Alem do Limite

BÔNUS

KELLY

- Não, não, não. Por favor não, mais um não risquinho. Droga! O que vou fazer? Será que comi merda igual a louca da Eliza?

Estou sentada aqui no vazo sanitário do shopping perto de casa, com um teste de gravidez na mão que infelizmente deu positivo. O que vou fazer? Grávida, de Pedro?

Droga, droga.. Minha mãe vai me matar. E meu pai? Ai, nem se fale.

Que merda vou fazer agora? Depois da conversa que ele teve com Eliza, ele tem me tratado estranho todos os dias, continuamos juntos, mas ele me trata como trata todas as outras namoradinhas dele, pior ainda foi depois da surra que James deu nele. Depois que descobri que James só me usou para descobrir aonde Pedro morava, a minha vontade era de mata-lo. Todos nessa vida só pensar em fazer o mesmo comigo, me usar para conseguir algo.

Minha mãe sempre quis que eu fosse idiota igual a Eliza, sonsa. Vivia me dizendo.

"Eliza sim, é uma garota que toda mãe sempre quis"

Eliza sempre foi primeiro em tudo, sempre teve os melhores presentes, sempre teve a atenção do pai dela, sempre fez viagens, enquanto eu ficava na sobra, ela toda vez me convidava para ir junto, mas eu sempre recusava, não queria ver o quanto ela era feliz e eu não tinha nada disso.

Meu pai vivia dizendo que se arrependeu de ter uma filha encrenqueira como eu, para ele dizer aquilo era normal, mas para eu ouvir isso é a pior coisa do mundo, ouvir quase toda vez no ano era o fim, até que cheguei a me acostumar.

A única pessoa que achei que realmente me amava era Pedro, ele sim me amava, mesmo quando ele estava descontrolado, eu continuava amando, porque mesmo ele me batendo dele dizia que me amava.

Agora que estou gravida dele, ele vai me odiar, ele sempre odiou criança, vivia dizendo que seria capaz de matar uma mulher que engravidasse dele.

Eu sempre tomei remédio, o que será que deu errado? Só para eu perder Pedro de vez?

Me lembro como se fosse ontem a primeira vez que fiquei com Pedro, eu fui ao céu, vivia dizendo para Eliza que já havia transado com vários caras, mas sempre menti, perdi a virgindade com Pedro, e foi a melhor noite da minha vida.

No dia que ele veio me pedir o telefone de Eliza, mas como eu sempre fui apaixonada por ele dei o meu, então ele me ligou e me convidou para ir na casa dele, não pensei duas vezes, fui e na mesma noite perdi a virgindade.

Descobri naquela noite o que era amor de verdade, ele foi carinhoso, romântico e eu me apaixonei, mas ele ainda queria ficar com Eliza, ele vivia dizendo que o maior sonho dele era ter todas as garotas caindo ao seus pés. Eu odiava ouvir aquilo, mas não dizia nada, porque ele sempre me disse que eu era especial, que com garota nenhuma ele tinha ficado tanto tempo como ficou comigo.

Resolvi então ajudar ele a ficar com Eliza, mas como sempre ela foi sonsa e idiota. Foram seis meses aturando aquela mesmice. Tanto de Pedro quanto de Eliza.

Ele me cobrando que eu não estava fazendo meu trabalho direito que não estava funcionando e Eliza não queira transar com ele.

E ela resmungando no meu ouvido o quanto estava apaixonada, o quanto Pedro a fazia feliz e blá, blá, blá. Ouvir da boca dela que ela amava Pedro me enjoava, ela nem sabia o que é amar.

Até que surgiu a oportunidade do acampamento, fazer Eliza aceitar que fizesse sexo com Pedro foi uma luta, mas quando aceitou o pai babaca vai e impede. Eu fiquei feliz que teria Pedro só para mim, mas ele não, vivia me implorando para fazer alguma coisa, ele estava obcecado demais por Eliza e isso me irritava muito.