Capítulo 9

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O mês seguinte é ainda pior que o anterior — Gilderoy não o deixa em paz, os habitantes da cidade falam mais do que nunca, alguns chegam a questioná-lo diretamente sobre onde ele está indo uma vez por mês e ameaçam segui-lo. O estresse afeta a auto-estima de Remus e ele teme estar sobrecarregando Sirius e os habitantes do castelo com suas transformações — que ele deveria recusar o convite habitual para passar a próxima lua lá. Que ele só está sendo convidado por uma obrigação percebida.

Mesmo enquanto ele hesita, com a pena pousada sobre o pergaminho e Bela esperando para carregar a carta, Remus não consegue negar a si mesmo a chance de ver Sirius, de ouvir as brincadeiras de James, Lily e Regulus, e ter companhia para suas transformações. Seus dias mais felizes facilmente se tornaram aqueles passados no castelo, e Lyall parece satisfeito por ele ter feito amigos, muitas vezes encorajando-o a voltar com calma se desejar ficar mais tempo no castelo.

Desta vez, quando ele acorda em seu quarto habitual na manhã seguinte, a rosa que o espera é azul — um azul royal profundo — e enquanto Remus encosta nas delicadas pétalas, com cuidado para não machucá-las, ele se pergunta brevemente como Sirius ficaria naquela cor.

Ele está sentado na cama, com a rosa entre os dedos, tomando cuidado para evitar os espinhos ao girá-la, quando ouve uma batida suave na porta.

“Entre”, ele chama, com a testa franzida por ser tão cedo. James e Regulus geralmente não vêm ver como ele está até o jantar, e o sol ainda está subindo.

A porta se abre e Remus ouve o peso da fera se arrastando antes mesmo de aparecer. Envergonhado por seu estado de nudez, ele ainda assim tenta lutar contra a dor e a rigidez da pós-transformação para se levantar, mas Sirius o dispensa. “Nada disso, fique como está. Eu não deveria ter vindo incomodar você tão cedo…”

"Você pode me incomodar sempre que quiser," Remus deixa escapar, corando furiosamente com sua rara exibição de boca rude.

Sirius parece distraído demais para notar, mexendo no punho da manga da camisa e olhando entre Remus e a janela. "Eu só estava pensando se você poderia se juntar a mim," ele hesita, lançando um olhar para Remus antes de desviar o olhar e se apressar, "para jantar esta noite?"

Remus fica boquiaberto por um momento antes de tropeçar em suas palavras na pressa de pronunciá-las. "Sim claro! Quero dizer, eu ficaria encantado. Honrado."

"Bom. Ótimo. Estou feliz. Eu irei– ah, vejo você hoje à noite então.” Remus morde o lábio, reprimindo um sorriso enquanto o príncipe, normalmente imperturbável, sai desajeitadamente da sala, esfregando uma grande pata em seu pescoço.

Assim que ele sai, o guarda-roupa dramático ganha vida, jorrando sobre a promessa de uma noite de jantar, elegância e dança, e como ela vestiria Remus para que Sirius não pudesse olhar para nenhum outro lugar a noite inteira. "Se ele estava estranho e confuso agora, espere, querido, até que ele te veja depois que eu terminar."

"É– quero dizer... Ele está me cortejando, não está?" Remus pergunta timidamente, incapaz de tirar os olhos da rosa em sua mão.

“Sim, meu querido. Eu certamente acredito que ele está. E ele não demorou o suficiente para fazer isso! Ora, quando eu for mulher de novo, vou bater no traseiro daquele garoto como fiz quando ele era muito mais novo e não conseguia tirar os dedos do pudim de chocolate!”

Remus ri, imaginando um pequeno príncipe de olhos prateados fazendo bagunça.

O tempo passa muito devagar depois disso. Remus está muito nervoso e animado para voltar a dormir, mas seria bobagem se preparar apenas para andar de um lado para o outro no quarto. Eventualmente ele veste suas roupas normais e vai à biblioteca consultar o livro que encontrou sobre a linguagem das rosas.

Every Rose Has Its Thorns •tradução•Onde histórias criam vida. Descubra agora