Capítulo 6

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Remus fica surpreso quando uma enorme coruja-falcão pousa no parapeito de sua janela, trazendo o brasão real e o lema toujour pur estampado em cera no pergaminho que carrega. A carta traz um convite para Remus retornar na próxima lua cheia, e ele o faz. E na seguinte, até que se torne uma rotina muito fácil passar cada lua da mesma maneira: correndo pelo castelo com a fera e seus assistentes, e acordando na manhã seguinte com uma rosa na mesa de cabeceira e seus ferimentos tratados com cuidado.

A fera nunca se junta a ele para jantar no dia seguinte, mas Remus aprende através de questionamentos cuidadosos e sutis baseados em lembranças nebulosas da manhã de ser levantado em braços fortes, que é sua alteza quem o carrega para a cama após cada transformação. Que o deita suavemente e trata suas feridas antes de deixá-lo dormir. Que volta para ver como ele está, algum tempo depois, com uma rosa fresca colhida de seus preciosos jardins, porque Lyall lhe disse que elas são as favoritas de Remus.

Um mês ele chega ao castelo mais cedo do que de costume, um lindo dia no meio do verão, a lua só deve nascer depois de várias horas. Ao desmontar da vassoura vestindo uma roupa que lhe foi dada em uma de suas estadias anteriores, ele ri consigo mesmo da situação bizarra e de seu nível de conforto ao abrir os portões do castelo e pisar no gramado como se ali pertencesse. Um lobisomem em um castelo - em que se tornou sua vida?

Ele está na metade do caminho até a porta da frente quando ouve o chilrear rápido dos pássaros e segue o som, saindo do caminho e atravessando a grama em direção a um dos jardins. A fera está sentada no gramado, sementes de pássaros espalhadas ao redor dele ao acaso, como se ele tentasse abrir o saco, mas o rompesse com as garras. Em vez de tentar reunir as sementes, ele se acomoda no chão com elas, embalando algumas em suas mãos, com vários pássaros comendo delas alegremente.

A risada de Remus soa clara como um sino e Sirius olha surpreso.

“Você teve alguma dificuldade?” ele brinca.

“Um mago nunca tem dificuldades! Ele executa exatamente como pretende.”

"Tenho certeza."

“Seu humor seco e sarcasmo vão lhe trazer problemas algum dia, Lupin.”

“Sem dúvida,” Remus concorda facilmente, sentando-se na grama perto da fera. Ele fica deitado de costas, olhando para o céu azul claro e respirando profundamente a brisa fresca e quente que sopra.

De dentro do castelo, James, Regulus e Lily pairam em torno de uma janela observando o par abaixo.

Lily suspira, o som misturado com um desejo melancólico. “Ele é muito doce.”

“Muito doce para quebrar a maldição.”

“Mesmo assim, Sirius está apaixonado”, comenta Regulus.

“Oh, com certeza,” James concorda facilmente, “Não que ele jamais admitiria isso ou agiria de acordo.”. Ele observa o homem que virou relógio ao seu lado e tem certeza de que, se Regulus pudesse, estaria mordendo o lábio, como costumava fazer sempre que estava pensando profundamente. “O que foi, Reg?”

“Algum de nós sabe exatamente o que ou quem quebraria a maldição? Ou qual foi a frase da minha querida mãe quando ela a criou?”

“Bem… não, mas talvez Sua Alteza saiba?”

“O que você está pensando, Regulus?” Lily reitera com uma inclinação de suas penas, lembrando uma inclinação de seus quadris.

“Remus é doce. Mas… ele ainda é um lobisomem. Seu sangue de criatura sombria seria suficiente para superá-la...?” ele para ao ver as expressões levemente ofendidas de James e Lily. “Não estou dizendo que ele realmente é sombrio como ela, só estou dizendo quem sabe o que a magia decidiria, especialmente com ela incapaz de guiá-la,” ele explica apressadamente.

Ainda assim, os dois permanecem em silêncio, trocando um olhar de apreensão, mas também de leve esperança. “Bem”, James diz lentamente, “suponho que um relógio quebrado ainda esteja certo duas vezes por dia. Talvez veremos se este é um desses momentos. Perhaps there’s something there- ”

“Não cante,” Regulus comanda distraidamente.

Lily se volta para a janela, olhando para os dois homens abaixo, onde os pássaros se espalharam, Sirius está gargalhando e Remus está apoiado em seu cotovelo, atirando nele punhados de alpiste. “Se você estiver certo, quem poderia imaginar que seria quebrado assim”, ela se pergunta.

Regulus se aproxima dela e James se inclina do outro lado. “Minha mãe era conhecida por ser cruel, mas imprudente. Ela era do tipo que agia primeiro e considerava as consequências depois. Por Deus, ela até se arrependeu disso quase instantaneamente quando percebeu que havia se condenado em um ataque de raiva por ser incapaz de controlar seu herdeiro, por ficar sem herdeiro por causa de sua tomada de decisão precipitada. Talvez, apenas talvez, sua indiscrição e lançamento apressado de feitiços sejam uma vantagem para nós desta vez.”

“A questão realmente é: Se sua Alteza se abrirá o suficiente para considerar a possibilidade. Acreditando estar condenado a nunca encontrar o amor, ele fechou seu coração por tanto tempo, temo…”

“Isso-” Lily interrompe, “ficará para Remus. Mas não há nada que diga que não podemos ajudar.” Com uma piscadela, ela sai da sala agitada, deixando os dois homens atrás dela trocando um olhar, antes de correr atrás de suas exigentes respostas.

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Como no outro capítulo eu deixei a música em inglês, vou deixar assim em todos os capítulos que o James cante, e a tradução e o nome da música eu vou escrever aqui.

Música: Something there/ Alguma coisa acontece

Perhaps there’s something there- (talvez haja algo ai-)

Every Rose Has Its Thorns •tradução•Onde histórias criam vida. Descubra agora