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Sei que precisamos ir para o apartamento desde que subimos aqui, mas agora eu realmente desejaria não saber. Estamos abraçados, em silêncio, apenas observando a vista incrível que há aqui em cima.

Seus braços rodeiam meu corpo, me puxando para o mais perto possível nessa situação e minhas mãos estão em suas costas, enquanto minha cabeça está afundada em seu peito.

Eu simplesmente não conseguia parar de sorrir por nem um minuto sequer. Estou tentando focar em respirar regularmente já que ainda não me acostumei cem por cento com isso.

Bem no momento em que seus dedos tocam meu cabelo e minha respiração desiste de voltar ao normal, meu telefone começa a vibrar na minha bolsa.

Percebo que o do garoto faz o mesmo, então infelizmente nos separamos para ver. Madi já deveria ter me ligado umas cinco vezes e Logan pelo menos quinze. Chris me mostra a tela de seu celular, mostrando que Madi estava o ligando.

- Talvez seja melhor descermos. - digo, tentando não parecer desapontada. Embora que baseado na quantidade de chamadas perdidas no meu celular, deveríamos ir imediatamente.

- Vamos então, Dama.

Eu o olho no fundo dos olhos no mesmo segundo em que ele pega minha mão e entrelaça os próprios dedos nos meus e os leva aos seus lábios, pressionando-os lá por alguns instantes.

Quando saímos do elevador já no andar do meu irmão, ainda de mãos dadas, vemos nossos amigos no fim do longo corredor.

Olho para Chris novamente, procurando algum sinal de que ele iria soltar minha mão antes de realmente chegássemos lá. Não acho nada, porque ele não a soltou.

Começamos a chegar cada vez mais perto deles, o que me fez ficar cada vez mais ansiosa. Por fim, soltei sua mão. Vi o mesmo me olhar de relance, mas não dei muita bola, achei que ele estava brincando comigo.

- E onde vocês estavam? - Logan pergunta, aparentemente confuso. - E não me diga que o elevador quebrou porque nós acabamos de usá-lo e ainda estamos vivos e em perfeito estado.

- O elevador deu algum problema. Tivemos que vir de escada.

Ele responde, com um dos braços encostando levemente no meu. Esse mínimo contato já me fez estremecer e é praticamente comum quando estamos sozinhos, coisa que já é mais difícil de acontecer.

Matt e Madi estavam conversando animadamente vendo algo no celular do garoto que nem prestaram atenção na nossa chegada. Já Logan parecia querer voar em nós dois e Nick ainda parecia perdido com a situação.

- Bom, agora que estamos todos aqui, podemos entrar. 

Meu irmão diz, olhando diretamente para nós dois enquanto destrancava a porta. Assim que entramos todos, gritamos em conjunto:

- Surpresa!

A parede da sala havia uma grande faixa escrito os mesmos dizeres dos chapéus que estavam espalhados pela mesa. Logan aparece logo em nossa frente com o bolo em suas mãos e pego as três velas e um fósforo para acendê-las. 

- Uau, vamos ter que realmente nos esforçar no aniversário de vocês depois dessa. - Chris fala, o que me tira um pequeno sorriso enquanto posiciono as velas horizontalmente em cima do bolo, uma ao lado da outra.

- Tudo isso por que fazemos vinte e um ou ficaram ressentidos com a mentirinha de leve que mandaram para mim? - Matthew questiona, com uma das sobrancelhas arqueadas e aparentemente com um leve sarcasmo presente.

- Vocês podem nos agradecer depois, tá legal? Na verdade, vocês deveriam agradecer a Lizzie. A ideia foi toda dela.

Os três me olham com um sorriso nos lábios e eu retribuo isso. Cantamos um grande feliz aniversário, com toda a animação presente em nós naquele momento. Na hora de apagar as velas, acendo uma de cada vez para que os três pudessem apagá-las.

Nick e Matt vão primeiro, respectivamente. Christopher é o próximo e o último, então acendi a última vela e Logan trouxe o bolo para mais próximo do mesmo. Antes de se debruçar para apagar a vela, Madi diz:

- Faça um pedido!

Ele então para por alguns instantes e parece pensar, mas segundos depois, Chris se inclina novamente para apagar a vela. Eu apenas não esperava seu olhar intenso me seguindo do momento em que ele se debruçou até apagar a vela e se levantar.

Meu rosto provavelmente deve estar com uma cor bem diferente da habitual, já que eu praticamente podia sentir minhas bochechas queimando. Chris deve ter percebido, já que o mesmo solta um sorrisinho de canto antes de ir se sentar no sofá.

Dessa vez, todos devem ter visto aquilo, inclusive meu irmão. Mas como ninguém agiu diferente, não fiz questão de dar explicações. Estavam todos mais interessados em comer o bolo.

Como cada um estava se servindo, fui pegar para mim também. Pego um pedaço do bolo e me sento ao lado de Chris, já que eu talvez ainda não tenha superado os acontecimentos anteriores. 

Não devem ter se passado nem dois minutos inteiros e o garoto veio atrás de mim. 

Chris pegou todo o meu cabelo com sua mão e o passou para o outro lado, deixando um ombro meu exposto. Seus dedos quentes roçaram na pele do meu pescoço, o que me causou arrepios. 

Ele fez isso com a maior delicadeza que eu já havia visto, tomando cuidado para não me machucar. Segundos depois, apoiou seu queixo em meu ombro e chegou ainda mais perto do resto do meu corpo, com nossas pernas se encostando. 

Sua barba estava por fazer, então pude a sentir roçando contra meu ombro nu por conta do modelo do vestido. Além disso, meu cérebro parecia estar sendo consumido por seu cheiro incrível.

Se eu fosse ser sincera agora, diria que esse é o paraíso. Vida pós morte ou algo do tipo. Se eu tivesse que ser realista, que é realmente o que eu preciso agora, diria para ele se afastar antes que nos arranjasse um grande problema.

Olho em volta e percebo que todos parecem estar até que bem entretidos em suas próprias conversas, mas não podia garantir que ninguém tivesse nos visto até então. 

Estamos sentados no sofá enorme de Logan, na ponta mais longe de onde eles estavam. Meu irmão, Madi e seus irmãos estavam ao redor da bancada da cozinha, praticamente todos de costas para mim.

- O que você quer? 

Digo, tentando não vacilar a voz. Ele me deixa nervosa, eu não conseguiria negar isso nunca, nem mesmo se eu quisesse. 

- Nada. Só ficar perto de você. 

Chris comenta, mesmo que eu soubesse que não era verdade. Logo em seguida, ele afunda os dentes no meu pescoço e deixa um leve beijo molhado lá. 

Isso com toda a certeza deixaria uma marca. 

- Para.

- E por que eu deveria parar?

- Porque se não, eu vou estar em cima de você daqui à dois segundos. Bem no meio de todos.

- E? Você vai precisar de um motivo menos tentador para me fazer parar, Dama.

A Dama e o Vagabundo | Chris SturnioloOnde histórias criam vida. Descubra agora