17 | Um Rastro de Destruição

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Discutir com Mirabel quando ela decidia algo era impossível, todo mundo sabia disso

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Discutir com Mirabel quando ela decidia algo era impossível, todo mundo sabia disso.

Aquela ômega era capaz de revirar céu e mar para cumprir seus objetivos, Mason havia se apaixonado por ela por seu caráter destemido e determinado.

Então quando ela decidiu que iria até Suname, os cinco iriam para Suname. Como ele poderia negar algo á ela quando ela lançava aqueles olhos verde esmeralda em sua direção, sem qualquer medo ou vontade de ceder?

Contendo suas queixas por ela ter escapado do quarto da pousada, decidiu que quanto antes fizessem aquela missão, mais rápido poderiam voltar para a cidade onde descansariam a noite e então, seguiriam viagem.

Montando em cavalos, os cinco seguiram direto para Suname, a estrada de terra que levava até a vila levaria algumas horas para alcançá-la se seus cavalos não fossem treinados e fortalecidos com maana para aguentar longas e duras viagens.

Antes do entardecer, o grupo havia alcançado o vilarejo, se surpreendendo ao ver o desastre que aquele lugar havia se tornado.

Logo na entrada, podiam ver diversas casas queimadas, pela rua ainda havia rastros da destruição e da sangrenta batalha que ocorreu ali, um ou outro morador surgia, carregando algo como bacias com água ou madeira.

Enquanto avançavam, viu como alguns se tentavam recuperar algo pelos destroços das casas, mas sequer avançaram muito pela vila quando um homem se apressou na direção deles.

Com um cabelo ralo no topo da cabeça, um bigode acima dos lábios e um olhar temeroso, o homem uniu as mãos observando aquele grupo peculiar com um misto de curiosidade e alívio, seus olhos vagando pelo grupo com uma leve suspeita. A família real era a única com traços do Deus da Luz, cabelos e olhos tão dourados quanto o ouro, idênticos ao do rapaz que parecia liderar o grupo.

Então havia a família arquiducal, com traços dos altos elfos, com cabelos prateados e olhos dourados como o sol, outra característica única e rara que não se via por aí. Então havia uma jovem com um manto cobrindo seu corpo, muito similar ao que os sacerdotes do tempo da luz usavam, ele não precisava pensar mais para saber quem eram eles.

— São os aventureiros enviados pela guilda? Não faz muito tempo que recebi um informe sobre a missão... — disse, engolindo em seco e antes mesmo que algum deles respondesse, ele se apressou. — Nalim, aquela criança, ela chegou á salvo? Fiquei com receios de que ela acabasse encontrando outros perigos pelo caminho, ela fugiu antes que qualquer um pudesse impedi-la... — ele apertou as mãos, olhando ao redor com desamparo.

— A Srta. Nalim chegou à salvo até a guilda de aventureiros, recebeu tratamento adequado para as feridas que possuía e se encontra em repouso nos alojamentos da guilda. — o príncipe Mason quem tomou a frente do grupo. — O senhor é o líder desse vilarejo?

— Sim, meu nome é Fergus, não precisam de tantas formalidades comigo, sou apenas um camponês como qualquer outro. Devem saber superficialmente da situação... — começou e o grupo acenou, a maioria guiando os próprios cavalos enquanto seguiam o homem que os levava pela rua. — Bem... é o que estão vendo. Durante a noite, um grupo de bandidos atacou nossa vila. Nunca os vimos por aqui, temos conflitos constantes com alguns bárbaros das montanhas, mas geralmente roubam alguns animais ou roubam nossas plantações no meio da madrugada, são estúpidos, mas não causam feridos sérios, por isso nossos caçadores costumam lidar com eles. Mas então aquele grupo veio, incendiando as casas, lutando contra os caçadores, era um grupo muito maior do que pensamos, tivemos muitas perdas... — seu tom era melancólico, olhando com desamparo para a vila em grande parte, destruída, além dos moradores feridos e desnorteados pela vila. — Muitos amigos queridos e companheiros se foram... e então, algumas meninas foram levadas... rezo para Lumine manter aquelas pobres crianças seguras, são apenas meninas inocentes, crianças ainda. — suspirou.

