37° CAPÍTULO

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JAMES

Pior do que ver Eliza desmaiada e sagrando, desacordada em uma cama de hospital. Pior até que ve-la desmaiada em meus braços toda ensopada da chuva, é vê-la assim, espancada, com os olhos roxos, a boca cortada e inchada, os braços roxos a roupa rasgada, a perna toda machucada. Isso é pior do que muitas coisas que já passei com ela.

Um nó enorme forma em minha garganta, estou literalmente sem palavras com isso, o pior é que eu sei de onde veio isso. Olho para ela e saio correndo do banheiro sentido a porta do quarto.

- James, James espera. - ela vem trás de mim e eu paro antes de sair.

- Aonde ele mora? pergunto olhando nos olhos dela

- James, por favor.

- AONDE ELE MORA! - grito desesperado

- Eu levo você, mas por favor James se acalma. - ela me pede com a voz trêmula.

- Calma? Você já se olhou no espelho? Você já viu seu estado?

- James, por favor, você está fora de si.

- Vai se ferrar Eliza, aonde ele mora? - ela me olha assutada e fica me olhando. - Porra, fala logo aonde ele mora. - vou para cima dela e seguros os braços dela.

- James, vai com calma. - Alex segura minhas mãos, eu a solto e passo mãos na cabeça querendo afastar os pensamentos.

- Eu te pedi para não ir sozinha, eu avisei que aquele cara era louco e você não me ouviu. Você está grávida. Quantas vezes vou ter que dizer isso para você? Quando você vai criar juízo nessa sua cabeça infantil? Que droga.

- Para de gritar comigo! - ela rebate gritando também e eu grito mais alto ainda.

- NÃO PARO, PORQUE VOCÊ É BURRA!

- Não precisa ficar jogando na minha cara, já está doendo demais em mim, não quero ouvir essas coisas, ainda mais de você.

Ouvir essas palavras me fez sair do transe da raiva e ver o que realmente estava acontecendo. Olho para Alex em pedido de socorro mas ele encolhe os ombros e não diz nada. Abraço Eliza e deixo que ela chore.

Alex sai do quarto e me deixa sozinho com ela. Sento ela na cama com calma e a cubro com uma jaqueta que estava em cima da cama.

- Me desculpe James, por favor. Eu queria ir embora mas ele me trancou. Ele começou a beber e fumar, ficou fora de si e começou fazer comigo tudo o que o pai dele fazia com ele. Eu comecei a perder as minhas forças, até que depois de um tempo que ele estava abusando de mim, minha barriga começou a doer e fiquei com medo de perder meu bebê e consegui acertar com o abajur na cabeça dele.

Ouvir tudo aquilo foi pior do que ver e fingir que não estava sentindo nada para poder deixar-la mais calma. Abraço-a e tento fazer com que não chore mais.

Alex volta com com um potinho cheio de água, algodão e soro para poder limpar os machucados dela, trás também mertiolate.

- Eu queria ir para casa tomar um banho James.

- Minha mãe não vai aguentar ver você assim.

- No meu apartamento. - como assim apartamento? Então era verdade que Kelly falou? Será que ela vai querer me abandonar? - Meu pai me mandou para o apartamento que era da minha mãe.

- Eu posso levar vocês, - se oferece Alex. - Não é muito agradável você andar assim na rua, Eliza.

Seguimos a viagem inteira calados, Eliza já não chora mais, Alex sabe o que estou pensando, só não diz nada perto dela, mas eu vou atrás desse cara, eu vou acabar com ele.

Alem do LimiteOnde histórias criam vida. Descubra agora