Capítulo: 06

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três dias depois, Beatrice conhecia muito bem os seus aposentos e uma pequeno parte do palácio.
Recebeu exatamente duas mensagens de Khalid pelo celular. Ambas muito vagas a respeito de quando ele iria voltar. Nelas, dizia esperar que estivessem tomando conta dela. E precisava admitir que estavam.... Dormia no quarto mais luxuosos que poderia imaginar, estava sendo servida por empregados e a comida era tão gostosa que tinha certeza de que já engordou alguns quilos.

Todos a tratavam como uma convidada de honra, mas se sentia como uma prisioneira numa gaiola de ouro. Pelo que Khalid lhe disse, sabia que vários membros da família moravam dentro da fortaleza, mas não foi apresentada a nenhum: estava totalmente isolada. Tudo era feito com sutileza, claro: um portão trancado, um educado está área e privativa, mas sabia que todos os seus movimentos estavam sendo monitorados e restringidos. Ainda não desafiou as respirações, mas isto estava prestes a mudar...

Apertou os lábios resoluta, enquanto colocava o lenço providencialmente fornecido por Azil sobre os cabelos ruivos e escondia alguns cachos rebeldes. Em seguida, observou no espelho a saia longa e o caftan que escolheu para vestir. Fez um sinal de aprovação, abriu a porta do apartamento luxuoso e sorriu alegremente para o homem que estava parado do lado de fora.

– Bom dia, Sayed – Disse. O homem robusto, vestido com traje tradicional do deserto, inclinou a cabeça com polidez. Embora houvesse outros, aquele homem mais velho se tornara a sua sombra... Ou, dependendo do ponto de vista, carcereiro. Pela maneira cimo era tratado, desconfiava que sua posição não deveria ser tão humilde como queria fazer parecer. – Hoje eu vou sair.

Pela primeira vez, ele perdeu a máscara impassível.

– Sair? – Perguntou perturbado.

– Vou à cidade. Estou com vontade de conhecer coisas novas.

– Não acho que seja boa ideia, senhorita...

– Quando seu patrão voltar, direi a ele. Posso presumir que se reportem diretamente ao príncipe herdeiro?

Fez-se um momento de silêncio, e então outro homem se aproximou e se inclinou profundamente diante dela.

– Exatamente, srta. Devlin.

– Certo. Direi a ele que fiz de tudo para me dissuadir, mas que não os ouvi. Poderiam me chamar um táxi?

– Realmente nao acho...– Tentou argumentar Sayed.

– É claro que meu amigo da embaixada inglesa teria prazer em me buscar aqui, se você estiver muito ocupado. – Disse maravilhando-se com sua capacidade de criar. – Odiaria ter de pedir a ele, já que sempre está resolvendo algum incidente diplomático. Sabem como é trabalhoso, mas sempre me disse que, se um dia estivesse na cidade....

– Vou mandar pedir um carro, senhorita..

Beatrice, que esteve contendo a respiração, soltou um suspiro de alívio ao ver o homem de vestimenta tradicional se afastar para tomar as providências que fosse necessário. Sorrindo, marcou um ponto num placar imaginário. Teria problemas se tivessem percebido seu blefe, mas não queria pensar nisto.

Não tinha ideia do que Tariq Al Kamal, a pedra em seu sapato, pretendia alcançar com seu isolamento, mas não duvidava que a culpa fosse dele. Não duvidava que fosse capaz de ter sabotado o sistema de irrigação só para afastar o irmão de sua influência maldosa! Provavelmente, naquele exato momento, deveria estar vertendo veneno a seu respeito, nos ouvidos de Khalid. A ironia é que este, sem dúvida, concordava que era totalmente inadequada para assumir o papel de princesa.

Era provável que Tariq considerasse que o período de sol. Uma estranha em um pais totalmente estranho, fosse torná-la mais maleável e inclinada a aceitar este o caso, o tiro sairá pela culatra. Sentia-se isolada l, deslocada e sozinha, mas também esteja furiosa como o diabo por se sentir manipulada. Seria difícil, mas estava decidida a corresponder às expectativas que Tariq tinha a seu respeito, a todo custo.

Sorriu só em pensar nas sobrancelhas dele se levantando.

o Sheik e a VirgemOnde histórias criam vida. Descubra agora