Cap. 37.: O acidente

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Na delegacia Luísa tomou vários calmantes mas nada conseguia acalma-la, ela andava de um lado pro outro na sala que reservaram para eles esperarem, logo um policial entra na sala.

- Policial, alguma notícia?

Luísa pergunta assim que vê a porta se abrir, todos olham ansiosos para ele que sorri gentilmente.

- Sim, aparentemente elas estão na rodovia indo sentido a fronteira com o Paraguai, nossas câmeras de trânsito pegaram imagens, já acionamos a Polícia Rodoviária Federal, eles vão fazer um cerco para pegarem elas e trazem a jovem Yasmin de volta sã e salva.

Ele diz sorrindo a confiança que ele passa trás uma paz enorme aos amigos de Yasmin, menos a Luísa, ela só conseguiria ter paz outra vez quando Yasmin estivesse nos seus braços novamente.

No carro Débora relembrava momentos de quando as duas estavam juntas e até inventou novas memórias, Yasmin percebeu como Débora estava doente, ela não podia estar acreditando naquilo.

- Pra onde você vai me levar Débora? Eu quero ir pra casa.

Yasmin diz firme, Débora sorri.

- Nós estamos indo pra casa amor, nossa nova casa no Paraguai.

Ela diz de forma simples fazendo Yasmin entrar em desespero, Débora a estava tirando do país? Ela não podia deixar isso acontecer, ela preferia morrer do que passar mais tempo com Débora o desespero lhe toma conta, ela só conseguia pensar em Luísa, em sua mãe e seus amigos, ela ouve barulhos de caminhões e então deduziu que estavam numa rodovia, era isso, a única saída que ela tinha, Yasmin tremia num misto de medo e de raiva, ela só queria acabar com aquilo, ela só queria parar com aquele sofrimento, ela então vira seu rosto em direção a janela e embargada pelo som do riso de Luísa que ela mantinha vivo em sua memória, ela respira fundo.

- Me perdoa meu amor, eu te amo.

Yasmin diz num sussurro se despedindo de Luísa com as lágrimas caindo pelo seu rosto, ela leva sua mão até o cinto de segurança o soltando, Débora que ainda tagarelava sobre o que iriam fazer no Paraguai e como seriam imensamente felizes dali pra frente acaba nem percebendo Yasmin soltar o cinto, Yasmin concentra sua audição na rodovia para pegar o momento exato que viria um dos grandes e assim foi, logo que Yasmin ouviu os pneus ela pulou em cima de Débora a mesma se assusta.

- YASMINNNNN.

Débora grita perdendo o controle do automóvel, ela que estava em uma velocidade considerável, acaba atravessando a rodovia e indo parar na outra via, de encontro com elas vinha um caminhão bi trem extremamente grande e pesado, ele não consegue frear e bate com tudo no carro, Yasmin por estar sem cinto foi lançada para fora do veículo e para no acostamento, Débora fica presa nas ferragens porém o veículo pouco tempo depois pega fogo, todo o trânsito para, ligam para Polícia Rodoviária, ambulância, bombeiros, não demora muito para reconhecerem.

- É a menina que esta sequestrada!

Alguém exclama, muitos filmavam e tiravam fotos do acidente, não demorou para os primeiros carros da Polícia chegarem.

Luísa começa a passar muito mal no exato momento que Yasmin sofre o acidente, seu peito dói demais, uma falta de ar muito grande, ela é amparada pelos amigos que a colocam sentada, ela entra numa crise de choro extremamente forte, ninguém ali consegue entender mas Luísa sentia, ela sentia que Yasmin não estava bem.

No mesmo momento Yasmin estava sendo socorrida, já haviam bombeiros, ambulância, paramédicos, polícia, todo o perímetro foi cercado, esperavam pelo helicóptero águia, Débora não resistiu aos ferimentos e ao fogo, quando o socorro chegou ela já estava morta, Yasmin estava viva porém em estado gravíssimo, ela precisava do helicóptero pois era sua única chance, os policiais pegaram a placa e viram que era o carro que eles estavam procurando, logo avisam o DP em São Paulo responsável pelo caso.

Na delegacia assim que a notícia chega foi uma correria, o policial que havia falado com eles antes entra na sala correndo dessa vez, todos que tinham sua atenção em Luísa que estava passando mal, voltam sua atenção a ele assim que o mesmo adentra a sala.

- Acharam.

Ele diz afobado, Luísa levanta bruscamente da cadeira sendo amparada por Jordana.

- Ela ta bem?

O policial tinha um semblante abatido naquele momento.

- A Polícia Rodoviária nos ligou, houve, um acidente pessoal.

Ele começa a falar devagar, o que irrita demais a Luísa.

- Cadê a Yasmin?

É a única coisa que ela consegue falar, o policial limpa a garganta antes de continuar.

- Houve um acidente na rodovia, e foi com o veículo que nós estávamos procurando, as duas estavam nele, pelo o que disseram a motorista faleceu e a outra jovem esta esperando o helicóptero águia, eles perguntaram se tem algum hospital de preferência pro águia levar a jovem? Ela está em estado grave.

Luísa sente seu mundo desabar ali, sua visão escurece e ela só sente braços a segurarem, Luísa desmaia, após alguns minutos ela recobra a consciência.

- Yasmin.

É a primeira coisa que ela consegue pronunciar ainda fraca, Lara e Jordana que estão ao seu lado tentam acalma-la.

- Calma Lu, já acharam ela, ela está no helicóptero vindo pro hospital Albert Einstein.

Lara explica enquanto Luísa vai recobrando sua consciência e suas forças por completo, Pedro, Tomás e Alex foram até a rodoviária buscar a mãe de Yasmin que tinha vindo de ônibus para não correr o risco de sofrer um acidente por estar nervosa eles iriam com ela direto pro hospital, as meninas ficaram para cuidar de Luísa e uma viatura da polícia também as levariam para o hospital.

- Deus por favor.

Era a única coisa que Luísa conseguia repetir baixinho por todo o caminho até o hospital, lá já havia uma equipe de trauma esperando Yasmin, quando Luísa chega ela é recebida pela chefe da equipe a doutora Bárbara, ela começa a falar com eles e a explicar o que um acidente dessa proporção pode causar, ela não queria enche-los de esperança, não demora muito para o helicóptero chegar no hospital, todos ali esperavam ansiosos, a mãe de Yasmin já havia chegado e também aguardava ansiosa pela chegada da filha.
Quando Luísa vê o helicóptero descendo, ela só consegue repetir a mesma oração, a porta se abre e os paramédicos tiram Yasmin numa maca, cheia de fios, envolvida em uma manta térmica, a mãe de Yasmin começa a chorar desesperadamente, havia muita dor em todos ali, Luísa se mantinha estática.

- Yasmin.

É a única coisa que ela consegue pronunciar antes de ser tomada pelo choro, Yasmin é levada as pressas pela equipe médica, todos ali já sabiam que cada segundo contava para salvar a vida de Yasmin.

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