Mille
Como de costume eu não quero ir pra aula, mas como já faltei demais eu preciso ir hoje. Acordei, vesti meu uniforme e escovei os dentes sem muita produção, afinal eu vou só pela presença mesmo. Chegando na escola percebi que a Gabi não tirava os olhos de mim; me encarava sem disfarçar, com raiva no olhar.
Quando Ravi se aproxima para me falar algo que parecia importante— Ei Mille. Precisamos conversar — Me perturba Ravi logo no início do dia.
— Precisamos? Garoto,eu nem te conheço. Não tenho nada pra falar com você.
— Mas eu tenho. É sobre o Romeu — Revirei os olhos com desdém. Sinceramente, essa história desse playboyzinho já tá me irritando. Eu não aguento mais ver a Gabi e o Ravi pagando de detetive, ainda mais por um garoto babaca que jamais faria alguma coisa do tipo por qualquer pessoa que seja.
— O que que tem ele? Acha que fui eu que o sequestrei? Pelo amor
-— Eu não acho nada. Mas precisamos interrogar todos os alunos,todos são suspeitos
— A tá bom. Vamos acabar logo com isso — Olho para a cadeira onde a representante da sala se encontrava sentada, me encarando sem se mover — Vocês vem?
— Sim — Ela se levanta da cadeira e vem andando atrás de nós.
— Então... Qual foi a última vez que você viu o Romeu, no dia que foi sequestrado — Ravi perguntou me seguindo.
— No intervalo — falo com um tom de voz sonolento.
— Como assim no intervalo? Onde você tava o resto do dia até a hora de ir embora? — Gabi me questionou anotando tudo
— Na minha casa. Eu passei mal sexta passada e pedi pra virem me buscar; Eu não estava na escola. Acabamos?
— Acabamos de começar. Você e o Romeu tinham alguma rivalidade? — Ela me olhou com a caneta na mão, pronta para anotar.
— É sério isso?
— Não me faz perguntar de novo, Mille. Você sabe que não gosto de você e a cada minuto a mais que eu olho pra essa sua cara sonsa, é uma tortura pra mim — disse ela fechando a cara.
— Eu nunca nem cheguei perto daquele galãzinho metido. Não tenho motivos pra fazer nada com ele.
— Mas o Romeu já pegou a Júlia né — do outro lado da sala, Ravi interfere em nossa conversa.
— E daí? — respondo fria, sem me importar muito.
— Você é bi não é Mille? — Continuou Gabi.
— O que isso tem a ver? — engrossei meu tom de voz, já irritada com aquilo.
— você é apaixonada pela Júlia, Mille. Todo mundo sabe disso
— Todo mundo menos a Júlia — murmura Ravi de longe, quase como um sussurro.
— De novo, isso não tem nada a ver.
— Não sei, talvez você tenha ficado sentida pelo Romeu ter ficado com a garota que você gosta — Ele fala se aproximando de nós.
— É verdade que eu amo a Júlia, isso não é um segredo pra ninguém. Eu sinto muita inveja do Romeu por ter ficado com a Júlia, mas eu não fiz nada com esse merdinha, eu te garanto isso — falei séria e em tom ameaçador. Gabi entendeu o recado e parou de me pressionar, encerrando ali mesmo o interrogatório.
— Tá bem. Vai embora. Mas se a gente encontrar uma mísera pista sequer que te incrimina, eu não respondo por mim — Gabi me avisa e eu ignoro sem me intimidar.
— Beleza gnomo. Já posso ir agora?
— Vai, garota chata.
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Chego em casa com muitas dores e tomo um banho. Não posso esquecer de vestir a roupa preta para que Romeu não descubra minha verdadeira identidade. Entro no quarto e começo a fazer os deveres de casa do dia, Romeu acorda e me olha escrevendo sem dizer nada;
"Ele deve estar com fome"— pensei.Levantei e trouxe para ele um prato de comida com arroz, feijão, carne, batata frita e salada. Romeu estava com tanta fome que comeu tudo de uma vez e parecia querer uma sobremesa. Trouxe um prato com uma fatia de bolo de cenoura com chocolate e ele comeu muito feliz o bolo e me agradeceu
— Obrigado. Estava muito gostoso. Eu posso tomar um banho? Faz tempo que não tomo banho — Ele perguntou cauteloso e eu resolvo ceder pelo seu bom comportamento.
Faço um sinal chamando ele e abro a porta do meu banheiro. Entrego uma toalha e uma roupa parecida com de hospital.
— Será que não tem uma cueca? — aponto para a gaveta no banheiro, onde está cheia de peças íntimas descartáveis. Ele escolhe uma e vai tomar banho. A partir de agora eu vou deixar que ele tome banhos diários, pois está se comportando muito bem.
— Eu posso dormir na cama de novo? — Faço um joinha com a mão e ele parece ficar feliz. A cama é grande então cabem duas pessoas sem problemas.
—Boa noite, até amanhã — falou animado.
Aceno tchau para ele dormir e o mesmo me abraçou esfregando sua perna contra a minha para se aquecer.
O que esse garoto pensa que eu sou?
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somos todos suspeitos
Teen Fiction⚠️Alerta de conteúdo maduro⚠️ Não recomendado para menores de 16 anos Essa história possui violência explícita, palavras fortes,cenas com tortura psicológica,pode conter a descrição de procedimentos cirúrgicos e linguagem sexual (inclusive abuso sex...