32° CAPÍTULO

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ELIZA

Se passaram três dias de internação, hoje é véspera de natal, deve ser por isso que me mandaram para casa, apesar que estou ótima já faz tempo, mas o doutor Rodrigo insistiu que eu ficasse de repouso, talvez tenha sido a pedido de James.

Estava sendo tão maravilhoso acordar todo dia com o sorriso dele de bom dia. Agora vou ter que voltar para a realidade, enfrentar meu pai e em seguida Pedro, estou com mais medo de enfrentar Pedro do que meu pai.

Kelly me disse que não falou com ele sobre o Grãozinho e fico agradecida por isso, é um assunto meu e dele, ela não tem que se envolver com isso, a única coisa que ela disse que contou, foi que eu estava nos hospital, mesmo sabendo que eu estou aqui ele não fez questão de me ver, não sei porque isso me surpreende tanto, devia me deixar feliz.

Papai também é outro, desde o dia em que veio fazer escândalos aqui, não voltou mais e não me faz falta a sua arrogância perto de mim.

Não sei como vou voltar para casa, meu pai não atende o telefone, José também não atende, Vera atendeu, eu avisei que sairia hoje, mas ela desligou o telefone e não atendeu mais minhas ligações, aposto que foi meu pai que os proibiu.

Olho no relógio e já são duas da tarde, arrumo minhas coisas e pego um táxi aqui na porta mesmo, espero que meu pai não tenha trocado as fechaduras da porta e nem bloqueado meus cartões.

- Eliza? - Alex aparece com a cabeça na porta. - Olá, vamos?

- Vamos? Para onde? - pergunto confusa.

- James me disse estar preocupado que você não tinha como ir embora e me ofereci para te levar.

- Alex, não precisava se incomodar.

- Não é incomodo nenhum, é um prazer para mim.

- Jogando cantada para minha mulher ? - pergunta James aparecendo na porta.

- Opa. - Alex coloca as mãos para cima como quem se rende e ri. - Foi mal cara, não era para você ter escutado.

James da a volta em Alex e passa a mão na minha cintura dando um beijo no alto da minha cabeça.

- Estou de olho em, leva minha garota com cuidado, em?

- Sim senhor. - Alex bate continência como se estivesse falando com um capitão.

- Agora eu vou indo, ainda não consegui uma secretária e tenho alguns pacientes me esperando... - ele me da um monte de beijo pelo rosto todo, me abraça forte e diz no meu ouvido. - Te amo muito.

- Eu também te amo. - ele passa a mãe na minha barriga e diz.

- Cuida dela em Grãozinho. - e sai correndo pelo corredor.

- Grãozinho? - pergunta Alex num tom de deboche.

- Apelido carinhoso, não dá para chama-lo só de bebê. - Alex ri e começa a me ajudar com as malas.

O caminho até em casa segue tranquilo, Alex e eu trocamos alguns assuntos mais nada demais, conversas bestas, só para a viagem não ficar muito entediante.

Estou preocupada com a minha chegada em casa e para onde irei depois, meu pai não vai me deixar que eu continue com a gravidez e eu não vou tirar meu bebê.

O natal já está ai, as ruas já estão quase todas enfeitadas para a comemoração. Antes para mim o melhor dia do ano era o final, natal e ano novo, sempre as melhores épocas, mas agora já não tem mais graça, mamãe não está entre nós, meu pai sempre odiou essas comemorações, só aceitava mesmo pela minha mãe, minha tia não irá para lá e eu não irei para a casa dela, graças a minha prima, e Vera sempre pega ferias para visitar a família e só voltará no começo do ano que vem. Isso quer dizer, Eliza vai ficar sozinha.

Alem do LimiteOnde histórias criam vida. Descubra agora