A tenebrosa verdade do trio

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A porta rangeu com um chiado agudo, penetrando os ouvidos de Casey, que se escondia nas sombras sob a cama levemente coberta de poeira. O som trouxe um choque de pavor exuberante, permitindo-o se entrelaçar em conflito. Seu corpo tremia, a coragem que carregava esvaía-se rapidamente, deixando apenas uma aflição gradativamente crescente. A respiração ofegante denunciava as mudanças lentas e inevitáveis do experimento dentro dele. Ele lutava contra cada impulso, ciente das terríveis consequências que enfrentaria se cedesse.

- Eles chegaram - sussurrou para a câmera que encontrara quando foi ao banheiro, uma desculpa não muito sagaz para andar pelo local.

- William? - a voz de Sebastian invadiu o quarto, removendo o silêncio. Ele, sabendo do esconderijo de seu amigo, ajoelhou-se no chão e abaixou sua cabeça para vê-lo. Seu par de mãos foi direto para o capuz do casaco de Will, tirando-o debaixo da cama - Aí está você.

- Deixe-me em paz! - William gritou.

- Por que está tão nervoso? Está com medo?

- Saia! Eu quero ficar sozinho.

Zach, com as pálpebras quase fechadas, caminhou cambaleando para perto dos rapazes. Estava tão pálido que parecia não ter sangue no seu organismo.

- Sebastian, deixe-o - o ruivo deu uma pausa, piscando lentamente enquanto abaixava a visão. Ele repetiu, desta vez baixo - Deixe...

De repente, sua visão escureceu, e a tontura o derrubou no chão árido. Como parte de seu instinto, ele apoiou as mãos no piso, evitando que seu rosto colidisse violentamente com o solo. Sua respiração se tornava cada vez mais pesada, comprometendo-o a cada segundo. Ele cuspiu um líquido escuro e viscoso, enquanto seu corpo lutava desesperadamente para expulsar o que entupia seus pulmões, mas o líquido parecia interminável, consumindo-o de dentro para fora.

Com o sangue escuro escorrendo pela boca, o desespero tomou conta de seu corpo, liberando uma avalanche de hormônios que desencadeou a transformação. Seus olhos se tornaram completamente negros, e, com um rosnado profundo, os tentáculos irromperam de suas costas mais uma vez. Perdendo o controle, ele se entregou à raiva que emergia com força.

William, paralisado, assistia mergulhado em um estado de legítimo choque.

As mãos de Sebastian começaram a tremer descontroladamente por causa da luta, na qual brigava para saber quem ficaria no controle: ele ou o experimento. Cuspiu, de modo violento, o sangue escuro que o sufocava exatamente como Zach, logo manchando sua roupa branca.

Os olhos deles, impregnados de hostilidade, dirigem-se para Will vagarosamente, que sente o horror perfurar seu coração impiedosamente. O que estavam esperando?

Um raio de terror lançou Will contra a parede. Perplexo, sua mente ficou em branco, incapaz de decidir o que fazer, exceto o desejo desesperado de se manter longe dos transformados. Não sabia o que seria pior: esperar pelo ataque ou ser atacado. O pavor se apossou dele por completo, uma máquina mortífera dando o lugar dos vivos para os mortos, forçando-o a agir de forma frenética. Ele começou a bater na porta com força. Seu coração palpitava descompassado, e essa sensação de sufocamento aumentava ao passar do tempo, enquanto sua respiração se tornava mais irregular.

Isanamente sedentos por maldade, ambos atacaram William, o único com os efeitos atrasados. Portanto, o lugar foi marcado com a sua poça de sangue, que por sinal ainda mostrava-se vermelho como carmesim, e pelos gritos ensurdecedores. Parecia que toda a amizade que haviam construído até lá havia se tornado totalmente em vão, pois se atacavam entre si como feras ferozes. Sem motivo algum para ataque.

- E o que aconteceu com os cientistas e os soldados? - Ellyson pergunta para a doutora depois de mais um clique no mouse.

- Morreram. Sobreviveram apenas dois, os que conseguiram convocar reforços para deter os transformados.

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