you can call me babe for the weekend

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O início da minha história com Travis se deu em 2008, eu cursava Marketing e ele Direito Criminal e acabamos ficando amigos por conta das festas que íamos juntos. Morávamos em lados opostos da cidade, ele muito mais perto da faculdade do que eu e minhas amigas, então por muitas vezes acabávamos dormindo na casa dele aos domingos, para que na segunda o sofrimento de ter que ir para o campus fosse menor. Travis sempre fora muito atencioso e era evidente que muitas das coisas que ele fazia era para me manter próxima, como em todas as vezes que ele abria mão das cervejadas no final de semana para estar em qualquer programa que eu sugerisse, desde pintar o meu novo quarto na república em que eu morava até madrugar no Pronto Socorro comigo para garantir que eu me recuperasse de uma crise de apendicite. Eu sempre deixei claro que não me relacionaria com ninguém durante a faculdade porque minha intenção era aproveitar ao máximo, e ele nunca me falou que nutria sentimentos por mim, por mais que isso não fosse um segredo. Nunca havíamos nos beijado até agosto de 2009, quando eu tive uma crise de ciúmes ao vê-lo beijando uma caloura de Moda. Dali em diante, assumimos um compromisso e eu paguei com a minha língua, pois estava sim entrando num relacionamento e não poderia estar mais feliz por isso. Em setembro de 2010, Travis recebeu uma proposta de bolsa esportiva na Universidade de Cincinnati e junto disso veio também uma proposta de emprego na cidade. Por questões financeiras, era obvio que a decisão mais sensata a ser tomada era ir, até porque seu irmão também estudava na mesma universidade, então não fazia sentido ficar. Conversamos e colocamos os pingos nos is, por mais que ele me garantisse que poderia vir pelo menos uma vez por mês para Nova Iorque, eu não estava preparada para viver um relacionamento a distância. Terminamos. Nos sete meses seguintes, ele realmente vinha e ficávamos juntos durante o final de semana. Nos dois meses seguintes a temporada começou e ele já não vinha mais, foi quando eu conheci o Joe e acabamos nos envolvendo rápido demais, com certeza por culpa da minha carência. Quando Travis soube, não veio mais a Nova Iorque e consequentemente não nos vimos mais.

Bom, isso até outubro de 2019, quando Ryan deu uma festa de aniversário e ele apareceu, como se não fizessem 9 anos desde a última vez que ele pisou na cidade. Eu sabia que ele mantinha contato com o Ryan e na verdade eles ainda eram muito amigos, Ryan vivia prestigiando o Travis nos jogos do Chiefs, mas até então, esse tópico era proibido quando eu estava junto. Nove anos sem notícias além do superficial. Joe precisou viajar para Londres a trabalho de última hora e eu fui ao aniversário sozinha com Oliver. Quando cheguei, ele já estava lá, assim como a maioria das outras pessoas. Precisei cumprimentar um a um e ele não ficou de fora. Seus olhos marejaram quando encontraram os do meu filho e eu fingi não notar, assim como ele fingiu que não aconteceu. Três horas depois que eu havia chegado na festa, nos esbarramos no corredor do banheiro. Nos beijamos no banheiro. Combinamos com a Blake que o Oliver dormiria ali aquela noite. Transamos em seu carro. Fomos para a minha casa. Passamos a noite na mesma cama que eu dividia com Joe há quatro anos, desde que compramos aquela casa. No outro dia de manhã, acordei sem a sua presença e ao descer para a cozinha envolvida apenas pela minha camisola de cetim, encontrei-o preparando o meu café já vestido com as roupas do dia anterior. Enquanto estávamos sentados na bancada comendo a salada de frutas que havia preparado, ele fazia questão de me dizer como nunca se perdoaria por não ser ele a pessoa a dividir todas as manhãs daquela forma comigo, como ele queria que aquela casa fosse um presente dele para mim e como ele esperava nunca mais sentir o cheiro de outro homem no travesseiro que repousa ao lado do meu. Travis sempre fora um homem emotivo e nunca fez questão de esconder seus sentimentos, eu sabia que tudo aquilo era verdade. Antes que ele fosse embora, me deitei no sofá da sala e ele deitou por cima de mim, repousou a cabeça nos meus peitos e chorou como se tivesse acabado de perder uma parte dele. Não dissemos mais nada até a sua partida, quando trocamos um último beijo e ele saiu pela porta da frente. A partir desse momento, entendi que já não fazia mais sentido estar com o Joe e que talvez esse sentido nunca tenha existido. Todos os meus pensamentos eram sobre ele. Eu queria estar dividindo a cama com ele, acordar todos os dias ao lado dele, tomar o café dele todas as manhãs, levar o Oliver para a escola com ele. Talvez esse papel nunca tenha sido verdadeiramente do Joe e eu na verdade me acostumei a tê-lo para suprir a ausência do Travis. Nos primeiros dois meses ele vinha uma vez por semana para Nova Iorque e nos encontrávamos no meu escritório, até que tivemos uma conversa decisiva: ele queria que eu me divorciasse mas eu ainda não me sentia preparada, ele ainda morava a muitos quilômetros de distância. Decidimos que não nos veríamos mais. Nos dois próximos, encarei uma raiva profunda por ele nunca mais ter voltado para mim ou ao menos ter me mandado uma mensagem. No terceiro mês sem ele, eu estava me divorciando. No quarto mês, realizei que realmente era hora de seguir em frente. Na minha cabeça, Travis havia me abandonado mais uma vez.

Sua volta agora, depois de quatro anos, com certeza me causou efeitos que não poderiam ser imaginados por mim. Mesmo negando, em todas as minhas saídas tenho torcido inconscientemente para nos esbarrarmos, todos os dias espero por uma ligação sua me convidando para sair e quando vou trabalhar presencialmente passo o dia esperando que a minha secretária anuncie o seu nome procurando por mim.

Talvez seja a hora de acertarmos as nossas contas. Me sinto finalmente preparada para uma primeira conversa depois de tudo, e principalmente, torcendo para que estejamos na mesma página e que ainda estejamos em tempo de recuperar tudo o que perdemos.

Sinto saudades de ter Travis em minha vida.



Uma explicação bem importante da história deles pelo ponto de vista da Taylor, que é quem na verdade majoritariamente narra essa estória.
Seus votos e comentários são importantes, por favor, me deixem saber o que estão achando :)
Volto em breve!
Obrigada <3

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