Capítulo 24

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ANY NARRANDO

Após Elisa sair do meu quarto, fui direto para o banheiro, sentindo um aperto no peito. As palavras pesadas que eu disse a ela ecoavam em minha mente. Ver Elisa chorando dilacerou meu coração em pedaços, e a culpa pesava sobre mim.

Enquanto as lágrimas ameaçavam cair, puxei uma toalha que estava sobre a pia e coloquei na boca para abafar os soluços. Meu quarto ficava ao lado do quarto de Elisa, e eu não queria que ela ouvisse minha dor.

O silêncio do banheiro era meu refúgio momentâneo, onde eu podia deixar minhas emoções fluírem sem o medo de ferir ainda mais alguém que eu estava completamente apaixonada.

De repente escuto alguém bater a minha porta, assustada limpei as lágrimas rapidamente.

Eu: Quem é? - Gritei.
Fernando: Sou eu, Filha. Quem mais poderia ser? - Meu pai gritou de volta

Abri a porta as pressas e abracei meu pai o mais forte que conseguia.

Fernando: Filha, o que houve? - Meu pai perguntou retribuindo o abraço.
Eu: Papai, preciso te contar uma coisa. - Disse saindo de seu abraço e encarando-o.
Fernando: Pode falar, meu amor. Estou ouvindo.
Eu: Papai, tenho que te contar algo sobre a Carla.
Carla: Opa! Escutei meu nome. - Minha madrastra entra no meu quarto e lança o sorriso mais falso que eu já vi.
Carla: Atrapalho? - Perguntou enquanto se aproximava
Fernando: Claro que não, meu bem. Minha filha iria me contar algo nesse exato momento sobre você, suponho que seja uma surpresa, certo, filha?
Eu: Ah, claro . - Sorri sem humor
Carla: Que gracinha! Vejo que está com os olhos inchados, está tudo bem, querida?
Fernando: Sim. Também percebi isso. Estava chorando, princesa?
Eu: Não! É apenas uma crise alérgica. - Menti.
Carla: Querido, já contou para ela ?

Minha madrastra se aproximou abraçando meu pai e ver aquela cena embrulhou meu estômago.

Fernando: Então filha, já deve saber que eu pedi a mão dessa mulher maravilhosa em casamento e amanhã iremos dar um jantar em comemoração. Coisa simples, poucos convidados. Sua presença é de extrema importância.
Eu: Não sei se vai dá, pai. Tô cheia de trabalho da faculdade.
Carla: Any, por favor. Faço questão da sua presença. Fernando sabe o quanto te considero minha filha também.

Filha? Que desgraçada mentirosa. Como essa mulher consegue ser tão falsa? Minha vontade era de pular na garganta dela e enforca-la até a morte.

Fernando: Princesa, por favor!
Eu: Ok, ok. Eu vou!
Carla: Amor, precisamos decidir alguns detalhes do jantar. Se importa de ir na frente enquanto falo com Elisa aqui do lado?
Fernando: Claro, minha vida.

Eles deram um selinho bem na minha frente e por pouco não vomitei. Meu pai se despediu de mim e Carla lançou um sorriso antes de virar as costa.

Eu: Diaba! - Sussurrei!
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ELISA NARRANDO

Tentava pela décima vez jogar videogame, mas eu conseguia perder até mesmo no nível mais fácil do futebol. Eu tava na merda.

Minha mente estava a mil. A maldita voz de Any não saia da minha cabeça, seu beijo e até mesmo seu toque eram tão presentes e vívido na minha mente que estava quase me sufocando.

A porta do meu quarto se abriu lentamente revelando a cabeça da minha mãe.

Carla: Posso entrar, filhota
Eu: Precisamos conversar sobre o fato de ninguém bater na porra dessa porta. Já é a segunda vez que você invade meu quarto.
Carla: Nossa, quanto mal humor.

Minha mãe se aproximou sentando na minha cama. Eu ainda tentava fazer um gol, mas no fim acabei tomando mais um.

Eu: Que droga! - Joguei o controle no chão
Carla: Olha, sei o porquê está assim tão irritada e me dói, então eu andei pensando bem, e acho que consigo aceitar você com a Any, só peço que..
Eu: Não tem mais nada do que aceitar. - Eu a interrompi. Any acabou comigo antes mesmo de começar.

Eu finalmente encarei minha mãe e meus olhos se encheram de lágrimas. Eu estava moída, triste e talvez o colo da minha mãe seria o melhor naquele momento.

Eu: Ela me disse coisas horríveis, mãe. - Minha voz saiu trêmula

Me aproximei deitando a cabeça em seu colo, minha mãe me fazia cafuné tentando me fazer relaxar.

Carla: Você quer que eu converse com ela, filha?
Eu: Não, mãe. Obrigada! Deixa que eu mesma resolvo.
Carla: Como assim? Achei que não fosse querer chegar perto dela.
Eu: Any está mentindo. Sinto isso.

Me levantei ficando de frente para minha mãe na cama.

Carla: Sabe o que eu acho? Que você não quer superá-la e então prefere ficar aí se iludindo achando que tem algo de errado.
Eu: Preciso interroga-la mais uma vez. Ela está mentindo, sinto isso.

Mamãe e eu conversamos sobre mais algumas coisas como o tal jantar de noivado que irá rolar aqui em casa e depois disso, minha mãe desceu me deixando sozinha no quarto.

Eu estava agoniada, então resolvi descer e ir até a cozinha, antes mesmo de entrar pela porta principal, vi que Any estava sentada à mesa. Fingi uma tosse para sinalizar que eu estava chegando.

Any se virou para trás e quando me viu abaixou a cabeça arrastando a cadeira para trás e se levantando para sair.

Eu: Espera, preciso falar com você
Any: Não temos mais nada para conversar.

Puxei any e a enquadrei na parede com meus braços um de cada lado à altura de seu ombro.

Eu: Porque eu não consigo acreditar em nada do que você me disse hoje mais cedo?
Any: Aí o problema já não é meu se você não acredita. - Any me encarou
Eu: Você estava chorando?

Perguntei após verificar que seus olhos estavam inchados, Any tentou se esquivar dos meu braços, mas não conseguiu.

Eu: Any, estou te dando a última chance de me dizer a verdade, por favor, fala comigo. - Coloquei a cabeça sobre seu ombro
Any: Já disse tudo que tinha pra dizer, agora por favor me deixa sair
Eu: Tudo bem, não irei mais insistir. Talvez eu realmente seja uma patética.

Abaixei os braços e dei a última olhada para Any antes de virar as costas e sair, quando de repente sinto Any puxar o meu braço.

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E aí, amoreexxx, será que Any irá contar tudo para nossa Queen Elisa? Quero o palpite de vocêxxxxx 😍🌶️

PROIBIDA PARA MIM! - Elisa de AlmeidaOnde histórias criam vida. Descubra agora