22° CAPÍTULO

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ELIZA

Passaram-se exatamente mais de um mês desde a morte de minha mãe, mas graças a força que ela vem depositando em mim durante suas aparições em meus sonhos, eu tenho aceitado muito bem a sua morte e amenizado um pouco a falta que sinto dela.

Durante esse mês, nunca mais sonhei com Jessica, ou até mesmo com James, sonho sempre com a minha pulseira, sempre a vejo em um lugar escuro, como se fosse uma caixa ou algo do tipo, não entendo esses meus sonhos, sempre são coisas estranhas.

Amanhã é sábado, dia da formatura. Um dos dias mais esperados por mim e por Kelly. Mandei a costureira fazer dois melhores vestidos que ela já tinha feito na vida.

O meu é preto tomara que caia justo até a cintura e solto até altura da minha coxa, bem curtinho eu achei. Ele possui alguns gliters no top no vestido. O sapato que vou usar, é um salto lindo que ganhei da minha mãe no dia do meu aniversário, mas nunca tinha usado e é esse mesmo que vou usar.

Hoje eu marquei de conversar com Pedro, ele está totalmente romântico, gracioso, gentil, carinhoso, ainda não caí nesse seu romantismo, mas está cada vez mais difícil de resistir.

Kelly vive dizendo para que eu dê mais uma nova chance para ele, diz que as pessoas erram sim, fazem coisas que não queriam, sem intenção de machucar, ela continua dizendo que o James não é o cara certo para mim, que não gosta dele, essas coisas.

Não vi James, desde aquele dia na casa do Alex, sempre tenho visto Alex, falado com ele e sempre pergunto de James e a resposta é sempre a mesma. "ele anda sumido, está trabalhando bastante agora que estamos de férias da facul."

Então parei de perguntar dele para não ficar chato ele ter que ficar respondendo sempre a mesma coisa. Sinto um pouco a falta daquela cara emburrada dele, aquela grosseria. Ele é lindo. Sempre que sinto falta de vê-lo, olho aquela foto em que salvei das redes sociais de Alex.

Ultimamente minha vida tem sido uma chatice, papai está me enchendo o saco para eu entrar na faculdade de medicina e continuar com o que meu avô construiu, mas sinto muito, odeio sangue, odeio ter que ficar diagnosticando as pessoas, ver gente quebrada, isso não é para mim.

Quando fui tirar meus pontos da mão, quase morri com aquele negocio puxando e cortando e sentindo aqueles fios roçando a minha mão. Definitivamente medicina não é o meu foco.

Não faço a menor ideia de que carreira seguir, tenho que decidi logo, não quis prestar o vestibular esse ano, vou ter que fazer isso no ano que vem sem falta, papai me mata se eu não seguir uma carreira que dê bastante dinheiro de preferência.

Dinheiro, dinheiro, a vida do meu pai só se resume a isso, já estou até acostumada, mamãe vivia dizendo que dinheiro não é nada. Concordo com ela.

- Eliza? - Ouço alguém me chamar, saio de frente do espelho aonde estava falando sozinha e vou ver quem estava me chamando.

Vejo Vera na porta do meu quarto com um lindo buquê de rosas da cor rosa, lindas. Nunca havia recebido flores na minha vida.

- Que linda, quem as mandou?

- Não sei, tem um cartão aqui. Vou pegar um vazo para coloca-la.

Ela sai do quarto e eu fico encantada com a beleza daquelas pequenas flores que encheram o meu coração. Pego o cartão, conheço a letra e o perfume que está no cartão, não sei se fico feliz, ou não.

" Sei que você não esta muito feliz com as minhas atitudes, peço perdão, nunca senti tanto a falta de uma namorada igual estou sentindo de você. Mesmo que você não queira me perdoar e volta a ser minha namorada, seja ao menos minha amiga.
Me concede o prazer de sua presença no baile amanhã?

Alem do LimiteOnde histórias criam vida. Descubra agora