Capítulo 6

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Harry correu os olhos sobre a cintura esguia e fluida de Justiça. Ela era uma mulher de vestimentas simples, apenas um grande vestido fluido que girava por seu corpo como se fosse líquido, do mesmo material e cor de sua venda, em tom tão similar ao de sua própria pele que de longe, poderia parecer ser parte dela. Harry quase queria tocar para saber como seria a sensação, se talvez fosse como o toque da seda. Mas assim como ninguém muda destino, ninguém alcança a Justiça por si mesmo, e ela não era muito de se aproximar e deixar ser tocada por qualquer um, especialmente não pela Morte.

Seu olhar desceu para a espada, que ainda estava embainhada. Mas é claro que estaria, quando Justiça estava em modo de Execução dificilmente havia paz. Mas ela sentia Paz? Não. Isabella não estava gritando pela morte da filha agora, mas Harry ainda sentia as ondas de perturbação do cosmos, então ela poderia fazê-lo no campo se essa tivesse sido a decisão, ela provavelmente executaria a Sentença então. Se esse fosse o caso, a espada só poderia ser retirada da bainha naquele momento, pois depois de erguida, só poderia ser guardada quando cobrasse o preço do Equilíbrio. As coisas obviamente não estavam equilibradas no cosmos no momento, paz ou não. Mas de novo, o Equilíbrio não depende da Paz, especialmente quando ele é perturbado, costuma precisar de um pouco de Caos para voltar tudo ao lugar.

-Não. Ainda. - soou a voz etérea, quase como um canto angelical, respondendo aos seus pensamentos conflitantes antes que Harry pudesse expressá-los.

-Ainda?

-Não está no Tempo da Compreensão.

-Entendo. Não direi a eles.

-Nem para você, Thanatos.

-Harry. Você pode me chamar de Harry, já te falei isso. Thanatos é um nome ridículo que os outros deram para a posição que ocupei. -ela desdenhou -E você pode me dizer, não vou contar para ninguém. Você sabe como é, a curiosidade matou o gato.

-'Mestre da Morte' é ainda pior, Thanatos. -Justiça sorriu.

-Justo. - ela brincou. -Concordo. Mas ainda prefiro Harry. Só Harry.

A Justiça, por sua vez, não só não respondeu, como já se dirigia porta afora sem reconhecer seu pedido. No batente, porém, ela parou.

-Nós veremos em breve Harry.

-Você trará o Tempo da Compreensão então?

-Talvez. Se for justo que você saiba.

-Mas, como saberei o que fazer no confronto?

-Você saberá. Você sempre sabe.

Ela sumiu sob um brilho suave e tremeluzente.

-Argh... Seres Eternos... Odeio conversar com eles. Sempre misteriosos, com meias palavras cobrindo suas trinta e cinco segundas intenções...  - resmungou ela, baixinho, quando sentiu seus olhos voltarem ao foco.

-An... - Alistair resmungou, franzindo o cenho - Não é isso que a senhora sempre faz, mãe? - ironizou, apertando de leve seus ombros.

-Silêncio, criança! Não fale assim da sua mãe! - Harry respondeu. - Mesmo que seja verdade... -resmungou.

Ao fundo, pode-se ouvir a gargalhada poderosa de Emmett Cullen.

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Neve congelava o solo no terreno da floresta dos arredores de Forks. A clareira da batalha contra os recém nascidos havia se transformado em um ponto de reunião com os Volturi. Não que eles achassem que os Volturi soubessem disso ainda. O que para ser honesta, Harry achava bem ruim para os negócios de paz que Carlisle queria fazer. Mas ele parecia achar convites para brunch ao estilo vamos-negociar-em-paz-na-floresta-com-testemunhas muito formal para a vibe que ele estava visualizando para a ocasião do encontro entre clãs.

Pedindo Socorro para a Morte - Harry Potter/Crepúsculo - ShortStoryOnde histórias criam vida. Descubra agora