Capítulo 05

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Abaixo do céu crepuscular, bem no centro do que devia ser a melhor comemoração de sua vida, Pete assistia tudo desmoronar mais uma vez. Sua querida mãe tinha sugerido aquela data em específico, pois os astrólogos da realeza alegaram ser um dia rodeado de sorte.
O céu de fim de tarde confirmava as previsões. Suas cores alternavam-se entre o azul anil, rosa alaranjado, e um magnífico amarelo, que juntos evidenciam o fim da tarde e o começo do anoitecer.

Os astrólogos estavam certos. Aquele com certeza era um dia de sorte. Mas não para a Princesa Hera e muito menos para o Príncipe Pete. Aquele era, sem sombra de dúvida, o dia do Príncipe Vegas Theerapanyakul, e ele parecia estar determinado a fazer daquele um momento inesquecível.

Os diversos convidados presentes na festa encontravam-se desesperados e sem escapatória. Alguns, ao verem Vegas aproximar-se do altar anteriormente, tentaram impedi-lo, mas foram contidos pelos capangas do príncipe de Critino, que estavam escondidos entre os convidados e até mesmo no meio dos guardas. Nem mesmo os militares presentes deram conta do ataque repentino, pois soldados de Critino apareciam de todo o lugar para ajudar os infiltrados no casamento.
Porsche tentou mover-se para ajudar o amigo, mas foi encurralado e um dos homens apontou uma arma para suas costas, impedindo-o de tomar qualquer atitude. O rei Nodt prontamente levantou-se, enquanto sua mulher, ainda assustada, tremia, sentada no banco de madeira.

— Príncipe Vegas Theerapanyakul, como ousa invadir meu reino, seu bastardo? — Ódio rasgava sua voz, e até mesmo os militares de Critino temeram a ira do soberano. Entretanto, Vegas nem deu importância à fala do rei, e continuou encarando Pete de forma animalesca, apertando sua garganta e colando a arma em sua nuca.

— Pete, você ainda não me respondeu. — Vegas sussurrou atrevidamente.

O silêncio dominava a cena, por conta disso, todos podiam ouvir as palavras ditas por Vegas. O rei Nodt não conseguia acreditar no que presenciava e queria a todo custo voar no pescoço de Vegas e matá-lo ali mesmo, porém, vários homens o cercavam, e sua esposa estava amedrontada ao seu lado. Ele não a deixaria sozinha naquele momento.

Pete encarou seu inimigo na mesma intensidade.

— É Príncipe Pete para você, Vegas, não esqueça disso — disse, cuspindo no rosto do outro em seguida.  Pete riu desacreditado, como se as palavras ditas por Vegas fossem as mais absurdas possíveis, e em seguida sentiu os dedos pressionarem mais ainda sua garganta, como se quisessem rasgá-la ferozmente. Os convidados arregalaram os olhos e temeram por suas vidas mais do que nunca. A rainha pôs-se a chorar ainda mais e foi abraçada pelo rei, que mantinha a atenção na cena à frente. Hera, que assistia de perto tudo aquilo, respirava pesadamente sem conseguir acreditar no que Pete tinha acabado de dizer. Em toda sua vida, ela nunca imaginou que aquele fosse o desfecho do tão sonhado casamento desejado por seus pais. Ela os olhou de relance, e engoliu um seco, ao ver a cena. Seus pais estavam abraçados, e o rei da Sardônica tentava conversar com os homens que o encurralavam, enquanto a rainha chorava silenciosamente enquanto uma arma era apontada em sua direção. A contra gosto ela desviou o olhar, e voltou a encarar Vegas e Pete.

— Você ficou louco, porra? — Todos dirigiram os olhares para a princesa, que encolheu-se ao perceber que tinha dito seus pensamentos em voz alta. O rei e a rainha da Sardônica arregalaram os olhos ao ouvir aquilo, e temeram pela vida da única filha que tinham.

A apreensão consumia as entranhas das pessoas, e ninguém sabia qual seria o próximo passo do príncipe Vegas.

De repente, o príncipe de Critino começou a rir, apertando a garganta de Pete e sufocando-o, fazendo-o agarrar às mãos do inimigo e tentar tirá-las dali antes que  desmaiasse. Vegas riu alto assustando os convidados. Sua risada era debochada, carregando um ar de superioridade e divertimento com toda a situação.

Luxúria e poder | VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora