Capítulo 1 - Realeza

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"Minhas lembranças são minhas e de mais ninguém, não pode apagá-las quando bem quer, não sou um cartão de memória, sou a outra metade de alguém."

(Realeza Amaldiçoada)


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Odiar a si mesmo, seu corpo, aparência, cheiro, é o estado mental que te leva ao fundo do poço, que te faz se fechar completamente, que traz uma vontade desesperadora de quebrar o espelho pela manhã, torna seu olhar oblíquo, sua vontade de viver se torna mínima, se sentindo desprezível.

Megumi sentiu todo esse ódio de si mesmo e das pessoas que o forçaram a isso durante exatos nove meses, odiou o fato de ser ômega. Não queria se casar, ser forçado a isso lhe tirava o sentimento de liberdade que tanto prezava.

Por ser um ômega raro, portador da Técnica das dez sombras, se tornou objeto, sim, OBJETO de desejo desde o nascimento de todos os clãs de feiticeiros jujutsus, dos mais fracos até os super-poderosos. Nascendo no antro desprezível do clã Zenin. Quando seu pai notou suas possíveis habilidades, ele abandonou o clã e se casou, trocando seus sobrenomes e impedindo a influência deles sobre seu filho enquanto estivesse vivo.

Os clãs não poderiam bater de frente contra Toji, ele era uma anomalia monstruosa em meio a todos. Então se tornaram quietos. Toji não era o melhor pai do mundo, estava sempre em algum canto do mundo matando maldições e evitando o clã Zenin que insistia em ir atrás de si, por fim acabou fazendo um acordo com eles.

Toji era forte, muito poderoso para alguém que nem conseguia sentir energia amaldiçoada, no entanto, ele acabou despertando alguém ainda mais forte, que seria amplamente conhecido como o mais forte do mundo, a primeira pessoa a herdar o ilimitado e os seis olhos em quatrocentos anos. Satoru Gojo. Foi o seu primeiro e último encontro com ele.

Antes de fechar seus olhos definitivamente, Toji ofereceu um "presente" para o albino, seu filho, ele praticamente previu que Satoru iria se tornar vazio e solitário por ser o mais forte do mundo, e Megumi poderia lhe oferecer uma visão de futuro onde não fosse o mais forte e tivesse alguém tão ou mais poderoso que si.

Satoru protegeu Megumi dos olhos famintos dos clãs podres, o treinou para se defender e um dia ser mais forte do que ele mesmo, então poderia finalmente abandonar o título de "O feiticeiro Jujutsu mais forte."

Quem pensaria que, como ratos, silenciosamente, o clã Zenin planejava algo para ter posse de Megumi e poder formar uma aliança com outro grande clã que estava interessado no ômega, o Clã Noritoshi. Quando a vida de uma das pessoas mais importantes para si foi ameaçada, enraivecidamente, Megumi cedeu ao clã Zenin. Satoru até tentou impedi-lo de cometer aquela loucura de sacrificar sua própria liberdade, tentando convencê-lo de que poderia usar seus poderes contra a antiga família tradicional, só que Megumi não queria que ele se comprometesse dessa forma, o convenceu de que estava tudo bem.

Não estava nada bem, por fora, o Fushiguro usava uma máscara fria e estoica, sem traços de sentimentos. Mas por dentro, se sentia no mais baixo dos níveis do inferno, o ódio consumindo-o por completo a cada reunião que era obrigado a comparecer para tratar sobre o casamento, onde tinha que ficar obedientemente sentado escutando os mais velhos falarem sobre o que seria de sua vida, rasgando seu livre-arbítrio na cara dura, como se Megumi fosse uma boneca inanimada. Infelizmente, Megumi estava longe de conseguir controlar Mahogara, se não fosse por isso, toda aquela família, com exceção de suas primas, estaria sendo feita de cachorros por Satanás. E ainda possuía as malditas correntes que o ameaçavam.

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