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"As vezes parece que eu tenho uma guerra na minha mente"

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Lana Del Rey

Sinto-me preso em um pesadelo sem fim, estando interdito em um silêncio agonizante, como se a coisa dentro de mim crescesse cada segundo a mais que eu olho aos arredores desse dormitório escuro

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Sinto-me preso em um pesadelo sem fim, estando interdito em um silêncio agonizante, como se a coisa dentro de mim crescesse cada segundo a mais que eu olho aos arredores desse dormitório escuro. E eu sei que ela cresce mesmo.

As paredes parecem se mexer e ir em minha direção, a sensação de vazio no meio peito latejava, mesmo eu estando totalmente preenchido por minhas próprias assombração, eu sentia a falta de algo dentro de mim, me deixando totalmente à mercê de uma angústia e falta de controle dentro de mim.

Eu vivo entre trevas, sempre vivi. Tenho essa coisa dentro de mim a tanto tempo que eu esqueci de como é ser um humano normal. Na verdade, dentro de mim o calor da luz mal passa, eu sou totalmente tenebroso e horrível por dentro.

E eu já me acostumei com isso, com a escuridão e com as trevas. Mas o fogo resolveu me invadir novamente, e porra... isso doía muito. Arde os olhos quando você está acostumado com a escuridão, e de repente a luz surge. Foi exatamente assim que eu me senti ao vê aquela droga de garota. Aquele cabelo avermelhado arde minhas orbes toda vez que eu as encontro, ela preenche meu interior, e queima tudo à minha volta.

"Ela realmente voltou. Isso é incrível, não? Agora você pode matá-la" Uma das vozes da minha cabeça ecoa em minha mente, mas eu tento ao máximo recusar e não compreender elas.

Porra, para com isso. Falo em meu interior para mim mesmo.

Não sei como descrever essa sensação. Como descrever que eu tenho uma maldição na minha alma que me mata cada dia que passa mesmo eu já estando morto? E se eu não conseguir controlar esse monstro dentro de mim, eu vou acabar matando todos à minha volta. Outra vez.

Tudo por culpa da volta daquela cabeça vermelha. Eu odeio tanto essa garota.

Coloco a mão em meu peito, e mesmo a minha pele sendo fria, eu conseguia sentir um pouco do calor que ela deixou. Porra, eu odeio ela.

De longe, já consigo ouvir as vozes abafadas dos meninos se aproximando. E não demora muito para a porta ser aberta com uma certa brutalidade, mas nada exagerado.

Eles riam e cheiravam a bebida, típicas pessoas que acabaram de sair de uma festa, em que se divertiram muito.

No sofá onde repousava, virei levemente minha cabeça para conseguir enxergá-los.

Dividimos quarto já faz dois anos, sempre nós três, tirando o fato que eu conheço Louis desde de criança, já que nossas famílias eram próximas e tinham bastante parceria juntas.

Louis começa a andar para longe, caindo rapidamente no lençol branco e mal colocado de sua cama, e assim que sua silhueta colide com o tecido ele adormece. Totalmente bêbado.

Meu irmão, Jaden, vem em minha direção um pouco zonzo, mas sei que ele ainda tem consciência e condição para fazer as coisas. Ele se joga ao meu lado, colocando um sorriso largo em seu rosto, olhando para um lugar fixo no teto sem dizer uma palavra.

Sei o motivo da sua felicidade.

— Você é doente, porra? — falo com um leve tom de irritação na minha voz, não olhando em sua direção.

— Vai dizer que ficou magoado?

Ele sabia do que estou falando, e já fico mais agradecido por isso, pois evita eu ter que explicar a situação.

— Você ficou com a Red, caralho. Você é um filho da puta mesmo Jaden.

— Qual é cara? — sinto ele olhando para mim, mas não faço questão de fazer o mesmo — Eu sou apaixonado nela muito antes de você, e agora que surge a oportunidade você acha mesmo que eu iria desperdiçar porque você odeia ela.

— É justamente por isso, Jaden. Como você fica com a menina que me abandonou? Que ferrou com a porra toda? Que tirou a última possibilidade de uma vida normal das minhas mãos? — falo sentindo minhas veias pulsarem.

Se controla Javon. Você não pode se descontrolar aqui. Falo para mim mesmo fechando os olhos, tentando acalmar meu interior, mas tudo que envolve ela me deixa com raiva.

— Não vem bancar o inocente. A gente já ficou com a mesma garota antes, porque isso agora? Não é você mesmo que diz que ela não é mais nada sua? E outra, você também destruiu a vida dela. Não vem falar como se ela fosse a culpada de tudo que aconteceu.

— Então agora você também está do lado dela?

— Não porra, tô apenas esclarecendo fatos.

Ele fala, e eu continuo encarando o teto com raiva. E o silêncio entre nós se torna ensurdecedor, que até machuca de tão incomodado que se torna. Eu consigo escutar o coração do meu irmão, e o quão agitado ele estava.

Olho para ele finalmente, encarando sua face com seriedade.

"Porra, só foi um beijo... porque ele surtou?" Consigo ler em seus pensamentos.

Ele olha para mim e arregala os olhos.

— Para de lê minha mente, porra. — o moreno vira a cara como se fosse impedir de lê seus pensamentos, mas era incrivelmente inválido.

Conseguir ler mentes era as poucas qualidades que aquela coisa me dava de benefício, em que na maioria das vezes para mim é algo ruim. Pena que não funciona com todos. Ou melhor, que não funciona com uma pessoa.

Olho para frente novamente. Jaden precisava sair dali antes que eu fizesse algo que não quisesse.

— Vou dormir. — ele diz se levantando, mas já era tarde demais.

Agarro a gola de sua camisa e jogo sobre o sofá, finco minha mãos na gola de sua roupa, e sei que despertei ele. Acordei a maldição. Minha pele começa a formigar, como se agulhas inexistentes perfurassem minha pele. Uma sombra macabra cresce em minha mente, e pensamentos obscuros preenchem meu cérebro como se fosse uma névoa densa.

Então, como chuva em um tempo tempestuoso estivesse se espalhando em meu interior, minhas veias absorvem toda cor escuras para si, e uma pequena névoa começa a sair do meu corpo. Uma escuridão anormal começa a sair do meu corpo, me deixando com uma aparência grotesca e ameaçadora.

A raiva se apossa de mim, e eu não vejo mais nada. E sei que agora eu não sou mais o Javon, e sim a porra de um mostro possuído.

— Não fica mais com ela, tá entendendo? Você é meu irmão, porra. Tenha o mínimo de consideração.

Fazia seis meses que eu não despertava essa coisa na frente do meu irmão. Ele estava assustado, e de longe conseguia vê o medo espalhado em seu olhar.

Tudo por culpa dela. Desde do começo sempre foi ela que fazia o prazer de estragar tudo. Quer saber? Eu vou acabar com Lizzy Bell, vou destruir sua vida enquanto ela estiver sobre os muros desse lugar. Ela vai se arrepender de ter voltado, e por algum motivo isso me faz bem.

Eu estou um pouco me fudendo se já tirei a coisa mais especial da vida dela uma vez, eu vou tirar novamente. Mas a diferença é que naquela noite eu fiz isso para protegê-la, mas agora eu vou fazer para destruí-la.

— Fica tranquilo, cara. — ele diz — Agora sai daqui, a névoa tá começando a se espalhar, se continuar vai me matar. Sai daqui logo.

Ele me avisa, e sei que é verdade.

E de repente, como um sopro, eu desapareço.

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⏰ Última atualização: Jun 28 ⏰

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