03 | O Jantar

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O vendedor o havia descartado o colar como lixo pois os clientes que tentaram comprá-lo não viam alteração na própria aparência em um espelho, então concluíam que era defeituoso, mas a verdade era que só alterava a aparência para os outros

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O vendedor o havia descartado o colar como lixo pois os clientes que tentaram comprá-lo não viam alteração na própria aparência em um espelho, então concluíam que era defeituoso, mas a verdade era que só alterava a aparência para os outros. Uma ilusão que não funcionava para o próprio usuário.

Parou de caminhar ao perceber que ainda andava de lado a outro, erguendo aquele colar diante do rosto como um maluco. Queria experimentá-lo, mas sabia que seus próprios olhos não seriam iludidos pelo colar.

Uma batida na porta o fez quase saltar de susto e rapidamente se recompôs, escondendo o colar na manga do traje que usava, antes de permitir que a empregada entrasse.

— Jovem mestre, o arquiduque solicitou sua presença ao jantar. — ela informou de forma rígida e o coração de Lissandre quase saiu pela garganta.

Havia apenas um alfa que o fazia querer recuar e se esconder nesse mundo e com certeza, era o alfa que fingia que ele não existia desde que matou a arquiduquesa.

O arquiduque Cirrus Viebrecht Di'Rosenvelth era um homem muito ocupado. Irmão mais novo da atual imperatriz, um dos quatro conselheiros e único arquiduque do império, o trabalho que tinha em mãos era quase infinito.

Todos os dias acordando cedo, lidando com papelada, reuniões, decisões importantes ou não e os negócios de família que não podiam ser ignorados e se deitando tarde da noite, não sabia exatamente o que era um dia livre em sua agenda, até mesmo para se reunir com seu filhos era um problema.

Apenas teve tempo de treinar e ensinar seu herdeiro e quanto ao mais novo... bom, ele era um problema à parte.

Sabia que era uma criança caprichosa e os problemas que causou recentemente foram outra dor de cabeça que precisou de certo esforço pra lidar. Abafar todos os rumores que surgiam só seria efetivo caso levasse aquele garoto para longe do foco do incêndio e assim poderia limpar facilmente a bagunça que ele havia causado.

Era tanta bagunça e ele mal havia terminado uma das suas antes de simplesmente tentar se matar.

Ainda sentia enxaquecas só de pensar nisso.

Quando ocupou seu lugar na mesa de jantar, podia ver aquela sombria figura de branco deslizando até o lado mais distante da mesa e percebeu que quando o viu pessoalmente pela última vez, ele mal alcançava sua cintura, mas afastou esses pensamentos ao sinalizar para que servissem o jantar.

Ele era uma criança diferente do adolescente que tinha diante de si agora, uma coisinha miúda, pequena e vibrante, que se parecia muito com sua Elinor... agora ele só parecia uma cópia de si mesmo, com um olhar frio e distante, uma frieza quase inabalável ao redor que impedia qualquer um de se aproximar.

A sala de jantar em que estavam era um local bem iluminado, com janelas altas que davam vista a um luxuoso e bem decorado jardim. Um lustre elegante pendurado no teto, um enorme tapete azul cobalto contrastava o piso madeira avermelhado e as paredes num tom vinho com detalhes em dourado.

Como Domesticar um VilãoOnde histórias criam vida. Descubra agora