( 3 dias depois)
O sol se põem no deslumbrante céu que cobre o reino de Hematita, no entanto, o puro estado de harmonia e equilíbrio que a paisagem possui não se assemelha com a atual situação do reino
O ar dentro da sala de reuniões do castelo era quase rarefeito e parecia carregar uma aura pesada e insalubre. Muitas vozes tentavam se sobressair em meio à discussão, enquanto Porsche permanecia sentado, de olhos fechados e com a mão apoiando a cabeça.
Por que a recuperação daquele velho tinha que demorar tanto?, o rapaz pensa, suspirando alto o suficiente em seguida para que todos percebam sua irritação. Mesmo sendo mais tolerante do que o rei, Porsche ainda possuía um limite. Todos presentes param por um momento e o encaram.
— Acho que já discutimos o suficiente por hoje, senhores. — Porsche abre os olhos lentamente e sua visão percorre toda a sala, evidenciando que não está favorecendo nenhum dos ministros presentes. — Mais tarde irei conversar com o conselho de guerra e iremos emitir o pronunciamento oficial do reino.
Muitos dos homens presentes aplaudiram as palavras do governante interino de Hematita. Outros, aliados fieis à diplomacia se abstiveram de qualquer ação e preferiram apenas se curvar perante o homem sentado no trono e sair o mais rápido possível. No fim, apenas Porsche sobrou, ainda imóvel. Se alguém o visse provavelmente pensaria que o trono parece grande demais para ele, que é apenas o comandante das forças armadas do reino. Armas e canetas podem ter o mesmo poder, mas não seguem os mesmos princípios, e o fato de um comandante militar estar assumindo temporariamente o trono do reino era motivo de endurecimento constante entre muitos nobres ministros.
O som das portas abrindo desperta Porsche dos próprios devaneios, e ele escuta atentamente a rainha Lalia entrar na sala. Ela caminha cautelosamente até Porsche, que não aparenta estar nada bem no momento.
— Porsche, o que está acontecendo? O senhor Aaron acaba de me avisar que você vai se reunir com o vice-comandante para declarar o estado de guerra.
O rapaz encara ela com desinteresse e Lalia aperta os panos da saia com raiva. Obviamente um general jamais iria conversar abertamente acerca dos assuntos reais com ela. Ser rainha parecia não ser o suficiente para significar importância e, por um segundo, Lalia se sente completamente impotente.
— Se você me contar, talvez possamos resolver juntos todas essas complicações, Porsche. — A rainha se aproxima devagar, esperando qualquer ordem que a impeça de prosseguir falando. Felizmente, Porsche parecia estar disposto a ouvir minimamente a mulher à sua frente. — Eu sei que meu filho não está nada bem. Meu coração não aguenta tanta saudade, mas a guerra não é a solução! Podemos resolver as coisas de outra maneira. Eu soube que Vegas irá levar Pete para uma reunião hoje a noite com os aliados do pai. É uma forma de sabermos se ele está bem ou não e escolhermos o próximo passo.
— Vai basear suas decisões em boatos? Não parece nem um pouco com seu marido que tanto gosta de se basear em fatos.
— Não estou querendo me comparar ao meu marido, Porsche. — Lalia dá um passo à frente, reunindo toda coragem que possui. — Quero apenas encontrar uma maneira que não envolva enviar tropas diretas para a capital de Critino e destruir vidas inocentes.
— E que outra maneira a senhora sugere, minha rainha? — Ele respira fundo e Lalia dá um passo para trás, retraindo todas as forças que gritam dentro de si. — Quer que todos nós estejamos na mesma mesa tomando chá enquanto entramos em um acordo se podemos ou não libertar o príncipe Pete e a princesa Hera? Acha que seus chás da tarde irão resolver?
— Acha que meus chás da tarde são assim? — Sua pergunta sai com um ar irônico e Porsche a encara. O comandante interino levanta lentamente e caminha a passos preguiçosos até chegar à rainha. Ele a encara de cima a baixo.— Acho que a senhora nunca experimentou o gosto da guerra e das trincheiras para saber exatamente sobre o que se trata uma guerra. — Ele dá um passo e fica a centímetros da mulher, que mantém o olhar vidrado para a frente. — Eu sei exatamente o que estou fazendo. Sei o que é uma guerra e sei o que temos a perder declarando isso abertamente contra Critino e é óbvio que não faremos. Temos nossos próprios métodos de recuperá-los e o pai de Hera está por dentro de toda a situação.
Lalia não sabe como respirar corretamente. Suas mãos suam e ela se curva lentamente, indicando que irá se retirar.
— Perdoe-me a intromissão, comandante Porsche. O rei está quase totalmente recuperado e atualmente está descansando em seus aposentos. Irei repassar todas as novas informações para ele.
— Não há necessidade disso. — Ele se vira e caminha de volta até o trono, indicando no caminho para que os guardas abram as portas da sala para permitir que a mulher saia. A rainha vê o gesto e um pedaço de indignação imediatamente cresce em sua garganta, prestes a explodir. — Eu mesmo repassarei as informações ao rei e tenho certeza que ele ficará feliz com as decisões.
A rainha ergueu o corpo e caminhou até a porta de forma natural, enquanto por dentro sentia os órgãos queimarem de puro ódio. Ela sai da sala e se vê sozinha no corredor que semanas antes encontrava-se lotado de convidados animados para celebrar o matrimônio de Pete. Sua face logo endureceu e ela caminhou em direção ao próprio quarto.
As horas correram nas ampulhetas como as águas costumam correr nas reservas de água de Critino e, em algum lugar em meio às montanhas, uma festa é preparada em comemoração ao mais novo prisioneiro do, agora honrado, príncipe Vegas. E, quando a lua alcança o ponto mais alto do céu e os trotes de um cavalo são ouvidos na madrugada fria e impetuosa, uma notícia rapidamente circula pela ainda despertada capital de Hematita. Todos os murmúrios carregavam apenas três palavras: Pete estava morto.
Notas da autoraComo está o coração depois dessas linhas finais? Con certeza acelerado e desespero pelo próximo capítulo.
Particularmente falando, às vezes eu penso em abandonar essa fanfic por constantemente achar que não estou conduzindo bem toda a história, mas como eu estou tentando vencer essas inseguranças, preciso acreditar nos VegasPete e acreditar que sou capaz de terminar essa história.
Sei que demorei bastante para trazer a atualização, mas estou tentando conciliar estudos de vestibular com história e vida social, então é um pouco difícil às vezes, espero que entendam.
Um obrigada especial a você, que acredita que essa história terá um final feliz e será a história da sua vida. Talvez eu não acredite em uma das duas afirmativas, mas vocês podem acreditar no que convém. Obrigada por terem e até a próxima!❤️
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Luxúria e poder | VegasPete
FanfictionBuscando pagar por seus pecados e realizar o desejo dos pais, Pete aceita o casamento forçado com a Princesa Hera da Sardônica. Porém, um golpe ardiloso de seu inimigo o faz cair nas mãos do príncipe Vegas. Vegas, um homem conhecido por ser brutal...