Capítulo 22

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ELISA NARRANDO

Tudo parecia bom demais pra ser verdade. Desde que Clara, minha primeira namorada e eu terminamos, fechei meu coração para o mundo me dedicando exclusivamente ao futebol.

O fim do nosso relacionamento foi devastador pra mim, sofri muito. Tenho essa pose de durona, mas no fundo sou uma bobona intensa. Clara escolheu seguir sua carreira de modelo e me deixou na pior.

Fiquei tão cega de amor que quase larguei meu sonho de ser jogadora para ir atrás dela. Foi difícil me recuperar, então, por muito tempo me convenci de que não precisava de mais ninguém na minha vida. Mas o destino foi lá e colocou Any no meu caminho e de repente vi tudo mudar.

Any era diferente de tudo que eu já tinha conhecido. Seu jeito petulante e sua disposição para rebater minhas implicâncias, sempre com a língua afiada, seu jeito único de franzir a testa enquanto faz bico, ali eu vi meu mundo virar de cabeça pra baixo. Me vi completamente envolvida nessa mistura louca.

Agora, aqui estou eu, completamente apaixonada e rendida com ela escorada em meu ombro enquanto contemplamos o pôr do sol lá fora após nosso beijo.

Any: O que está pensando? - Any pergunta quebrando o silêncio
Eu: Em você, linda!

Any me encarou com um sorriso e me deu um selinho

Any: Não tem necessidade de pensar em mim, estou bem aqui do seu lado, bobinha.
Eu: Só estar ao meu lado não basta. Tem que está nos meus pensamentos também.
Any: Nossa, quem diria! Pelo visto consegui conquistar a temível Elisa de Almeida. Que honra!
Eu: Esse mérito é pra poucas, tá. Então trate de me valorizar - Sorri e Any retribuiu me dando um tapinha na perna.

Meu alarme disparou no celular sinalizando que já estava na hora do treino. Senti uma pontada de angústia, pois sabia que teria que me separar de Any, mesmo que só por algumas horas.

Eu: Linda, não quer me acompanhar hoje no treino?
Any: Não posso. Tenho que fazer alguns trabalhos da faculdade.

Fiz beicinho e Any soltou uma gargalhada, incrível que quando estamos apaixonadas, tudo que a outra pessoa faz se torna único, até mesmo o som de uma gargalhada.

Any: Elisa, O que vamos fazer ? - Any perguntou em tom sério e sabia que sua preocupação quanto aos nossos pais era evidente
Eu: Por enquanto, vamos ficar as escondidas. Vou tentar convencer minha mãe de preparar seu pai.
Any: Isso será impossível. Meu pai jamais irá aceitar
Eu: Linda, ele tem que respeitar sua vontade, aliás, você já é maior de idade. Olha, não vamos pensar nisso agora. Você confia em mim?
Any: Claro que confio!

Sorri enquanto puxava any para mais um beijo. De repente senti uma onda de tristeza invadir meu interior, não sei explicar, como se fosse uma sensação ruim.

Eu: Any, só me promete que não irá desistir de nós, por favor. - Minha voz soou triste.
Any: Que foi, parece triste.
Eu: Não sei, uma sensação ruim do nada.
Any: Relaxa, minha estressadinha. Vai dar tudo certo!
Eu: Estressadinha? De onde você tirou isso?
Any: Ué, você me apelidou de pimentinha só por causa de um babydoll, achei que você também merecia um apelido. E não podemos esquecer o quanto você se estressa nos jogos, principalmente com a arbitragem.

Caí na gargalhada e Any fez o mesmo. Liguei o carro e dei partida, já estava atrasada e ainda precisava deixar Any em casa o que não demorou muito, já que estávamos apenas a duas ruas da minha casa.

Eu: Beijo, minha pimentinha. Até daqui a pouco.
Any: Beijo, minha estressadinha!

Any e eu nos beijamos e ela desceu do carro e eu marchei para o treino.
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ANY NARRANDO

Estava me sentindo radiante. Elisa tem essa facilidade em deixar tudo perfeito.

Entrei em casa cantarolando e antes de subir para o quarto, fui até a cozinha pegar um copo de água. Distraída, não percebi quando Carla, minha madrasta se aproximou.

Carla: Escuta aqui, garota! Quero você longe da minha filha.
Eu: É mesmo, me dê um motivo para isso? - Disse enquanto bebia minha água
Carla: Achei que o fato de serem irmãs significasse algo para você, mas pelo visto, você é mais desmiolada do que pensei.
Eu: Escuta aqui ..
Carla: Escuta aqui você, pirralha. Quero que faça Elisa esquecer essa maldita paixão.
Eu: É mesmo, e porque eu faria isso? - Dei mais um gole na minha água
Carla: Porque se não fizer o que eu quero, eu mando dar um fim naquela vida medíocre que sua querida mamãe está vivendo. É isso que você quer?

Senti o copo escorregar das minhas mãos quebrando-o em cima do meu pé.

Eu: Do que você está falando. Você não conhece minha mãe. Está blefando.
Carla: Conheço, querida. Pode ter certeza que eu a conheço e acho que você deveria conhecê-la também, mas para isso, basta fazer o que eu quero.
Eu: Não acredito em você. Meu pai teria me dito alguma coisa.
Carla: Garota, seu pai não tem a mínima de onde ela está. Quem a encontrou foram os meus contatos.

Senti as lágrimas molharem meu rosto. A oportunidade de finalmente conhecer minha mãe estava em minhas mãos. Como sonhei com isso.

Eu: Tá legal, o que quer que eu faça? Arrangue o coração da sua filha para não ter que sentir mais nada ? - Limpei as lágrimas
Carla: Mais ou menos isso. Mas aí o que você vai fazer, já não é problema meu, eu só quero que acabe com isso.
Eu: Como você pode ser tão cruel. Estamos falando da sua filha.
Carla: Já vi Elisa querer jogar tudo para o alto por conta de uma paixão idiota. Infelizmente minha filha é fraca quando se trata de sentimentos.
Eu: Sua víbora. Vou fazer meu pai te largar também.
Carla: Acho difícil. - Minha madrastra levantou a mão esquerda onde ostentava um lindo anel de noivado.
Carla: Bom, querida enteada, acho que estamos conversadas. Você fica fora do caminho da minha filha e em troca eu te levo até sua mamãe.

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Pimentinhass, vocês arrasaram nos comentários e dessa vez o desafio será maior, em kkkk. Quero MUUUITOS comentários para soltar +1 capítulo bombástico. Conto com vocês! ❤️🌶️

PROIBIDA PARA MIM! - Elisa de AlmeidaOnde histórias criam vida. Descubra agora