Cap. 44.: O canil

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Pedro logo retornou a casa de Sonza trazendo consigo toda a documentação de Eva.
Ele, Yasmin e Luísa leram e releram todos os papéis.

- Gente, eu não to ficando doida, aqui não tem nada falando que eles podem pegar a Eva de volta.

Yasmin disse, depois de ler todos os documentos por três vezes, Luísa respira fundo.

- Realmente, não tem nada e se não tem nenhuma cláusula que diga que você tem que devolver a Eva caso voltasse a enxergar, então você não tem que devolver.

Ela diz encostando no sofá, logo eles ouvem a campainha tocar e como imaginaram era o advogado de Luísa

- Que bom que veio Roberto, tudo bem?

Luísa o cumprimenta com um aperto de mão, o senhor de cabelos grisalhos se senta no sofá.

- Em que posso ajudar?

Ele questiona e os três se entre olham.

- Eu adotei um cão guia de serviço, mas agora voltei a enxergar e o canil quer que eu devolva ela.

Yasmin responde o senhor a olha confuso.

- Como assim?

Ele questiona e eles explicam toda a história, Yasmin e Pedro repassaram várias vezes como tudo aconteceu quando eles foram buscar a Eva, o advogado leu e releu toda a documentação e então chegou na mesma conclusão que Luísa.

- Bom, se em contrato não há nada especificado que Yasmin precisaria devolver a cadela caso voltasse a enxergar, então ela não tem obrigação nenhuma de devolver, além do mais já foram feitos laços de amor com a cadela tanto por parte dos humanos quanto por parte do próprio animal.

Ele explica e todos suspiram aliviados.

- Então o que iremos fazer?

Luísa questiona.

- Bom, eu vou examinar todos os documentos com mais calma e entrar em contato com o canil para saber melhor sobre a situação.

O advogado então ficou com toda a documentação e disse que entraria em contato com o canil, e caso eles insistisse em pegar Eva de volta então ele abriria um processo contra o canil, mas garantiu que de uma forma ou de outra Yasmin não ficará sem sua cadela, o que deixou todos muito mais tranquilos em relação aquilo, após sua conversa o mesmo vai embora.

Yasmin passou os dias seguintes normalmente, seguindo sua fisioterapia que já era a décima sessão, ela e Luísa haviam conversado e decidiram marcar um psicólogo e um psiquiatra para Yasmin afinal ela passou por muita coisa e precisava entender tudo o que viveu, entender seus traumas e principalmente entender a si mesma, Luísa também continuava seu tratamento com psicólogo e psiquiatra, ela já não precisava tanto dos remédios para dormir, aliás desde que ficou com Yasmin o uso dos medicamentos caiu 90% usava geralmente só quando estava realmente muito ansiosa ou algo do tipo, ela agradecia aos céus por ter Yasmin.

Após a sessão de fisioterapia Yasmin já emendou a sessão com psiquiatra que era por vídeo chamada, ela ia uma vez por semana presencial e uma vez por semana era por vídeo chamada.

Yasmin estava tentando entender o que a prendia tanto, porque ela não conseguia nem entrar no ateliê que Luísa fez com tanto carinho para ela, o psiquiatra disse que provavelmente era porque mexer com a arte era como lembrar de um dos momentos mais difíceis de sua vida, ele disse também que não é porque Yasmin foi forte o tempo todo que tudo aquilo não tenha doído, a arte foi um válvula de escape afinal Yasmin não conseguia falar, não conseguia chorar, não conseguia gritar e seu subconsciente precisava extravasar de alguma forma e a forma que achou para isso foi através da arte, Yasmin achou interessante isso pois nunca tinha pensando dessa forma.

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