carta para um morto

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CARO, FEDYA,

  

Parabéns,
Tu me fizestes teu prisioneiro
Prisioneiro ao acreditar em tuas
Promessas tão vazias

Promessas de uma liberdade
Tão sonhada por este tolo bobo da corte,
E pintada por ti,
Que me despedaçara quando se foi

Minha alma a ti vendi,
Meu coração tu conquistas-te
E meu espírito mantém aprisionado
Em uma bela ilusão

Me apego a este conto de fadas
Manchado com teu sangue,
Sangue daqueles que que matara
Com a mesma promessa que a mim
Me fez

Por que eu desistiria de
Uma mentira tão bonita?
Não,
Uma verdade tão obscura e
Encantada

Volte para mim
Me guie de volta para o céu
Me tire deste maldito inferno
Que tu criaras

Me conceda mais uma dança,
Fyodor,
O nome responsável pelos meus
Mais torturantes sonhos
Pelo meu desespero

Mova-se comigo nessas nuvens
Tão carregadas de ódio
Tolos, HA!
Todos uns tolos
Não enxergam a verdade
Além desta história criada por uma alma tão sombria

Vida e morte
Não existe diferença para mim
Você está morto
E eu vivo em uma prisão enfeitada

Eu estou morrendo por dentro
Enquanto você vive sua eterna
liberdade.

Me tire deste maldito palco!
Uma peça sem noção
As cortinas já se fecharam
Só me resta imensidão

Imensidão essa que me
Significa o fim
Fim de um sonho tolo
Um bobo esperançoso.

Não quero mais dançar,
Nem cantar,
Nem voar

Quero a ti de volta
Em minha casa,
Meu lar
Que já não existe nesse mundo
Imundo e detestável

Será este o nosso fim?
O fim do nosso lamentável teatro?
Você me busca em meus sonhos
Outra vez aprisionado
Mas livre em teus braços
Tua vida imaginada.

NIKOKAI GOGOL.

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