Cap. 13.: As luzes do parque.

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Já se passaram 5 dias de janeiro, Yasmin estava em seu ateliê com Eva, ela estava quase terminando uma escultura, Jordana ficou de passar para deixar uns materiais de arte que havia comprado para a amiga, logo o interfone estava tocando, Yas atende e ouve a voz de Jordana então abre o portão e avisa que esta no ateliê, alguns minutos e a amiga bate na porta anunciando que já está ali.

- Meu Deus Yas, está ficando lindo.

Ela diz com animação na voz se referindo a escultura da amiga, Yasmin sorri fraco, ela imaginava como deveria estar mas gostaria mesmo era de poder ver, apesar de tocar e conseguir sentir cada detalhe nada era igual como enxergar, poder ver as cores, as texturas, as formas, Yasmin sentia muito a falta disso.

- Ah eu tento né.

Jordana se aproxima da amiga colocando as sacolas que trouxe em cima da bancada que tinha ali.

- Deixe de besteira você faz muito bem, essa vai fazer parte da exposição da faculdade?

A faculdade de Yasmin faria uma exposição com as peças dos alunos que cursavam artes, ela respira fundo e dá de ombros.

- Eu não sei, mas acho que sim.

Jordana percebe o olhar triste da amiga, ela imaginava o quanto deveria ser difícil fazer algo tão bonito e não conseguir ver.

- Bom eu vou torcer pra que sim, com certeza será uma das peças mais bonitas.

Ela diz gentilmente enquanto passa um dos braços em volta do ombro de Yasmin lhe abraçando de lado, Yas se vira na direção da amiga e sorri.

- Obrigada, quer um chá?

Jordana era a amiga natureba' da turma como eles diziam, amava um chá, ervas e tudo que fosse natural, ah também era vegana.

- Claro que sim.

Ela diz animada, Yasmin se levanta do banquinho mas logo recua devido a pontada forte que sentiu em suas costas.

- Aah.

Ela reclama, Jordana se apressa em ajudar a amiga apoiando-a.

- Yas? Você está bem?

Yasmin balança a cabeça positivamente, respira fundo e então endireita seu corpo.

- Tudo bem, foi só uma dor nas costas.

Ela diz dando um sorriso, mas aquilo não convenceu Jordana, já fazia um tempo que Yasmin sentia dores principalmente nas costas e aquilo a estava preocupando.

- Acho melhor irmos ao médico.

Yasmin faz uma careta negando com a cabeça.

- Não, ta tudo bem, vou ir fazer o que no médico? É só eu tomar um dorflex.

Ela diz convincente, mas Jordana não caia naquele papo.

- Primeiro que auto medicação é crime, você pode acabar agravando algo que poderia ser fácil de curar se você tivesse ido ao médico.

Yasmin revira os olhos pois sabia que agora a Jordana responsável havia despertado e não a deixaria mais em paz.

- Segundo que você anda sentindo essas dores já tem um tempo, não tem mais conversa, vamos ao médico agora, se ele falar que esta tudo bem ok.

Yasmin bufa chateada, ela odiava hospitais ainda mais depois de seu acidente, ela fazia de tudo pra não ir em um.

- Olha eu sei que você não gosta de hospitais ok? Mas eu vou estar com você e acredite vai ser melhor você ir comigo do que com a sua mãe.

Jordana dizia calma e com um certo tom de deboche na última frase e realmente Yasmin preferia qualquer coisa menos ir ao hospital com sua mãe.

- Tá, ta bom, mas se ele falar que está tudo bem e está, você não vai mais me encher com isso.

Yasmin diz firme fazendo a amiga lhe prometer que não a perturbaria mais, Yas vai até sua casa e Jordana a ajuda a se arrumar afinal ela estava toda suja devido a escultura.

De um lado da cidade não tão distante assim da casa de Yasmin, Luísa estava arrumando seu cabelo e fazendo maquiagem para ir a uma sessão de fotos e depois teria a gravação de um podcast.

- Mano como você não conseguiu nada?

Luísa perguntava incrédula para sua assessora, a mesma estava a dias tentando descobrir sobre Yasmin, já havia tentando achar a menina nas redes sociais mas não teve sucesso, Luísa até imaginou o porque, agora ela estava indo aos comércios da região onde ficava o parque que ela tinha ido para saber se alguém conhecia Yasmin, aliás ela não, era sua assessora que estava fazendo todo esse corre' depois de Luísa surtar e dizer que abandonaria tudo para achar Yasmin se ninguém a ajudasse.

- Lu, desculpe, mas é quase impossível achar uma menina e um cachorro numa cidade do tamanho de São Paulo.

Luísa fez cara de culpada por ter gritado com Lara, afinal ela está mesmo tentando ajuda-la.

- Desculpa Lara, mas cara não é possível, alguém precisa conhecer ela, ou pelo menos ter visto, já sei !

Luísa dá um pulo da cadeira assustando todos ali, ela parecia ter tido a ideia do século.

- E se a gente tentar puxar as imagens das câmeras de segurança da região? Pô é São Paulo, todo lugar tem câmera.

Ela diz com a animação de uma criança pro natal, Lara acaba rindo da inocência da jovem.

- Luísa pra gente conseguir as imagens das câmeras de segurança teríamos que ter um mandato policial e pra gente conseguir isso teria que ter acontecido um crime extremamente grave ali.

Luísa volta a se sentar na cadeira e como dizem por aí poderíamos ver seu brilho sumindo outra vez enquanto Lara continuava.

- E até onde eu sei tanto você quanto a menina estão vivas né? Ou seja todo mundo em segurança, não tem crime, não tem mandato e não tem imagens das câmeras de segurança.

Ela diz por fim, Luísa revira os olhos extremamente chateada pois queria conseguir alguma coisa.

- Se você ao menos tivesse tido uma conversa útil com ela.

Alex resmunga sentado no sofá enquanto mexia no celular, Luísa volta seu olhar para ele então lhe joga uma almofada na cara que solta um: Ai e é ignorado por Luísa que logo o questiona.

- O que seria uma conversa útil Alex?

O jovem revira os olhos voltando sua atenção para seu celular enquanto responde.

- Ué, perguntado de onde ela era, se ela estuda, onde estuda, se trabalha e onde trabalha, se ela era cega de nascimento ou que aconteceu pra ela ficar cega, essas coisas Luísa, uma conversa útil.

Ele termina voltando a olhar para a amiga que parecia pensar no que acabava de ouvir.

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