todo o contorno de seu rosto era parecido com o da bebê. Eram gêmeos, com poucas características os diferenciando.

Virei a fotografia vendo a legenda.

“ Meus lindos filhos. Harry e Morgana Potter - 02/08/1980”

Senti Draco ao meu lado, olhando a foto junto a mim, colocando sua mão envolta da minha cintura, me dando apoio para não cair para trás.

Pegando a foto da minha mão, enquanto eu pegava outra. Parecia que havia passado um tempo.

Na imagem, havia um homem, estranhamente reconhecido, ele estava com os dois bebês no colo, sorrindo, meio desconfortável, mas feliz.

“Primeiro natal. Sirius veio passar a semana conosco - 22/12/1980”

Assim que voltei meu olhar para a mesa, outra foto me atingiu em cheio. A foto mostrava Lilian e Thiago segurando os bebês. Lilian estava com Harry, ela estava com um vestido radiante. E Thiago estava… comigo.

Meus olhos se encheram de lágrimas e meu peito parecia faltar algo. Parecíamos felizes. Todos sorrindo. Felizes… e eu… fui roubada disso?...

  — essa não pode ser eu, Draco — digo, com a voz embriagada — eu… não é possível

  — eu não sei o que te dizer — ele diz — isso é…

  — desacreditante?...

  — sim — ele diz.

  — O que acontece agora? — pergunto, totalmente atordoada — eu… o que isso tudo significa? Todos estavam mentindo pra mim esse tempo todo. Bellatrix. Voldemort. Talvez sua mãe. Seu pai. Rabicho. Os Comensais

  — ei! — Draco segurou meus dois ombros, me fazendo o olhar — precisa se acalmar. Vai ficar tudo bem

  — como pode ficar tudo bem, Draco? Tudo, absolutamente tudo em que eu acreditei é uma mentira. É a porra de uma farsa! — sinto minhas lágrimas caírem pelo meu rosto.

Draco me puxou para seu peito, passando seus braços fortemente pelas minhas costas, me deixando efogar todas minhas lágrimas.

Uma imensa farsa.
Toda a porra da minha vida foi uma farsa

Hogwarts: Blood For Blood Onde histórias criam vida. Descubra agora