O reencontro do quarteto

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A aglomeração da mata revela um par de olhos amarelos, também expondo um rosto felídeo alarajado e branco, junto com listras negras, com bigodes e sobrancelhas esbranquiçadas.

Ellyson se arrepia da cabeça aos pés, recebendo um profundo abalo causado pelo susto, e sente que o animal é uma ameaça para eles, pois todos os animais dentro do labirinto - menos a cobra - mostraram-se capazes de os enfrentar. Não é de menos imaginar que ele faça parte desse grupo. Ela dá passos para trás, segurando o braço de Thomas. Não sabe o motivo muito bem, mas segurar o braço dele dá um tipo de conforto.

Intimidante, descreve o tamanho do animal. Não que sejam criaturas más, mas a fome religa seus instintos selvagens. Talvez o maior errro deles foi achar que o tigre estava sozinho para essa caça, pois consigo há mais quatro companheiros ao seu lado.

Sobretudo manifesta-se uma ansiedade no coração de Ellyson, atacando-a primeiro do que os tigres.

Sua respiração torna-se ofegante. As palpitações aceleradas causa dores no peito, e suas mãos ficam gélidas. Uma barreira de choque a mantêm paralisada, e a única coisa que fez foi distanciar-se aos poucos, sem movimentos brutos como os de costume. Engolir em seco, uma ação simples, é uma batalha.

Levemente vira seu rosto para olhar no canto do olho alguma saída imprevisível, porém de grande utilidade.

Assim tem a aptidão de enxergar uma região, uma brecha minúscula na parede vizinha escondida por várias plantas. O espaço não parece caber os animais, portanto converte-se em uma área perfeita para se esquivar e fugir do foco dos tigres. A garota leva sua visão para os felinos outra vez, com esperança de controlar seu medo que provoca calafrios e sobe até a sua garganta. Carregada de uma energia poderosa que a faz sentir o horror de virar a refeição deles.

- Thomas - Ellyson aponta com o indicador discretamente, informando-o para que fique ciente -, vamos fugir por ali.

O tigre faminto solta um bramido atemorizante, um rugido idêntico do qual Marvin e Hannah escutaram no começo do labirinto. Podendo até ousar dizer ser o mesmo.

- Agora! - a garota Jones levanta seu tom de voz, correndo para a rota que escolheu para dar no pé.

No calor do momento, apenas ouvem a mochila de Thomas ser superficialmente rasgada pelas garras dos tigres ao se movimentarem depressa, quase que o fez ir para o chão gramado, mas teve força o suficiente nas pernas para se segurar.

Berros estrondosos de pânico retumbam em suas mentes. Persuadindo as almas da dupla a não ligar para o cansaço, nem sequer tentar olhar para trás, a fim de verificar se ainda estão na mira deles. Esforçando-se para esquentar o sangue que haviam acabado de esfriar, e claramente, tentar resistir a descarga que sofrem por isso.

No entanto, não subestimam as feras, pois sabem que elas vivem ali a anos e se encontrarem mais uma vez é um acontecimento iminente. Só não tinham em mente que não demoraria nem um pouco para isso acontecer, no entanto, possuem vantagem por terem os atrasados.

Ellyson, em altíssima velocidade, atropela acidentalmente um garoto com seus cabelos loiros caídos suavemente até a testa, como fios de ouro tecidos pela própria luz do dia. Seus olhos, cinzentos como a tempestade iminente, refletiam a profundidade de sua alma, guardando mistérios que pareciam se perder nos recantos mais distantes do universo. A pancada ganha o impacto suficiente para possuir o poder de lançá-los para o chão.

Ela e o garoto caído trocam olhares, recuperando-se do susto inesperado.

- Ellyson? - Marvin pergunta intrigado.

- É melhor vocês correrem - Thomas levanta os dois do chão imediatamente.

Hannah vira seu rosto com o propósito de identificar qual é o problema, do que seus irmãos adotivos fogem desesperadamente, vendo os tigres furiosos ao perceber que suas presas estão cada vez mais distantes. A ruiva congela em um mísero segundo, logo correndo atrás da equipe finalmente unida. O temor um pouco exagerado dela a faz ultrapassar sua equipe de modo simples, o oposto de Marvin que quase tropeça duas vezes. Na primeira, nos seus próprios pés, e na segunda, em um tronco de árvore oco que não havia visto.

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