CAPÍTULO 13

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ANY NARRANDO

Ainda tentava asimilar o que meu pai havia dito. Era evidente que ele não estava brincando quando disse que enquanto minha relação com Elisa não melhorasse, ele não me entregaria a chave do AP.

Como irei melhorar a relação com Elisa se ela sempre faz questão de tornar tudo difícil, se ao menos pudesse fingir..

Eu: É isso, e se eu fingisse que estou me dando bem com Elisa para o meu pai? - Perguntei a mim mesma enquanto andava de um lado para o outro no meu quarto.

O problema é que Elisa jamais acreditaria na minha mudança de comportamento repentina e aí certamente tudo iria por água abaixo, mas e se eu propor que ela me ajude no fingimento e em troca ela se ver livre de mim

Ela não irá recusar, já que me odeia e certamente está doida que eu vá embora.

Saí do meu quarto e já entrei direto no quarto de Elisa, ela não estava, porém sabia que não iria demorar, já que sua voz se fazia presente nas escadas.

Elisa: Acho que preciso trocar a fechadura dessa porta. - Referia-se a porta de seu quarto

Me virei para encarar Elisa ignorando totalmente o que ela havia dito.

Eu: Quero te fazer uma proposta - Fui direto ao ponto

Elisa ergueu as sobrancelhas e me encarou com um olhar desconfiado.

Elisa: Proposta? Que proposta? Olha se for pra sair com você, não rola pimentinha, todo respeito, você não faz meu tipo.

Eu: Primeiro que eu faço o tipo de todo mundo. - Sorri convencida. Segundo, para de ser idiota. - Bufei irritada
Elisa: Tá bom, tá bom. Fala logo o que você quer. - Disse impaciente
Eu: Seguinte, preciso que me ajude a convencer meu pai que a gente está se dando super bem.

Elisa gargalhou como quem tinha acabado de escutar uma piada.

Eu: Qual é a graça? Estou falando sério.
Elisa: Aí pimentinha, é cada ideia que passa por esse seu cabeção
Eu: Eu não tenho cabeção. - Retruquei irritada. - Escuta, essa proposta será boa para nós duas.
Elisa: Ta ok, você tem 5 minutos para tentar me convencer a aceitar
Eu: Se conseguirmos convencer meu pai que estamos nos dando bem, ele entrega a chave do meu ap e eu vou embora dessa casa.
Elisa: Ok, Conseguiu me convencer!
Eu: Sabia que aceitaria! - Sorri aliviada.

Elisa e eu conversávamos sobre como poderíamos fazer para sermos mais convincentes, pois o intuito era que nossos pais realmente acreditassem nessa boa relação de faixada.

Elisa: Como assim postar foto com você no Instagram, nem ferrando que vou te dar essa moral.
Eu: Não é pra postar no feed. Você e meu pai se seguem no Instagram, certo, então coloque ele nos melhores amigos e vez ou outra a gente finge que está fazendo algo juntas
Elisa: Estou começando a odiar essa ideia.
Eu: Ele tem que acreditar, esqueceu? Como iremos provar que temos uma boa relação se ele não estará aqui para ver?
Elisa: E porque não espera eles chegarem de viagem ?
Eu: Porque será muito mais difícil engana-los pessoalmente, com eles longe fica fácil fingir que estamos assistindo um filme ou jogando alguma coisa, sei lá.
Elisa: Faz sentido! Ta Ok, eu topo!

Sorri confiante! É óbvio que nunca foi minha intenção enganar meu pai, mas será por uma boa causa.
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ELISA NARRANDO

Carla: Elisa, desce logo. Já estou indo.

Os gritos da minha mãe invadiam meu sono profundo. Não passava nem das 8h da manhã ainda.

Essa gritaria logo cedo tinha um motivo e era a viagem que ela iria fazer com meu padrasto para Nova York.

Eu: Já vou! - Gritei de volta.

Me levantei rápido e fui para o banheiro fazer minha higiene matinal, vesti a primeira roupa que vi pela frente e assim que abri a porta para sair me deparei com Any me esperando parada igual uma estátua.

Eu: Caramba, que susto! Que foi agora ?
Any: Então, achei que seria interessante descermos juntas, sei lá. Vai ser bom fazer essa aparição logo.
Eu: Sério ? - Disse enquanto arrumava meu cabelo com as mãos .
Any: Só me escute, vamos descer rindo como se estivéssemos acabado de ver algo engraçado, sei lá.

Fernando: Any, cadê você? - Dessa vez foi meu padrasto quem gritou.
Any: Já estou indo, papai. - Gritou de volta
Any: Vem, vamos logo. - Any me puxou pelo braço e me arrastou rumo às escadas.
Any: Vai, fala algo engraçado rápido.
Eu: Algo engraçado rápido.

Repeti o que ela acabara de dizer no intuito de irritá-la e em vez disso, Any soltou uma gargalhada de verdade, o que me deu o maior susto.

Any: Como você é engraçada, Elisa.

Eu continuava encarando-a perplexa. Any não estava brincando de atuar, de fato ela incorporou uma atriz.

Carla: Finalmente as mocinhas apareceram.

Minha mãe falou assim que nos avistou. Meu padrastro nos encarava surpreso, talvez por ver nossa aproximação tão repentina. Soltei um sorriso mais falso que consegui naquele momento.

Fernando: Vejo que estão de bom humor. Fico feliz.
Any: Sim, papai. Impossível ficar triste ao lado de Elisa, ela é tão engraçada. - Any sorriu me encarando e eu retribui falsamente.
Carla: Que bom que finalmente estão se dando bem.
Fernando: O que aconteceu? Até ontem vocês mal conseguiam ficar no mesmo local
Eu: Então, Any foi até meu quarto pedir perdão e eu resolvi dar uma chance para finalmente termos uma boa relação. Sabe como é, né, essas adolescentes não pensam muito nas consequências de seus atos.

Enquanto eu falava, lançava uns olhares de relance para Any e a mesma mantinha um sorriso forçado estampado em seu rosto. Quando menos esperei, Any se aproximou de mim e de maneira disfarçada me beliscou nas costas.

Eu: Aiii! - Gritei
Carla: Que foi, filha? Está tudo bem? - Perguntou preocupada
Eu: Sim, está! Senti uma câimbra na perna, nada sério, já passou. - Menti.
Any: Papai, trás uma lembrancinha, por favor. - Any pediu
Fernando: Não está irritada ou triste por não estar indo com a gente?
Any: Não, papai. Eu entendi que errei e que mereço está de castigo, além do mais, será ótimo passar esses dias com minha Irmanzinha. - Any sorriu.

Any merecia com certeza um prêmio Nobel pela excelente atuação, impecável.

Carla: Meninas, se comportem e qualquer coisa liguem.
Fernando: Fiquem bem, e Elisa, cuide da minha princesa. - Disse enquanto se aproximava da filha dando-lhe um beijo na testa

Eu: Pode deixar que cuidarei muito bem da pimen.. da Any. - Corrigi rápido.

De maneira inesperada puxei Any para um abraço e a mesma retribuiu. Nos despedimos de nossos pais e quando eles viraram as costas nos desgrudamos rapidamente.

Any: Idiota!
Eu: Enjoada!

PROIBIDA PARA MIM! - Elisa de AlmeidaOnde histórias criam vida. Descubra agora