Capítulo I.

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Um samurai é visto adentrando em uma vila. Os aldeões estranham, pois samurais não aparecem muito por lá. O samurai tem duas katanas embainhadas, longos cabelos negros, barba por fazer e olhos roxos. Ele tem uma grande cicatriz no lado esquerdo da boca, e seus olhos quase não exalam vida. Ele entra em um bar, fazendo com que todos no local onde parassem tudo o que estavam fazendo e olhassem para ele.

Ele então se aproxima da bancada: "Sakê", demanda o samurai. O balconista rapidamente serve-o, tomando todo esforço possível para não derramar o sakê ao servir. "Recentemente um japonês chamado Saiko passou por aqui, provavelmente pedindo abrigo para ele e sua família. Onde ele está?", perguntou, o homem de olhos roxos que mal exalavam vida, enquanto bebia calmamente seu sakê.

Silêncio paira sob o ar, ninguém fala nada. Sangue, pavor. O samurai rapidamente sacara uma de suas katanas e separara a cabeça do pescoço do dono do bar. "Vou perguntar de novo, mas se ninguém responder novamente, não se preocupem em voltarem para casa hoje. Onde está Saiko?". "Nunca vamos te dizer!! O Saiko-san é extremamente gentil e tem nos ajudado muito, jamais vamos entregar ele!", exclamou, a jovem donzela que estava no canto do bar.

O samurai desfere um olhar penetrante na direção dela: "Interessante", o samurai começa a ir em sua direção, mas todos os aldeões que estavam no bar se levantam e se prepararam para parar o samurai a qualquer custo. "Eu só vou dizer uma vez", os aldeões engolem seco, "saiam da frente ou suas vidas patéticas terminam aqui". Os aldeões hesitam, mas logo soltam um grito de guerra e correm na direção dele.

O samurai desembainha as duas katanas, e começa a matar todos os aldeões, um por um. Ele mata homens, mulheres, idosos, e continua avançando, criando um mar de sangue no bar. Está terminado, todos foram massacrados, com exceção da jovem donzela. O samurai pega a jovem e a arrasta pelo cabelo por toda a vila, enquanto gritava: "se quer salvar a vida dela, saia imediatamente e me enfrente, SAIKO!".

Um homem aparece, ele tem cabelos negros curtos, olhos verdes e gentis; usa um kimono branco, e tem uma katana embainhada na cintura. "Chega! Essa chacina acaba agora, Hakari!". O samurai vira para trás, seus olhos, que eram vazios e sem vida, ganham um brilho, uma chama se acende em Hakari. "Traga de volta minha mulher e meu filho, imediatamente. Caso contrário, me entregue sua esposa e seu filho. Assim que eu mata-los na sua frente, ai sim você terá a minha permissão para morrer!!!", exclama, furioso, Hakari.

"Eu sei que o que eu fiz para sua família foi imperdoável, meu irmão. Eu sei que eu não mereço o seu perdão... eu fugi como um covarde... mas é só por que eu temia pela minha família. Eu era um idiota que só buscava poder a qualquer custo, mas eu não quero mais ser assim. Eu quero mudar, pois eu finalmente descobri a verdade, irmão. Minha morte não irá consertar os erros que cometi, então eu peço, por favor, por favor deixe-me redimir de meus tão pesados pecados. E quando eu o tiver feito, você pode decidir se mereço ou não o seu perdão."

Hakari se enfurece: "A verdade? Que verdade é essa?!?". Saiko demonstra um semblante sério: "O verbo de Deus, Jesus Cristo. Ele que nos ensina o verdadeiro caminho para felicidade: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo. Todos somos pecadores, e não merecemos perdão... mas mesmo assim, Jesus nos oferece de graça. Eu, o pior dos pecadores, fui ensinado a odiar o meu pecado, mas nunca me odiar, o pecador. Jesus nos ensina a amarmos uns aos outros, assim como Ele nos amou, mesmo que sejamos indignos do amor dEle. Jesus mudou a minha vida, irmão, ao mostrar que vencemos a vida pelo amor, não o ódio. Por favor, eu não vou lutar contra você, mas me deixe redimir de meus pecados de outra forma", saiko se ajoelha e pede perdão.

Hakari corta o pescoço da jovem. "Você acha mesmo que depois de tudo o que eu fiz, eu iria desistir só por que você falou todo esse discursinho? Eu irei te matar agora, e depois a sua família", hakari saca suas duas katanas e vai correndo na direção de Saiko.

Saiko se levanta e saca sua katana. Hakari desfere diversos golpes cheios de ódio e amargura, seu ódio pesa em todos seus ataques, enquanto Saiko somente deflete todos os ataques. "Eu não vou lutar contra você, meu irmão. Por favor, não avance mais nessa jornada de ódio, eu sei que isso não lhe levará a nada"; "Cala a boca, seu lixo! Você não merece viver! Eu te amaldiçoo e toda a sua família, morra, morra, morra".

Saiko desfere um soco no ombro direito, o deslocando. Hakari deixa sua katana cair, mas continua avançando com sua katana na mão esquerda, desferindo diversos ataques que já teriam derrotado qualquer samurai, mas não Saiko. Hakari jamais iria admitir, mas Saiko era o samurai mais forte daquela região, e sempre foi um samurai mais forte que Hakari, desde sua infância.

Saiko desfere um golpe pesado, hakari defende, mas saiko chuta o lado direito de Hakari, o fazendo desequilibrar e cair no chão. "Por favor, irmão. A última coisa que eu quero nesse mundo é machucar você".

Começa a chover.

"Por que? Por que eu não consigo matar você? Por que um merda como você consegue uma vida feliz e eu que só me fudi por sua causa continuo na merda?!", grita, consternado, Hakari. Saiko sente profundamente a tristeza e amargura de seu irmão, e começa a chorar. "Pai!! Por favor, Mata ele!! Ele não pode tirar você de nós!!", grita uma criança que acabara de aparecer correndo na direção de seu pai, era Midori, o filho de Saiko.

Saiko olha para trás, e se assusta ao ver seu filho no campo de batalha, Hakari rapidamente aproveita a oportunidade e enfia a espada no peito de Saiko, o acertando no coração. Saiko cai, cospe sangue. Hakari está sorrindo, ele finalmente teve sua vingança, porém, por algum motivo, ele não se sente feliz. Saiko põe a mão no ombro de Hakari: "Encontre... a verdadeira felicidade...", e então cai no chão, morto.

Seu filho corre na direção do seu pai morto, chorando e gritando. Hakari rapidamente se levanta e aponta sua katana em direção à criança:"você é o próximo". Ouvesse um trovão, e de repente Hakari enxerga o quão parecido midori e seu pai são, e uma enxurrada de memórias vêm na mente de Hakari. Ele começa a se lembrar da sua infância com seu irmão, e como tudo ocorreu até que se chegasse onde ele chegou.

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