CAPÍTULO 9

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ANY NARRANDO

Nada, absolutamente nada do que Sarah falava, eu estava prestando atenção. Minha mente estava dominada pela raiva, Elisa tinha esse efeito sobre mim. Ainda conseguia escutar o som de sua voz presunçosa me chamando de pimentinha.

Sarah: Será que dá pra você prestar atenção na porra da matéria. - Uma caneta voou na minha testa me fazendo despertar dos meus pensamentos.
Eu: Estou prestando atenção, Sarah! - Menti
Sarah: Sobre quem eu estava falando ainda agora ?
Eu: Freud ? - Sorri sem graça.

Era óbvio que não era sobre Freud, pois já tínhamos estudado sobre suas teorias patéticas no semestre passado.

Sarah: Sério, Any. O que está acontecendo com você?
Eu: Nada ué.
Sarah: Você pediu que eu viesse pra sua casa pra gente fazer o trabalho e até agora não saímos da introdução.

Meu amor pela psicologia veio desde o primeiro contato que tive com a minha psicóloga, Raquel. Sempre achei fantástico entender o comportamento humano ou a maneira como a nossa mente funciona. Por exemplo: A mente de um psicopata ou Serial killer antes de praticar tal ato ou entender a mente de um atleta, sempre tive fascínio por isso e acabei arrastando Sarah para esse mundo também. E já estamos no terceiro período.

Para esse semestre, Rafael nosso professor, passou um estudo de caso clínico caótico e só temos uma semana para entregarmos.

Sarah: A verdade é que estou zero animada para fazer esse estudo de caso.
Eu: Um saco, né?!
Sarah: Que saber, acho que devemos largar essa merda aqui e irmos pra La Ferme rebolar a raba, conhecer uns Boys e tomarmos uns bons drinks.
Eu: Drinks e boys? É disso que estou precisando, Sarita! - Gritei animada
Sarah: Fechou! Vou pegar uma roupa sua, nem fudendo que vou em casa me arrumar
Eu: Fique à vontade, vadia. Guarda roupa é nosso.

Minha relação com a Sarah vai muito além da amizade, é uma irmandade. Ela e meu pai são tudo pra mim. Tia Sônia, sua mãe também, tenho como se fosse minha segunda mãe.

Sarah: O que acha desse?

Sarah tirou do meu guarda roupa um conjunto de saia MIDI com cropped de cetim branco onde tinha algumas pedrarias

Eu: Uau! Você vai ficar incrível! Aproveita e escolhe um pra mim.

Não demorou muito para minha amiga aparecer com um vestido que eu nunca tinha usado de pedrarias em prata curto e decotado, divino!

Sarah: Vadia, hoje a noite é nossa! - Sua  risada estérica preencheu o silêncio do quarto e eu ri junto.


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A música eletrônica tomava conta do enorme local. La Ferme estava lotado como sempre, era uma das melhores opções para se curtir a noite.

Sarah: Duas doses de tequila para começarmos a noite com tudo ? - Minha amiga me perguntou animada
Eu: Com certeza! - Sorri em confirmação

Sempre que saímos juntas era um evento à parte, Sarah era um verdadeiro furacão, apesar de ser mais velha do que eu, minha amiga parecia ter vários parafusos a menos.

O garçom nos serviu as doses de tequila enquanto fazíamos um check-up no local em busca dos boys.

Sarah: Um brinde a nós, vadia! - Minha amiga levantou sua dose de tequila e eu fiz o mesmo.
Eu: Um brinde a nós!
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ELISA NARRANDO

Eu estava morta de cansada. Tivemos uma tarde de treino exaustiva, acabei me machucando, felizmente não foi nada grave, o que significa que estou confirmada para o confronto contra o Guingamp que acontecerá na próxima semana.

Sakina: Tô azul de fome. Comeria muito uma comida mexicana com bastante pimenta.

Sorri ao escutar a última palavra que saiu da boca da minha amiga.  Pimentinha foi o apelido que dei à Any, em pensar que esse apelido só surgiu por conta de um babydoll, e o que é mais engraçado é que ela não faz nem ideia que é por conta disso. Perturba-la é com certeza meu passa tempo preferido.

Grace: Elisa, vai com a gente ? - Minha amiga perguntou ao chegarmos no vestiário
Eu: Pra onde ? - Perguntei 
Grace: Vamos jantar aqui perto do CT. Saki quer comida mexicana e eu vou de Japa mesmo.
Eu: Ah, meninas, por hoje eu dispenso. Tô doida pra chegar em casa e colocar uma compressa de gelo nessa perna, quero está bem até o jogo.

Penteei o cabelo, me despedi das meninas e segui até meu carro. Como moro bem perto do CT, cheguei bem rápido. Casa parecia um velório,não tinha uma alma viva.. Passei na cozinha, peguei a compressa de gelo e subi direto para o meu quarto, antes de entrar dei uma olhada e vi que a porta do quarto de Any estava fechada, certamente ja estava dormindo conclui em meus pensamentos.

Porta do meu quarto estava entreaberta, o que me causou estranheza, pois lembro bem de ter fechado antes de sair.

Assim que entrei no quarto meu pé tropeçou em algo que não conseguia identificar o que era, iluminei com o celular para ligar a luz e BUM, Any jogada em cima da minha cama com o pé imundo e com um vestido que tinha mais brilho do que as estrelas do céu.

Eu: Any, vaza da minha cama agora! - Gritei irritada

PROIBIDA PARA MIM! - Elisa de AlmeidaOnde histórias criam vida. Descubra agora