intimacy

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"I'm gonna love you when our hair is turnin' gray, we'll have a cardboard box of photos of the life we've made and you'll say, "Oh my, we really were timeless""

Oito dias desde a descoberta da minha gravidez, o que significa oito dias de visitas de Travis, onde dormimos juntos e ele vai embora pela manhã. Com isso, incluímos: uma xícara de chá quentinho antes de dormir e um café da manhã reforçado ao acordar, sem falar nas lancheiras de Oliver que vem sido preparadas por ele. Além das visitas diárias, haviam também as mensagens de hora em hora para checar como eu estava. O empenho dele em garantir sua presença tem me feito repensar todas as escolhas dos últimos anos da minha vida.

Na segunda feira fomos ao consultório de Ashley, minha ginecologista e obstetra, e descobrimos que temos um bebê muito saudável de oito semanas, o que significa que existe alguém do tamanho de uma framboesa se desenvolvendo dentro de mim. Apesar disso, resolvemos esperar até o terceiro mês para contar para todos, incluindo Oliver, só por precaução. Não que fosse uma sensação nova, passei pelo mesmo há doze anos atrás, mas sem dúvidas é diferente agora.

É diferente porque eu já não sou mais uma menina de coração partido que engravidou sem querer do primeiro relacionamento rebote que apareceu. É diferente porque estou em um relacionamento estável o suficiente para que a chegada da minha criança não seja vista de maneira negativa, muito pelo contrário. É diferente porque dessa vez eu não tenho que ouvir que estava engravidando para que não precisasse assumir a minha carreira. É diferente porque não existe rejeição, não existe obrigação. O inesperado se tornou desejado porque viera como fruto de um amor que prevaleceria por anos e anos.

Oliver foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, mas na época, ele era a única coisa boa. Era quem me dava forças para aguentar toda a merda que eu tinha que passar. Eu costumava achar que eu não entendia a forma de Joe demonstrar amor, mas hoje vejo que esse sentimento na verdade não existia. Nunca existiu. Éramos dois jovens apaixonados até eu engravidar, depois disso as coisas desandaram e a paixão virou comodismo. Estávamos habituados a ter um ao outro.

Esse cenário já não existe mais. Oliver ainda é a melhor coisa que já me acontecera, sim, mas o amor que eu sinto por ele não é a única coisa que me faz ver graça em viver. Vejo graça na vida quando Travis conversa com a minha barriga fazendo questão de que o mini bebê conheça a sua voz, quando estamos transando e ele faz questão de que eu me sinta a mulher mais desejada do mundo, quando ele chega de surpresa carregando nos braços todas as coisas  que eu mencionei ter sentido qualquer mínima vontade durante o dia, e principalmente quando sorri largamente em minha direção, me dando perfeita visão das suas ruguinhas nos cantos dos olhos verdes, como está fazendo agora, encarando-me sentado no banco ao redor da ilha da cozinha enquanto preparo o jantar.

"Um beijo pelos seus pensamentos." - Ele diz.

"Eu já te beijo de graça." - Digo rindo, ele dá de ombros.

"Okay, um pote de sorvete de caramelo salgado pelos seus pensamentos." - Ele refaz a proposta. Não pude evitar de lhe lançar um olhar incrédulo pela chantagem claramente injusta, já que sorvete de caramelo salgado tem sido parte fundamental do meu almoço todos os dias.

"Você é cruel!" - Digo, me aproximando dele e usando o pano de prato que estava disposto na bancada de mármore branco para atingir seu peito levemente. No mesmo momento, ele levou a própria mão ao peito, massageando a área em um claro drama. "Estava pensando em como as coisas mudaram nos últimos anos. Só isso." - Respondo. Ele me puxa para o meio de suas pernas e me prende ali, deixando uma série de beijos em meu pescoço para então subir para a minha boca. Minhas mãos envoltas em sua nuca fazendo um leve carinho na região. Apesar dos beijos delicados, sua postura é tensa e conhecendo-o como conheço, tive certeza: ele está me rondando porque se incomoda com algo e está procurando a melhor maneira de me dizer isso.

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