Capítulo: 08

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Quando Beatrice finalmente encontrou a porta que dava para a piscina coberta, Khalid já estava dentro d'água nadando com uma energia que sugeria que estivesse mais em forma do que pensou.

Tirou as sandálias e olhou ao redor. Inconsciente da sua presença, ele continuava a atravessar a piscina olímpica com braçadas perfeitamente precisas, que mal agitavam a água. Chegou ao outro lado da piscina, onde havia uma cascata, mal fez uma pausa e voltou a mergulhar como uma foca. Impressionante!

Quase tão impressionante quanto aquele lugar. Ergueu a cabeça para olhar admirada para o teto abobado, formado alternadamente por vitrais e painéis de aço e decorado em tons de azul e dourado. As mesmas cores formavam o mosaico do piso. As palmeiras e arbustos exóticos pareciam incrivelmente verdes contra o fundo azul. Depois de uma semana no palácio, começava a ficar sem superlativos.

Deixou a toalha cair sobre uma cadeira e foi até a beira da piscina. A água estava convidativa. Abaixou-se e enfiou os dedos na água, ao mesmo tempo em que Khalid tocava a beirada da piscina.

– Eu estou impressionada. – Admitiu, ao ver a cabeça escura emergir da água.

O sorriso brincalhão que ela trazia no rosto se evaporou de repente, quando se viu olhando para os olhos escuros cheios de ironia, que não eram os de Khalid. Tentou se afastar rapidamente ao vê-lo erguer o corpo e sair da piscina com um só movimento ágil, e quase caiu de costas. Com os olhos arregalados e assustados, viu-o sacudir a cabeça, espalhando gotas d'água pelo ar, e algumas atingiram a sua pele, que queimava. Ele enfiou os dedos nos cabelos e puxou-os para longe do rosto. Sua pele cintilava como o cobre, o seu rosto molhado brilhava e algumas gotas pareciam pequenos cristais pendurados nas pontas do longos cílios.

– Desculpa... Não sabia que você....– A voz dela se apagou.

Sentiu que ficava vermelha e os olhos se recusaram a obedecer às ordens que vinham do seu cérebro: baixou os olhos e perdeu o fôlego, enquanto sentia o fogo se espalhar pelo corpo. Sempre foi óbvio que Tariq estava em extraordinária condição física, mas algumas maravilhas haviam sido deixadas por conta da sua imaginação. Agora sabia que sua imaginação ficará aquém da realidade. Ele podia ser outras coisas, mas era absolutamente magnífico! Um corpo liso e esguio, ombros largos, peito e braços músculosos, abdômen firme como uma tábua. Não havia excesso de carne para esconder o contorno perfeito do seu corpo.

– Desculpe.... Eu não sabia....– Repetiu. Ele levantou as sobrancelhas com ironia no mesmo instante em que ela recuperava a razão. – Pensei....

Não está aqui para corar como uma virgem apaixonada, Bea. Controle-se. Ele tem um corpo... Você já sabia.

Inspirou profundamente, conteve a respiração e contou até dez antes de falar novamente.

– Deveria me encontrar com Khalid. Ele... –A voz se tornou um sussurro, enquanto ela estremecia.

A sunga preta que Tariq usava havia escorregado alguns centímetros e mostrava uma tora de pele um pouco mais clara que o resto do seu corpo. Por algum motivo, não conseguia desviar os olhos daquela faixa de pele e da estreita linha de pelos escuros que descia pelo seu peito e desaparecia como uma flecha por debaixo do cós da sunga.

–Fui eu que lhe mandei o recado.

– Foi? – Tentou colocar a cabeça em funcionamento, mas esta parecia estar cheia de algodão. Beatrice levantou os olhos e olhou para o rosto dele.

– Não vai entrar na água? Pelo visto, precisa se refrescar. – Disse Tariq.

Beatrice ergueu o queixo abruptamente. Ao ver o seu olhar de deboche, sentiu a sua combatividade despertar. O homem sabia exatamente o que a provocava, pensou furiosa. Claro que deveria saber. Provavelmente passou a vida fazendo com que as mulheres babassem estupidamente. Felizmente, não iria perder a objetividade e o foco só porque era um daqueles homens que tinha uma aura sensual. Como tantos que já conheceu, Bea!

o Sheik e a VirgemOnde histórias criam vida. Descubra agora