Capítulo V.

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Os ronin começam a rir de Hakari, e chutam o corpo de sua falecida esposa. Hakari cai de joelhos no chão, e implora: "Me matem". Hakari não vê sentido na vida, não somente na sua, mas não vê qual é o sentido de estar vivo. Os ronin, muito felizes, vão em direção de Hakari para realizar o seu desejo, mas antes de desferirem o golpe fatal, um deles diz: "Falei que nem iríamos precisar da ajuda do Saiko, lobo solitário é uma ova, esse merdinha não é samurai algum, muito menos um homem", de repente, os olhos de Hakari brilham, ele ganhou vida novamente.

Ele rapidamente se levanta e agarra o ronin pelo pescoço: "Você disse... Saiko?", o ronin não consegue responder pois está sufocando até a morte, ele tenta desferir um golpe em Hakari, que arranca a glote do pescoço dele com suas próprias mãos. Sangue é jorrado para todo lado, o ronin chora e cai no chão. Hakari lentamente olha para trás, na direção dos outros dois: "O que o Saiko tem a ver com tudo isso?", pergunta, Hakari, com a cara completamente ensanguentada e com um olhar mortífero, como uma cobra olhando para suas presas.

Um dos ronin ataca Hakari, que rapidamente mutila todo o braço do ronin, que começa a chorar e gritar de dor. Hakari aponta sua katana na direção do terceiro ronin: "Não vou perguntar de novo". "Chega, seu bando de inúteis. Eu cuido do meu irmãozinho", Saiko surge do meio da floresta. Os olhos de Hakari se transformam em duas bolas de fogo ardentes, e olha para Saiko como nunca antes havia olhado. "Você... fez isso?", pergunta Hakari, torcendo para que Saiko dizer sim, pois não podia mais controlar sua sede assassina.

"Infelizmente foi necessário, Hakari... não é pessoal meu irmão. São só negócios", Saiko sorri. Hakari corta a cabeça do terceiro ronin e corre como se estivesse voando em direção de Saiko, que desembainha sua espada e deflete um poderoso ataque cheio de ódio por parte de Hakari. O samurai de olhos roxos começa a atacar Saiko de todas as direções, se transformando em um furacão de ataques mortíferos. Nenhum homem teria sobrevivido àquilo. Nenhum homem, menos Saiko.

Saiko apara todos os golpes e se prepara para contra atacar assim que ele conseguir uma oportunidade. Oportunidade essa que ele mesmo criou: "Será que sua mulherzinha sofreu muito antes de virar presunto?", Hakari se liberta completamente de todos os seus sentidos, ele vira uma besta sedenta por sangue, e avança em direção de Saiko, assim como ele planejava. Hakari abriu uma pequena brecha, e Saiko desferiu um poderoso corte no peito de seu irmão, seguido de dois cortes no braço direito e um profundo corte no lado esquerdo da face de Hakari, perto da boca.

Hakari cai de joelhos no chão, sem conseguir mais segurar sua katana. Saiko pega sua katana e se prepara para dar o golpe final, porém, o forte cheiro de sangue atraiu uma presença infortuna: um grande urso pardo vem correndo na direção de Saiko e Hakari, e com um tapa joga Saiko para longe, o fazendo bater em uma árvore e desmaiar. Então o urso vai em direção de Hakari, que estava imóvel no chão, para lhe arrancar a cabeça. Hakari consegue rolar até a ponta da floresta, e então se joga do alto da floresta e cai no chão, completamente desacordado.

De repente Hakari acorda, e se vê dentro de uma cabana, sem se lembrar do que havia ocorrido ou de como havia chegado ali. Um homem de meia idade entra na cabana, e esboça um feliz sorriso: "Ah, você finalmente acordou!". "O que aconteceu? Quem é você? Onde eu estou?", "Calma calma, meu jovem. Uma pergunta de cada vez", responde o homem, sorridente. "Encontramos você caído no chão... é, na verdade, em cima de uma de nossas tendas. Você estava em um estado péssimo, então tomamos a liberdade de cuidar dos seus ferimentos. Você está no nosso acampamento, somos caçadores e vivemos nesta floresta! Eu sou Makasu, líder do nosso pequeno grupo, muito prazer!".

