Epílogo

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A coroação de Sirius ocorre sem problemas — de forma chocante, para um líder que passou cinco anos se escondendo de seus súditos como uma fera em um castelo encantado. Várias vezes durante a cerimônia, Lyall teve que colocar a mão no joelho de Remus para acalmá-lo quando ele começava a tremer.

Os dois Lupins estão pairando na borda da sala, os olhos de Remus voltados para James enquanto ele gira Lily pela sala, quando Regulus se aproxima deles.

“Você está um pouco em apuros hoje”, ele diz sem enrolação, indo direto ao assunto, como costuma fazer.

Remus não consegue evitar o sorriso afetuoso diante da falta de conhecimento diplomático característico do príncipe. “Não tenho certeza do que você está falando.”

“Ah, mas eu tenho,” Regulus responde, as palavras pingando sarcasmo.

“Bem, quando vou vê-lo novamente? Chega de escapadelas na lua cheia, e ele estará muito ocupado, e–” Remus interrompe ao ver a boca de Regulus aberta em consternação.

"Certamente você está brincando." Ao ver o balançar de cabeça de Remus, Regulus hesita, claramente pesando algo em sua mente. "Sirius alguma vez lhe contou sobre a maldição?"

“Não, ele evitou isso sempre que eu toquei no assunto.”

Regulus se recosta na parede, os braços cruzados sobre o peito em uma pose casual que não combina com seu comportamento estóico habitual. “Bem, eu tenho uma pequena história para você. Um conto de fadas, se você preferir.”

“Todo mundo sabe que os contos de fadas trouxas são construídos sobre verdades mágicas.”

“Bem, então é melhor você ouvir com atenção, não é? Era uma vez, uma rainha má que tentou arranjar o noivado de seu herdeiro com uma princesa habilidosa em artes das trevas, fortemente detestada pelos súditos de sua terra e perversa em todos os sentidos que a rainha também era. Quando o príncipe recusou, ela lançou um feitiço sobre ele, transformando-o em uma fera horrível como punição, até que ele concordasse em passar o resto da vida com alguém digno.” Regulus lança um olhar penetrante para Remus, mas continua, “o príncipe ainda recusou, dizendo que preferia passar a vida sozinho e como uma fera do que se casar com a princesa. Quando a rainha morreu, o castelo perdeu a esperança de que a maldição fosse quebrada e se resignaram ao seu destino. Até que um dia,” Regulus desvia o olhar, olhando através do salão de baile para onde Sirius estava parado em frente a um trono, uma taça de vinho na mão e a cabeça jogada para trás de tanto rir de algo que James estava sussurrando em seu ouvido. “–até que um dia, um lobisomem, com magia negra correndo em suas veias, conquistou seu coração com sua bondade e vontade de ver o príncipe não como uma fera, mas como o homem que ele realmente era. O príncipe nunca acreditou que um homem tão gentil e bom pudesse quebrar o feitiço, mas ele se apaixonou cada vez mais por ele, esperando silenciosamente por uma vida inteira com ele dentro de seu castelo encantado.”

Remus pode sentir as lágrimas silenciosas escorrendo por seu rosto e fica um pouco envergonhado, esperando que ninguém olhe para o canto onde estão escondidos. Lágrimas até brilham nos olhos de Lyall, enquanto ele passa um braço reconfortante em volta do ombro de seu filho e o puxa para mais perto.

"O que aconteceu?"

Assustado com a voz, Remus pula, olhando para os preocupados olhos prateados de um certo Rei Sirius.

Enxugando as lágrimas, Remus dá um sorriso aguado. "Nada mesmo. Você não tem deveres reais importantes para cumprir? O que você está fazendo aqui conosco, seus humildes súditos?” Remus brinca, com um sorriso genuíno no rosto, apesar da umidade em suas bochechas.

“Nunca estou muito ocupado para você.” Os olhos de Sirius são calorosos e indulgentes quando ele estende a mão para pousar na cintura de Remus. Lyall se afasta para se juntar a Regulus contra a parede, observando os dois. "Você poderia dançar comigo?"

Os olhos se movem nervosamente em direção ao chão onde a realeza e a nobreza, não apenas de suas terras, mas dos estados mágicos circundantes giravam pelo salão de baile em grandes floreios de tecido de todos os tons de cores comemorativos. Uma grande mão segura sua bochecha, guiando seu rosto de volta para Sirius e para longe do público intimidador que ele sabe que terá todos os olhos voltados para eles.

“Só você e eu. Isso é tudo."

Impotente para dizer não a Sirius quando ele é tão doce assim, Remus sorri e acena com a cabeça, permitindo-se ser guiado até o meio do salão. Eles se curvam um para o outro, movendo-se para dentro e para fora no intrincado empurrão e puxão que se tornou natural para eles. A dança interminável de se aproximar e se afastar, de estar presente e íntimo, mas também independente. O resto da sala desaparece e tudo que Remus consegue ver é Sirius vestido em azul royal, assim como ele usava na noite em que dançaram juntos pela primeira vez, Sirius com seus longos cabelos presos para trás, longe do rosto.

Quando a música termina, Sirius o segura bem perto do centro da sala, sob a luz do sol e o brilho dourado e cristalino acima deles, sem se importar com o público que certamente os observa. Ele brinca com os dedos de Remus antes de finalmente falar. “Como rei, agora tenho o direito de escolher meu próprio noivado.”

O coração de Remus para, com medo de sua capacidade de ser amigável com qualquer princesa ou rainha que Sirius possa escolher. "Oh?" ele pergunta levemente, inclinando a cabeça, mas sem conseguir olhar Sirius nos olhos.

“Sim, e eu esperava isso para, bem. Para que você possa dizer sim.”

A cabeça de Remus se levanta, examinando os olhos de Sirius e não encontrando nada além de sinceridade e esperança, e talvez uma pitada de nervosismo.

"Eu?"

"Sim claro."

"Você tem certeza?"

“Bem, se você não quiser–”

“Não quero?” Remus ri nervosamente, euforicamente e enfaticamente. “Claro que quero, se você me quiser de volta.”

"Para sempre. Eu quero você para sempre.”

“Eu não aceitaria de outra maneira.”

O sorriso que divide o rosto de Sirius era mais ofuscante do que o sol entrando pelas janelas altas. Ele leva a mão de Remus aos lábios, beijando os nós dos dedos gentilmente, afetuosamente, antes de permitir que Remus faça o mesmo com ele. Haverá muito tempo depois, quando todos os convidados tiverem ido embora e ninguém estiver observando atentamente suas interações, para conversar mais e, com sorte, beijá-lo adequadamente, mas por enquanto é o suficiente.

É, pensa Remus, muito mais que suficiente.

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E é essa a história gente, espero que tenham gostado tanto quanto eu, vão deixar kudos na história original lá no AO3 porque ela definitivamente merece.

Vou começar a postar a tradução de Peter Pettigrew and the Ghost of Christmas James, no dia 23 de abril (tenho uma semana bem ocupada pela frente, se não fosse isso eu já começava a postar na próxima terça)

Vão dar uma olhada depois, ela é MUITO boa, vocês vão adorar

Every Rose Has Its Thorns •tradução•Onde histórias criam vida. Descubra agora