"Em um mundo dividido entre o clã das maldições, governado por uma realeza amaldiçoada, e o clã dos feiticeiros, onde a magia e as habilidades é venerada como um dom divino, as tensões entre as duas facções atingem seu ápice. O rei das maldições, Su...
As melhores mentiras sempre estão misturadas com a verdade. (Sara J. Maas)
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"Você vai me esquecer, Megumi. Você precisa me esquecer, é o melhor para você e para mim"
Megumi levantou assustado. A respiração desregulada e o suor frio que escorria por sua nuca eram as provas físicas do sonho do qual só se lembrou das últimas palavras de alguém misterioso, até a voz da pessoa já se perdia em sua mente de novo.
— O que tá acontecendo comigo? — Murmurou para si, desde que chegou naquele lugar, sofria de lapsos e uma constante inquietação e ansiedade.
Olhou para a jarra de água ao lado da cama. Vazia. Sua garganta estava seca e não voltaria a dormir naquelas condições. Megumi levantou da cama, se aproximou do berço e sorriu ao ver Akira dormir tranquilamente, ao contrário dele, Akira se deu muito bem na cidade.
Convocou seus dois shikigamis em forma de lobos e os deixou cuidando da segurança do bebê, melhor previnir do que remediar, foi o que disse para si mesmo.
Saiu do quarto. Não tinha explorado outros lugares da mansão, mas constatou que se a porta à esquerda levava para o jardim, o corredor à direita iria levá-lo para mais adentro da residência. Em silêncio, carregou um lençol sobre os ombros para se proteger do frio.
Depois que algumas voltas e dobras, conseguiu achar a cozinha estupidamente grande, só a geladeira tinha quase duas vezes a sua altura. Encheu um copo com água e fechou a porta inox.
As mãos soltaram rapidamente o copo, seu corpo paralisou e seus olhos arregalaram, um homem alto estava lhe olhando da porta da cozinha. Os braços cruzados, olhos azuis curiosos observando cada movimento seu. Megumi estremeceu da cabeça aos pés, não soube dizer, mas seu corpo reagiu de maneira estranha, uma falta de ar atípica e o nervosismo lhe atingiram com força, assim como uma vontade desconhecida.
— Q-quem é você? — Sua voz falhou.
— Eu que deveria perguntar, você está na minha casa. — O homem deu de ombros e se dirigiu até a geladeira. À medida em que chegava mais perto, Megumi conseguia distinguir melhor os traços... Olhos azuis, cabelo escuro, alto e musculoso.
O aroma dele, ainda que fraco, lhe deixou levemente tonto, o cheiro familiar sendo puxado de sua memória, uma memória que não deveria existir já que nunca viu tal pessoa.
Minha casa... Megumi arregalou os olhos e estremeceu quando ele passou ao seu lado, uma corrente estranha percorrendo seu corpo.
— Vossa majestade. — Abaixou a cabeça, sem saber o que fazer ou como se portar, entrelaçou as mãos, nervoso. A cada segundo que passava, o cheiro dele se tornava mais forte e insuportável para Megumi, não de um jeito ruim, e sim de maneira perigosamente boa.
— Megumi. — O tom controlado e calmo. O moreno levantou a cabeça.
— Sabe quem eu sou? — Tinha plena certeza de que era a primeira vez que se encontravam.