Então uma enxurrada de memórias e sentimentos invadem a mente de Hikari, e ele se lembra de tudo o que ocorreu, e um ódio genuíno passa por todo seu corpo. Ele tenta se levantar rapidamente, mas cai, pois ainda estava muito fraco. "Calma ai meu jovem! Você ainda esta muito ferido, não faça movimentos bruscos.".

"Me deixe em paz, velho. Eu preciso matar aquele lixo", responde, Hakari, extremamente furioso. "Jovem, não sei quem você quer matar, mas se continuar nesse ritmo, você somente vai matar a si mesmo. Você precisa de repouso". Hakari ignora os conselhos de Makasu, e se esforça para levantar, mas acaba desmaiando. Hakari acorda algumas horas mais tarde, sentido o cheiro de comida. Então uma jovem entra em sua cabana com um prato de ensopado, ela vê que Hakari acordara e se envergonha: "m-mil perdões, eu só-só vim trazer um pouco de comida para o senhor", Hakari não fala nada, mas acena com a cabeça, indicando que tudo bem.

Hakari se senta e começa a comer, a jovem fica lá, observando-o, admirada por sua beleza e seu físico. "Quer alguma coisa?", pergunta, rispidamente, Hakari. "N-não não... é só que é impressionante, você realmente conseguiu sobreviver ao ataque daquele urso. Poucos conseguem isso, é incrível!", responde, entusiasmada, a jovem. "Vocês viram o urso? Viram se havia mais alguém perto de onde ele me atacou?", "Então, só conseguimos ver você, então atraimos o urso em nossa direção para ele não correr atrás de você... mas não me lembro de ter visto outra pessoa lá... estava muito escuro". Hakari abre um sorriso assustador: "Ótimo, então ele ainda deve estar vivo", "quem?", pergunta a jovem; Hakari olha para a menina, "e o que te interessa? Saia logo daqui". A menina obedece o samurai, e o deixa comer sozinho.

Hakari acorda, é de manhã. Ele já se sente bem melhor, e finalmente consegue sair de sua tenda para ver o acampamento. Ao sair, Makasu logo o vê, e vai em sua direção, sorridente: "Ora, finalmente conseguiu se levantar sozinho, meu jovem. Parabéns! Como está se sentindo?"; "onde estão as minhas coisas?", pergunta Hakari. "Ha ha, direto ao ponto como sempre em? Não se preocupe, somos caçadores, não ladrões. Suas coisas estão guardadas no baú da minha tenda, pode pegar a hora que quiser", "Ótimo, vou pegar agora", responde Hakari indo em direção da tenda de Makasu. "Mas você já vai? Tenho que admitir que sua ajuda seria muito bem vinda, nós estamos tendo alguns problemas com saqueadores e-", Hakari vira para Makasu: "E isso é problema meu? Tenho coisas mais urgentes para fazer agora".

"Matar um homem, não é?", retruca o líder do acampamento. "Você acha que esse é um caminho que vá acabar bem para você? Não sei pelo o que você passou, e sinto muito de verdade por isso, mas vingança não vai te fazer sentir melhor. Não se cura ódio com mais ódio", Hakari soca o homem. "Cala a boca, seu merda! Quem é você? O que você sabe sobre mim? Vai se fuder! Eu acabei de perder toda a razão de minha vida, e você fala isso? Seu lixo, eu faço o meu caminho!!", exclama Hakari, furioso. Outros membros do acampamento vão em direção de Hakari para confronta-lo, mas Makasu os impede: "violência não resolve nada... só piora. Mas nós não podemos te forçar a ver isso... você deve ver por você mesmo.", diz o homem, enquanto limpa o sangue de seu rosto. "Pode ir, espero que você encontre sua paz, caro jovem", as palavras de Makasu incomodam Hakari, mas ele as ignora, pega suas roupas e katana, e vai embora do acampamento. "Saiko... eu vou te arrastar para o inferno comigo."

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