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Ele estava apaixonado por ela.

Isso o fez se sentir tão pequeno, finalmente perceber isso. Torceu suas entranhas em um nó de vergonha e autopiedade que ele sentiu nojo de ver rastejando sobre suas pernas.

Ele sabia que gostava de passar tempo com Sofia. Ele sabia que se importava com ela. Ele sentiu uma sensação de queimação na nuca quando percebeu que mal podia esperar que uma câmera aparecesse para que ele pudesse colocar seus lábios nos dela. Ele sentiu uma onda de alívio toda vez que conseguia fazer isso sem uma câmera.

Ele sentiu a necessidade de abraçá-la como nunca antes, não com mais ninguém. Ele queria ser melhor. Ele queria aprender a se desculpar, a compensar erros. Como curar as partes dele que ele nunca se importou o suficiente para sequer olhar em primeiro lugar.

Mas como ele poderia saber que era amor?

Lando nunca conheceu o amor. Não, a menos que parecesse chorar do lado de fora da porta da casa de sua infância, implorando ao pai para deixá-lo entrar. Não, a menos que parecesse ser cúmplice em esconder hematomas sob o peito e sorrir para câmeras que ele desejava que estivessem fora de seu rosto. Não, a menos que parecesse água correndo entre suas mãos, como se tudo desse errado.

Ele nunca poderia saber, a menos que doesse.

Ele sabia disso agora.

Agora doeu.

Lando sabia que era amor quando o chão o engoliu inteiro no meio de sua sala de estar em Los Angeles. Ele sabia que era amor quando sentiu sua pele desaparecer, deixando músculos ao ar livre estremecendo com cada brisa do ventilador pairando sobre ele.

Ele sabia que era amor, pois partiu para a Bélgica um dia antes, completamente incomunicável. Ele sabia que era amor, pois se amaldiçoou por admitir a Davies o que sentia por Sofia, porque agora ele não lhe daria seu telefone por "alguns dias", dizendo que era "para melhor".

Agora doeu.

Então Lando sabia disso agora.

E ele ia contar para Sofia.

Ele correu pelo corredor do hotel na segunda-feira. O sol ainda não tinha se posto quando a tarde começou a morrer. Seus pés e corpo tinham vida própria enquanto corriam para a porta com o número do quarto e então batiam na porta à esquerda.

Lando sentiu como se seu corpo inteiro estivesse debaixo d'água. Seus ouvidos não paravam de zumbir, seu estômago embrulhado mal continha alguma coisa, e as bolsas sob seus olhos contavam a versão verdadeira de uma história que o mundo inteiro saberia muito em breve.

Ele podia sentir como o chão desmoronando sob ele desde ontem se endireitou quando a porta de Sofia se abriu e ele correu para dentro, sem fôlego e lutando por ar no meio do quarto. Ele se virou, cheio de confusão.

Ele sentiu o chão desmoronar novamente quando seus olhos encontraram os de Gianna.

— Você se importa em se explicar? — Gianna perguntou enquanto fechava a porta.

— Onde está Sofia? — Lando disse as palavras rapidamente.

— Essa é uma informação que não preciso mais compartilhar com você — ela cruzou os braços. — Ainda bem.

— Pare de enrolar — Lando apertou os olhos. — Você pode acreditar no que quiser, mas eu tenho que falar com Sofia e tenho que fazer isso agora.

— Corta essa besteira? Eu arrisquei minha bunda por essa façanha, e você fodeu com todo mundo envolvido! — Gianna franziu as sobrancelhas com descrença. — Algumas pessoas mais do que outras — ela acrescentou com despeito. — Você não vai chegar nem perto dela, então eu sugiro que você se tranque no seu quarto e conte as manchas de tinta na parede enquanto nós conseguimos reorganizar seu quarto.

Faking it | Lando Norris - PTBROnde histórias criam vida. Descubra agora