Mirabel olhava ao redor comovida. Aquele vilarejo parecia uma comunidade que se apoiava e protegia com muita união e harmonia, aqueles bandidos imundos que ousaram ferir aquelas pessoas de boa fé iriam pagar caro pelo que haviam feito.

O grupo se apresentou para o líder, o que parecia ser a salvação do vilarejo de repente quase fez o velho cair para trás tamanho choque ao confirmar suas suspeitas. Eram apenas alguns bandidos sem vergonha, porquê uma futura santa, um príncipe, o herdeiro do arquiduque e outros prodígios da capital haviam ido ali lidar com aquilo?

Mas logo seus temores foram suprimidos com a possibilidade da santa curar o povo de seu vilarejo, haviam muitos feridos, principalmente os que estavam em guarda e lutaram pra tentar conter a invasão. Sem demora, ele levou o grupo até sua casa, a maior da vila e que servia de ambulatório no momento.

Vários trapos e folhas grandes eram estendidas pelo chão do pátio e pelo interior e arredores da casa, onde os feridos eram atendidos por dois médicos que vieram de aldeias vizinhas prestar algum auxílio, mas eram muitos feridos e apenas duas pessoas com métodos comuns de cura não davam conta.

Os moradores em melhores condições tentavam ajudar de alguma forma, trazendo panos limpos que encontravam, buscando água e fervendo, caçando ervas e medicamos que poderiam ser úteis e quando Mirabel chegou, Mason a encarou preocupado.

Eram muitos feridos, se a maana dela se esgotasse, ela poderia passar dias indisposta.

Devon tinha um olhar similar, mas Damian ainda olhava ao redor, uma sensação inquietante o consumia.

— Vocês vão pela floresta e tratem de encontrar os bandidos, não devem estar longe. Salvem as garotas. — Mirabel disse, erguendo as mangas do vestido ao encarar o chefe da vila. — Preciso de muita água quente, álcool, preciso esterilizar minhas mãos, tragam qualquer gaze também, faixas, tecidos limpos e os cortem em tiras. — seguiu andando, sem dar chance dos alfas questionarem ou se recusar, o que fez Helena revirar os olhos e Devon soltar um bufo divertido.

— Mira... — Mason até a chamou, mas ela o ignorou sem piedade alguma, arrastando consigo o líder da vila e qualquer um que pudesse ajudar com os feridos.

Os quatro ficaram parados por um momento, observando aquela ômega ajudando de forma energética, sem qualquer sinal de desagrado ou julgamento em seu rosto, dando ordens e organizando aquela enfermaria improvisada e os ignorando totalmente e só puderam suspirar, avançando em direção á floresta enquanto planejavam como poderiam agir.

Helena era a melhor rastreadora do grupo, podia encontrar rastros daqueles bandidos facilmente, enquanto Mason formulava estratégias para lidar com o grupo, Devon e Damian seguiam como forças principais da equipe, um espadachim e um mago lanceiro, o grupo tinha certeza de que lidariam com isso com facilidade.

Mirabel não se preocupou com eles, usou sua magia de cura nos casos mais graves e nos mais simples, deixou que os médicos fizessem seu trabalho, aliviando o fardo deles, que também ajudaram a organizar o local.

Na floresta, após avançarem alguns quilômetros, Helena suspirou, se erguendo ao sinalizar para onde deveriam ir.

— Ela está estranha, ou só eu que penso isso? — Helena comentou, olhando para os amigos. Damian permaneceu calado, enquanto Mason afastava um galho com a mão.

— Deve ser o estresse pela... missão. — Devon quem disse com um dar de ombros, mas Helena sentia que não era exatamente isso, mas não sabia bem como explicar.

Continua...

Continua

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Como Domesticar um VilãoOnde histórias criam vida. Descubra agora