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Sofia Ramos

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Sofia Ramos

Antes que eu percebesse, estava sendo levado a uma sala com o escritor que me entrevistaria.

Respirei fundo e a segui até seu escritório, um espaço lindo cuidadosamente projetado para parecer qualquer coisa, menos um escritório. Parecia uma enorme sala de estar, toda em cores neutras deslumbrantes, mas com os toques de cor e extravagância necessários para dizer a quem entrasse que sim, afinal este ainda era um espaço da Vogue.

Não era preciso ser um gênio para perceber as intenções do designer da sala - pelo menos acho que não. Este foi um espaço cuidadosamente pensado para inundar quem nele entrasse com conforto e sensação de intimidade. Mesmo quando me sentei no sofá dolorosamente confortável, ainda percebi detalhes que, poderia apostar, foram colocados com o mesmo propósito. Eu só poderia me perguntar quantos segredos foram revelados involuntariamente por causa desse mesmo planejamento cuidadoso.

As luzes estavam fracas, pintando toda a sala com uma luz íntima que me atraiu como uma mariposa para a chama. Eu era o exemplo perfeito de estar entre uma rocha e uma posição difícil: meu conhecimento das intenções da sala e a consciência da lupa sendo colocada sobre mim, contra a sensação vertiginosa do sofá embaixo de mim e as luzes fracas que me fizeram sinta-se como parte de uma sessão de fofocas de uma festa do pijama.

-Bem, bem, Sofia- a entrevistadora sorriu enquanto tocava 'gravar' em seu telefone e se acomodava do outro lado do sofá. Senti o conteúdo do meu estômago se misturar enquanto ela ajustava a armação dos óculos na ponta do nariz antes de rabiscar algo no bloco de notas em seu colo. -Você gostaria de uma xícara de chá?

Se Gianna pudesse esticar o braço através do telefone e me estrangular até a morte, ela provavelmente o teria feito quando eu disse a ela que não me lembrava muito da entrevista.

-Correu bem! Eu acho - eu disse ao telefone.

-Ela fez alguma pergunta capciosa para você?

-Mmm... Na verdade não, eu acho.

-Bem, o que ela disse depois que a entrevista acabou?!- Ela perguntou novamente, a exasperação em sua voz ficando cada vez mais evidente.

-Ela me desejou sorte na corrida desta semana, eu acho.

-Você pensa?!- ela retrucou de uma vez por todas.

Para ser sincero, eu teria perdido a paciência com muito menos, mas era verdade. Não me lembrava muito da entrevista. Parecia que meus nervos haviam tirado minha mente do corpo durante aquela hora e retornado quando apertamos as mãos e me levamos ao set para tirar mais algumas fotos com Lando e eu vestindo nossa última troca de roupa.
Contei a Gianna o que me lembrava: o nome da entrevistadora era Jéssica, ela usava óculos de armação amarela brilhante e usava um piercing no nariz melhor do que ninguém - todos esses detalhes que acidentalmente fizeram Gi perder ainda mais a paciência - e que ela estava sorrindo durante toda a entrevista.

Faking it | Lando Norris - PTBROnde histórias criam vida. Descubra agora