capítulo: 01

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– Faça-a entrar imediatamente quando chegar. – disse Tariq, entregando uma fotografia ao advogado. - Aqui está ela.

James Sinclair deu uma olhada na imagem desfocada de três pessoas em férias. No centro do risonho grupo, na praia, estava um jovem de cabelos pretos que passava os braços pelos ombros de duas moças. James levantou a cabeça e olhou para o homem alto e moreno, impecavelmente vestido à sua frente. Lembrou-se das palavras de sua secretária. Garantira, com uma risada nada habitual, que as mulheres do edifício não estava interessado nas roupas que o príncipe vestia, e sim no corpo que escondiam.

– O senhor está à espera de qual delas, príncipe Tariq? – O advogado perguntou em tom respeitoso, mas sem conseguir esconder a tensão, enquanto olhava de uma bela moça de biquíni para a outra.

Relaxa, James, pensou, percebendo que estava nervoso da mesma maneira que teria ficado se o tivesse trancado dentro de uma sala com uma pantera desacorrentada e faminta. Pensando bem, havia algo naquele homem que lembrava a leveza, o perigo e a imprevisibilidade daquele animal. Se os negócios com a família real de Zarhat não lucrassem pequenos fortunas para o escritório de advocacia onde trabalhava, talvez se visse tentado a recusar aquela tarefa. O herdeiro do trono de Zarhat fazia com que James se sentisse inseguro como um principiante e isto nada tinha de agradável para alguém que era reconhecido como um dos melhores litigantes da sua geração.

Quando o príncipe Tariq Aí Kamal respondeu, seu inglês era impecável, a não ser por um leve sotaque que passou despercebido sob seu tom de incredulidade.

– Qual delas?

James levantou os olhos e encarou o homem que deveria ter uns 15 cm a mais do que ele. Era difícil sustentar seu olhar. Continuando a se sentir estranhamente inseguro e pouco à vontade, ficou se perguntando se seria uma questão de poder, mas desconfiava que, ainda que nada soubesse da fortuna e influência dos Aí Kamal, instintivamente teria percebido que ali estava alguém com quem não desejaria se indispor... Observou o seu rosto fino e sombrio e pensou: implacável. Aquele homem não seria nada gentil quando se tratasse de remover algum obstáculo ou alguém do seu caminho.

Observando disfarçadamente seu cliente de cabelos de zibelina e realmente se parecendo com um deles, James resolveu que o príncipe deveria ter quatro ou cinco anos a menos do que ele, com seus 37 anos. Era muito bonita e, evidentemente, seu intelecto acompanhava a bela aparência bronzeada. James colocou a mão a barriga um tanto abaulada e pensou que deveria encontrar tempo para jogar Squash...

Tariq levantou uma das sobrancelhas negras ao observar o advogado. Suas credenciais era impecável, mas depois de uma pergunta como aquela, ficava difícil acreditar que fosse tudo que se dizia a seu respeito. Qual delas? Qual acharia ser? Tariq pegou a fotografia e seu olhar passou pelo irmão e pela loura, antes de se fixar na ruiva. A loura de certa maneira era bonita, risonha, curvilínea e delicada. Não. Dispensou-a num estalar de dedos. Dificilmente era o tipo de mulher que faria um homem como seu irmão esquecer as responsabilidades que fora talhado para assumir desde criança. Responsabilidades que sempre vinham, como haviam aprendido, de braços dados com os privilégios.

Agora, a outra moça... De cabelos ruivos desalinhados, boca sedutora e pele de alabastro... Ela era aquele tipo de mulher. Sim, definitivamente, uma mulher que seria capaz de levar um homem à loucura. E quanto às responsabilidades... Sem fazer qualquer esforço, seria capaz de fazer com que um homem esquecesse o seu próprio nome!

Enquanto olhava o rosto vivamente sorridente da ruiva, Tariq sentiu a sua irritação desaparecer e entendeu, com relutância, por que seu irmão caçula, Khalid, perdeu a cabeça e o coração por causa daquele mulher. Até mesmo numa fotografia fora de foco o seu apelo sexual parecia atingi-lo no meio da testa... Para não falar em outras regiões mais ao sul! Não possuía uma beleza convencional. Seu queixo arredondado era firme demais, a pele do nariz levemente arrebitado tinha algumas sardas e a curva sensuais dos lábios sorridentes revelava que sua boca era larga, mas o jeito como seus longos cílios se encurvavam para cima lhe davam uma aparência quase felina e um ar de sensibilidade. Deu uma olhada no seu corpo. Era alta, de ombros retos e corpo bem proporcionado. Tinha uma silhueta de ampulheta e as curvas cheias de seus quadris eram perfeitamente compensadas por longas pernas bem torneadas. A pele que seu irmão tocava na fotografia era clara e cremosa. Sob as mãos de um homem, sua pele deveria ser morna, macia e extremamente deliciosa.

o Sheik e a VirgemOnde histórias criam vida. Descubra agora