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Sofia Ramos

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Sofia Ramos

Era quarta-feira do GP de Austin quando percebi que "confuso" não era uma palavra forte o suficiente. Parecia muito simples, muito claro para descrever o que eu estava sentindo.

Lando Norris me chamou de supersticioso, inteligente e magnético ao vivo na televisão. Ele divagou sobre a maneira como puxei sua mão para nos impedir de passar por baixo de uma escada, como minhas botas favoritas ficavam em mim e como eu adorava passar tempo com o time.

Se as pessoas pudessem ser indicadas ao Oscar apenas com base em sua atuação em uma entrevista, Lando teria levado todos eles este ano.

Durante a entrevista, seus olhos brilharam como esmeraldas e suas bochechas coraram perfeitamente. A forma como seu olhar permanecia grudado no teto enquanto falava de mim fazia parecer que ele me via descendo do céu sobre uma nuvem no meio do estúdio. Ele continuou, convencendo o mundo de que o icônico jogador problemático da década e prodígio da Fórmula 1 finalmente havia encontrado aquele.

Ele estava vendendo o negócio, não havia dúvida disso, mas meu estômago não pôde deixar de revirar um pouco. Não eram seus olhos verdes ou a cor rosada que invadiam suas bochechas enquanto ele falava. Não foi nem mesmo a maneira como seus cílios tremularam quando ele revirou os olhos de brincadeira em resposta às brincadeiras de Jimmy.

Foram as palavras dele.

Foi na quarta-feira do GP de Austin que me dei conta.

Lando Norris estava prestando atenção.

Se fosse qualquer outra pessoa que não Lando Norris, seus comentários provavelmente teriam me feito corar, teriam feito minha pele coçar de vergonha e minhas bochechas corarem. Em vez disso, eles me fizeram olhar para o teto por algumas horas enquanto meu telefone tocava no edredom branco da cama, todas mensagens de motoristas dizendo a mesma coisa: Puta merda.

Mas não me deixei enganar pelo brilho em seus olhos ou pelas bochechas rosadas que as luzes do estúdio acentuavam tanto. Eu sabia que Lando Norris me odiava, sua atuação não era algo pelo qual eu pudesse me apaixonar nesta vida ou na próxima. A pergunta que me mantinha acordada não tinha nada a ver com nenhuma dessas coisas, era uma única palavra: por quê?

Por que ele estava prestando tanta atenção? Os detalhes que Lando revelou sobre mim me deixaram mais confuso do que ele me chamando de "linda" para milhões de pessoas verem. Eu tinha visto isso acontecer sempre que minha mente ansiosa se torturava imaginando o que diríamos quando fôssemos questionados um sobre o outro. Elogiar a aparência um do outro foi fácil, eu já havia pesquisado sinônimos de "bonito" mais de uma vez para me preparar caso um entrevistador me levasse a falar sobre ele. Foram os detalhes que foram a parte difícil. As pequenas coisas. Os pequenos hábitos. As irritações e os prazeres culposos. Esses foram o desafio.

E então havia Lando Norris, jorrando para o mundo ao meu redor como se fôssemos chamas gêmeas quando, na realidade, a única coisa que pegou fogo foi qualquer sala em que nos encontramos quando começamos a gritar.

Faking it | Lando Norris - PTBROnde histórias criam vida. Descubra agora