Gabi
Depois de um longo dia interrogando todo mundo,eu só queria chegar em casa,tomar um banho bem relaxante e dormir até o dia seguinte. Infelizmente toda a paz acabou quando meu pai resolve entrar em casa gritando comigo
- GABRIELAAA. QUE PORRA É ESSA?? - fala apontando para o prato, deve estar falando que eu não fiz janta hoje
- Não fiz janta, eu tô muito cansada. Mas se estiver com fome tem cuscuz
- MAS QUE DROGA. VOCÊ NÃO TÁ CANSADA DE SABER QUE EU GOSTO DE JANTAR GAROTA? VOCÊ É BURRA GABRIELA??
- Desculpa. Eu tava cansada, não consegui fazer nada
- CANSADA DE QUÊ SUA VA*** ? VOCÊ NÃO FAZ NADA. EU CHEGO EM CASA CANSADO E NÃO TEM UM ARROZ PRA COMER
Ele puxou meu cabelo e me arrastou até o meu quarto. Minha cabeça doía demais, tanto pelos gritos quanto pelos puxões de cabelo. Me deitei na cama chorando baixinho e ouvi a porta abrindo devagar, meus irmãozinhos entrando com uma carinha triste. Rapidamente sequei as lágrimas e os acolhi
- Se acalmem tá. Tá tudo bem. Não tem porque ter medo,eu tô aqui. Quer deitar manu?
- Quero um abraço - Manu encostou no meu tronco me abraçando forte
- Vem cá. Vai ficar tudo bem tá
- Não doeu Gabi? Você tá bem? -perguntou João, preocupado comigo. Fazendo carinho no meu cabelo para amenizar a dor
- Eu tô ótima. Não tem porque se preocupar
- Gabi, eu posso dormir com você hoje? Deixa, por favor - Lara me olhou com aqueles olhos grandes brilhando por conta das lágrimas
- Eu também mana- manu me abraçou com mais força me implorando entre soluços
- Também quero Gabi - me implorou João
- Tá bom, todo mundo pode dormir comigo
No dia seguinte era sábado,isso significava que meu pai estaria em casa o dia todo,um pesadelo. Acordei cedo e fiz café e bolo, para ele não gritar comigo de novo e assustar meus irmãos. Distribuí biscoito,comprei pão,queijo e presunto e esperei todos acordarem para comer. João foi o primeiro a acordar
- Bom dia mana - falou sonolento esfregando os olhinhos com suas pequenas mãos
- Bom dia João. O que você quer comer? Tem bolo de chocolate, você gosta
- Eu queroo
Depois que todos já tinham comido, eu fui fazer meus afazeres. Peguei uma vassoura pra varrer a área e meus irmãos querendo me ajudar foram procurar o que fazer. João que era mais velho foi lavar as roupas na máquina, Manu escolheu lavar as louças e Lara que era mais nova foi pegar os lixos espalhados pela casa.
Terminei de varrer a área e estender as roupas que João lavou, quando ouvi um barulho do portão abrindo:eram os amigos do meu pai com cerveja e caixa de som. Eu realmente odeio sábados (e odeio o meu pai)
- Oi gabizinha. Você já tá grandinha hein - falou um dos amigos do meu pai me olhando com malícia
- Verdade né. Já tá uma mulher, muito bonita por sinal - outro deles disse enquanto passava a mão pela minha cintura e eu entrei rápido sem dizer nada,e meu pai veio atrás de mim
- Não seja mal educada Gabriela. Não é assim que se trata visita
- É assim que se trata abusadores. Ou você não sabe que eles me abusam desde que eu era criança? - Sinto meu rosto quente pelo tapa que ele me deu e fui correndo pro meu quarto.
- Eu trouxe água pra você - Meu irmãozinho vem andando lentamente evitando derramar a água
- Obrigada João
- Mana você quer chorar?- Manu me pergunta passando a mão no meu rosto
- Quero sim manu, quero muito.
Eles me abraçaram e eu chorei até dormir. Quando acordei vi os amigos do meu pai em cima de mim me olhando com malícia
- Como entraram no meu quarto? Saiam daqui agora
- Calma gracinha. A gente só quer uma coisinha - tocou meus lábios sutilmente
- Pode esquecer. Eu não sou brinquedo de ninguém
- Então prefere que a gente use aquele lugar? - Acenei freneticamente que não muito assustada. Eu já sabia o que fazer pra manter minha virgindade intacta.
Então comecei a tirar suas roupas chorando e um deles começou a me tocar. Eu odeio essa sensação, os beijos, os sons e principalmente a ignorância do meu pai em fingir que não vê nada. Quando aquilo finalmente acabou eu me sentia nojenta, e uma megera por ter me sujeitado a isso.
Mas eu faria de novo se for pra eles não chegarem perto dos meus irmãos. Fui tomar banho e chorei esfregando minha pele até sangrar para tirar cada rastro daqueles homens nojentos.
Escovei os dentes quase enfiando a escova na garganta para tirar aquele gosto nojento da minha boca. Eu mal sabia o que responder quando minha irmã me questionou.
- Ei, Gabi. O que você tá fazendo? - perguntou Larinha curiosa
- escovando os dentes Lara. Precisa de alguma coisa?
- Não. Ei, porque você tá escovando se não comeu nada?
- É que eu tô com um gosto ruim na boca
- E você tá chorando porque? - Eu tentei de todo jeito desviar o assunto, mas no fundo eu sabia que eles tinham consciência de que eu não estava bem.
- Para de perguntar, Lara. PORQUE VOCÊ ACHA QUE EU NÃO TÔ RESPONDENDO?? EU NÃO QUERO QUE VOCÊS SAIBAM DISSO,QUERO QUE TENHAM INFÂNCIA. UMA INFÂNCIA SAUDÁVEL DIFERENTE DA QUE EU TIVE. TENTA ENTENDER QUE O MEU SILÊNCIO É PRA SEGURANÇA DE VOCÊS, NÃO ME PERGUNTE MAIS SOBRE ISSO ENTENDIDO?!
- Desculpa Gabi... Eu só queria te ajudar - Ela me olhou com aqueles olhinhos cheios de lágrimas e boas intenções. Me senti tão culpada por ter gritado com ela
- Me perdoa larinha. Não queria ter gritado com você. Desculpa a mana tá?! - Eu a abracei me sentindo culpada por ter gritado. Tudo o que eu temo é me parecer com meu pai
- Tá tudo bem mana.
Quando meu pai estava bêbado e nada estava bem, eu sabia exatamente pra onde ir.
- Vovó? Você tá aí? - A porta se abriu e a doce senhorinha de cabelos branquinhos apareceu
- Meus netinhos... Vocês querem chá?
- Siiim - respondemos em unisom
- entrem. Vamos comer um pouco
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somos todos suspeitos
Teen Fiction⚠️Alerta de conteúdo maduro⚠️ Não recomendado para menores de 16 anos Essa história possui violência explícita, palavras fortes,cenas com tortura psicológica,pode conter a descrição de procedimentos cirúrgicos e linguagem sexual (inclusive abuso sex...