Capítulo XII.

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Saiko teme pela vida de sua família, e rapidamente vai atrás deles para fugirem em segurança. Assim que Saiko pegou sua mulher e filho, ele, escoltado por Kaito, corre com eles em direção a saída de trás do palácio. Saiko se sente um covarde fazendo isso, mas ele põe a segurança de sua família em primeiro lugar. Porém, quando estavam chegando perto da saida: "SAIIIIIKOOOO!!!!", hakari solta um grito que expressava todo o seu ódio e raiva acumulado por seu irmão. Saiko olha para trás e vê Hakari ao lado de Jagan, ambos com um olhar sanguinário.

Saiko não quer lutar com seu irmão, ele abandonou completamente o caminho da espada. "Vão", diz Kaito, enquanto desembainha sua katana. Saiko não sabe o que dizer, ele não quer que Kaito mate seu irmão ou Jagan, mas ele não tem coragem de impedi-lo. Saiko se odeia por ser tão convarde, mas aceita a sugestão de Kaito. Antes que ele fugisse com sua família, Kaito diz: "Não posso afirmar que gosto de você, Saiko, mas o respeito por sua força. Foi uma honra servi-lo".

Saiko nada responde, apenas se sente terrívelmente culpado por tudo aquilo que estava acontecendo, e foge com sua família. "Hakari, me espere. Preciso matar esse desgraçado, depois vamos atrás de Saiko", então Jagan sente um repentino desconforto, sente uma fincada em seu peito. Hakari havia transpassado o coração de Jagan pelas costas com sua katana. "Você já serviu ao meu propósito, agora saia do meu caminho", hakari diz para Jagan, enquanto avança em direção a Kaito. A visão de Jagan começa a embaçar, e sua última visão são de seus filhos o abraçando, quando eram crianças. "Meus filhinhos... vocês voltaram para mim", são as últimas palavras de Jagan, que agora jaz no chão, morto.

Hakari avança como um tornado em direção de Kaito, desferindo diversos ataques cortantes, ataques esses que Kaito tem muita dificuldade em defender. Kaito tenta aproveitar alguma brecha para atacar, mas não consegue. Hakari não pode ser parado por nada, e Kaito sabe disso, ele sabe que não conseguirá sair vivo dali. De repente, ele sente um remorso, um grande arrependimento que ele nunca mais poderia reparar: "Eu devia ter passado mais tempo com meu filho", Hakari corta um dos braços de Kaito, que se afasta da besta vingativa em sua frente. Kaito empunha mais uma vez sua katana, e se prepara para avançar.

Hakari ri: "Mesmo sem um braço? Você quer tanto assim morrer por aquele merda?"; "Não é uma questão de querer ou não", Kaito retruca, "é o meu dever". Hakari franze sua testa e sua face muda de semblante: "Entendi. Eu vou com tudo agora", Hakari não precisou dizer, mas Kaito havia entendido. Kaito ganhou o respeito de Hakari. Kaito sorri, "Vem logo, sua besta". Hakari avança com tudo o que tem, assim como também Kaito o faz. Estava feito, a cabeça de Kaito havia caido ao chão. Hakari então se apressa para seguir os passos de Saiko, que havia fugido à cavalo.

Saiko viaja por alguns dias, e chega em uma pequena vila no interior e clama por um lugar para ficar, e promete trabalhar duro para recompensar. Assim, Saiko permaneceu na vila por alguns dias, sempre ajudando os habitantes da vila em suas variadas situações. Logo o povo tomou um grande apreço por Saiko, e ele estava finalmente se sentindo em casa. Então, um samurai é visto adentrando a vila, o que os aldeões acham estranho, pois não veem muitos samurais por aquela terra.

Voltando ao presente.

Hakari se lembra de tudo o que passou para chegar ali, e enquanto aponta sua espada para Midori, o filho de seu irmão, ele vê Saiko nele. Hakari não entende por que está hesitando, ele finalmente estava conseguindo tudo o que mais queria, mas não conseguia desferir o golpe fatal na criança em sua frente. As últimas palavras de Saiko recoam sobre sua cabeça: "Busque a verdadeira felicidade. O que caralhos ele quis dizer com isso. Por que, por que ele não queria lutar? Por que?", Hakari pensava em tudo isso enquanto sua katana tremulava e hesitava. Então, sangue jorra na cara do menino Midori, uma flecha acertara seu ombro esquerdo. Um dos aldeões mirou em sua cabeça, mas acertou seu ombro. Vários aldeões se juntam e vão em direção de Hakari, para impedi-lo de matar a criança.

Hakari, com mil pensamentos correndo em sua cabeça, escolhe fugir. E assim ele o faz, correndo para o mais profundo da floresta que ali por perto estava. A chuva dificulta a caça a Hakari, e os aldeões não conseguem acha-lo. Hakari, escondido entre os arbustos, pensa: "Eu finalmente consegui. Eu matei ele... isso é bom, é tudo o que eu mais queria na vida... então por que... por que eu não estou feliz? Buscar a verdadeira felicidade? Que merda isso deveria significar?", Hakari olha para sua Katana, "a felicidade não existe para mim nesse mundo", ele saca sua katana e a aponta em direção ao seu ventre. "Vamos, acabe logo com isso", pensa consigo, Hakari. Mas novamente, ele hesita, suas mãos começam a tremer, e ele volta a escutar as últimas palavras de seu irmão: Busque a verdadeira felicidade". "Por que eu deveria escutar aquele merda? Ele só ferrou com minha vida, nunca fez nada de bom pra mim, arrancou de mim toda minha alegria nesse mundo... então por que, por que ele estava tão feliz em ver? Por que eu não enxergava mais aqueles olhos demôniacos dele? Ele encontrou... encontrou a verdadeira felicidade?"; Hakari faz de tudo para parar de pensar e se força a finalizar seu sofrimento, ele vai rasgar seu ventre, até que um grande raio cai na árvore ao seu lado, iniciando um incêndio na floresta. Hakari olha para o fogo e vê todas as pessoas que ja matou, e entre elas, vê seu irmão dizendo: "Busque a verdadeira felicidade". Hakari joga suas duas katanas para longe, começar a anda cambaleante em meio a floresta, sem rumo e sem destino. Hakari conseguiu sua vingança, mas não conseguiu preencher o seu vazio.

FIM.

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