[20] Foda-se o orgulho.

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𝑯𝒂𝒊𝒍𝒆𝒆 𝑺𝒕𝒆𝒊𝒏𝒇𝒆𝒍𝒅 - 𝑷𝒐𝒊𝒏𝒕 𝑶𝒇 𝑽𝒊𝒆𝒘

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𝑯𝒂𝒊𝒍𝒆𝒆 𝑺𝒕𝒆𝒊𝒏𝒇𝒆𝒍𝒅 - 𝑷𝒐𝒊𝒏𝒕 𝑶𝒇 𝑽𝒊𝒆𝒘

Deitada no sofá da minha sala, sentia meus olhos pesarem, mas me recusava a dormir. Infelizmente nunca fui muito boa em lutar contra o sono, acabei por cochilar sem ao menos perceber. Só acordei quando o som da campainha se fez presente me fazendo dar um pulo de susto.

Esfreguei meus olhos perguntando-me quem estaria a minha porta a essa hora. De todos os nomes que passou por minha mente, nenhum chegaria a Sabrina Carpenter, minha ex que nesse exato momento estava parada a minha frente.

— Posso entrar?

Perguntou sem ao menos me cumprimentar.

Se eu ainda conhecia a loira um pouco poderia dizer que a mesma estava ansiosa. O meu cérebro não parecia raciocinar, era como se estivesse tendo alucinações. Sabrina estava mesmo na minha frente?

— Tudo bem, eu sabia que não deveria ter vindo.

Voltou a falar chamando minha atenção e acabando com os devaneios que perambulavam por minha mente.

Balancei minha cabeça negação, espantando qualquer resquício de sono ou confusão. Sabrina foi virar seu corpo para ir embora, a segurei pelo braço impedindo a mesma de ir sem me dizer o que veio fazer aqui.

— Claro que pode entrar, eu só... Entre.

Falei ainda um pouco atordoada.

A loira me olhou antes de adentrar meu apartamento em passos lentos, fechei a porta e encaminhei minha ex para a sala.

— Quer sentar?

Ofereci, indicando o sofá.

— Na verdade, não. — respondeu negando e respirando fundo logo em seguida. — Eu preciso que você me ouça porque vou falar tudo antes que perca a coragem.

— Sabrina, o que...

— Eu te devo desculpas, ok? — interrompeu-me. — Tenho consciência disso e sei que nada do que disser vai resolver os problemas que te trouxe.

Observei Sabrina esfregar suas mãos ao falar, andar de um lado para o outro e encarar o chão como se procurasse pelas palavras certas.

Não sabia como agir ou o que fazer, tentava pensar em uma forma de acalmá-la, mas a mesma voltou a falar antes que o fizesse:

— Sei muito bem que seus sentimentos agora podem ser os piores possíveis, destruí seu relacionamento e ainda prejudiquei sua carreira. Queria que tudo fosse diferente, mas para variar eu faço as coisas sem pensar e acabo destruindo o que amo.

Amo? Sabrina ainda me ama?

— Talvez você me odeie e sinceramente quero dizer que tem toda razão se me odiar, mas no fundo ainda acredito que haja um pouquinho daquele sentimento bom que compartilhamos no passado então, preciso saber se em algum lugar ai dentro de você guarda algo sobre mim... Ou sobre nós que me de esperança.

Ela parou seus movimentos, me olhou e se calou. Sua respiração ofegava, as pupilas estavam dilatadas e a ponta de seus pés batiam contra o chão demonstrando ainda seu nervosismo.

Na minha cabeça todas suas palavras pareciam se conflitar, meu coração palpitava só de perceber que minha ex estava se declarando.

— Sabrina, eu...

— Hailee, eu só preciso de um sinal. — interrompeu-me mais uma vez. — Acabei de aceitar que a minha felicidade, a única pessoa que consegue me fazer transbordar esse sentimento é você.

Suspirou, dando um passo em minha direção.

— Cansei de não ser verdadeiramente feliz. Todos esses anos tentei te esquecer, mas na verdade eu só consigo te amar mais.

Deus, ela falou que me ama novamente?!

— Sim, Steinfeld. Eu te amo.

Mais um passo e foi o suficiente para estarmos frente a frente, seus olhos castanhos fixos nos meus. Sabrina fechou os olhos por alguns segundos, mordendo seus lábios e por fim, me encarando novamente. Senti meu corpo inteiro reagir, havia tanta intensidade em seu olhar. A loira estava tão decidida do que queria e as palavras a seguir só me surpreenderam ainda mais.

— Foda-se o orgulho, qualquer medo ou insegurança... — puxou o ar, o soltando com força. — Estou aqui pra admitir que ainda quero você e estou disposta a te reconquistar se for preciso. Só me diga se eu devo ou não sumir da sua vida.

Estava estática, absorvendo todas as palavras ouvidas até agora e não acreditando que Sabrina estava mesmo ali. Não sei quanto tempo fiquei a encarando sem reação, talvez eu precisasse de algo para ter certeza que tudo era real. E hoje, aparentemente a loira estava lendo todos meus pensamentos já que sem receber uma resposta preferiu tomar uma atitude.

Suas mãos tocaram meu pescoço, suspirando antes de puxar meu rosto contra o seu e colar nossos lábios. A boca gelada me arrepiou, mas apenas aquele selar foi o suficiente para sentir a mesma maciez de antigamente. Sabrina entrelaçou os dedos no cabelo de minha nuca, deitando minha cabeça e forçando meus lábios a se entreabrirem para sua língua tocar a minha. Suspirei, relaxando completamente e retribuindo aquele beijo cheio de sentimentos. Toquei sua cintura, colando seu corpo no meu e a puxando cada vez mais contra mim.

Meu coração estava acelerado, sentir o beijo de Sabrina me deixava em êxtase como se fôssemos aquelas duas adolescentes despreocupadas com o futuro. Eu sentia sua falta, eu a queria e apesar de tudo... Eu ainda a amava. Admitir isso para mim mesma só me dava a certeza que queria falar todos os "sim" possíveis para essa mulher.

E assim como tudo começou de repente e rápido foi como acabou. Sabrina separou nosso beijo, mal consigo saber quanto tempo durou, só sei que a loira tinha um sorriso enorme no rosto ao me olhar.

— Não precisa me dizer nada, já consegui minha resposta. — seus lábios tocaram os meus novamente, dessa vez um selinho. — Até mais, Hailee.

Parada em meio à sala do meu apartamento, acordei do transe em que fiquei e quando percorri meu olhar pelo local percebi estar sozinha, e tudo que ficou foi o cheiro dela.

Sabrina acabou de declarar seu amor por mim, me beijar e sumir como em um passe de mágica. Meus dedos tocaram meus próprios lábios, era como se sentisse ela ali, me beijando e tocando como antigamente.

Suspirei, deixando um sorriso escapar logo em seguida. Neguei com a cabeça, lembrando de cada palavra que saiu por sua boca e sussurrei para mim mesma:

— Eu também te amo, Sabrina.

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