Viciado em você

•Fall apart

"me force e me sufoque
até eu desmaiar
me dê um amor bruto
me deixe sem nada quando
eu desmoronar
meu tipo de amor"

-One of the girls

Ryan Adams Hill
ao som de The Hills, música que Isabelly escolheu para tocar, dirijo até o lugar surpresa.

Isabelly canta loucamente me fazendo rir, impressionante o quanto ela parece uma criança cantando, pula frases, fala errado, troca as palavras, faz a intonação completamente fora do tom, que merda de menina apaixonante, até nisso ela consegue ser incrível.

ela me olha e percebe que ainda estou rindo e então me aponta o dedo do meio.

- Que coisa feia - falo com um falso drama.

- Coisa feia é julgar os outros - diz com um tom debochado.

- Quem tá julgando aqui? - pergunto e olho pra ela.

- Você - responde imediato.

- Eu estou encantado de como uma pessoa pode cantar tão errado igual você, mas sem julgamento algum - falo e ela ri um pouco desacreditada.

- Duvido você fazer melhor - diz como uma espécie de desafio.

- Faço - falo seguro mas com uma expressão que diz ao contrário.

- Ah sei, fala alguma música que você gosta -  pergunta olhando para o celular para obviamente colocar no carro.

- Toxic Paradise - digo.

- Não sei se fico com medo de você agora - ela fala e dou uma risada travessa.

- Já era pra você ter medo antes- falo e ela revira os olhos colocando a música.

- Pode começar a cantar - diz e eu arregalo os olhos.

- Agora? - pergunto limpando a garganta com um mero nervosismo.

- Agora - fala e eu como um cachorrinho obediente obedeço, o que eu não faria por ela?

-"I try, but i can't resist, it's something we can't stop

wasting way

my serotonin to stay

in toxic paradise, oh

i know that it's wrong

But i just love feeling numb

l'll be your sacrifice

Here in toxic paradise.."- paro e ela dá um sorriso que chega a mostrar os dentes.

- Você tá me deixando com vergonha - digo e ela para de olhar pra mim ainda com o sorriso.

- Você canta bem - fala e agora eu sorrio também.

- Eu mandei mó mal né- digo e ela assente.

- Realmente sim - fala e eu solto uma risada, na mesma hora chegamos ao nosso destino.

- Chegamos - tiro o cinto e ela também, a mesma tenta enxergar pela janela do carro mas acho que não identifica aonde é.

Descemos e entrelaço o seu braço no meu até a entrada.

- La torre? - pergunta.

- Sim..- dou uma pausa - Mas por hoje é só nosso - termino de falar e os olhos dela brilham mas ao mesmo tempo ficam surpresos.