Lívia Vázquez
Mesmo dia
– tá me estressando –Meta: 20 comentários
Micaela tá me olhando apreensiva como se estivesse esperando pelo momento em que eu vou pular nela. É sério, até as pernas estão encolhidas em cima da poltrona.
Talvez eu tenha me alterado um pouquinho e despejado tudo o que aconteceu desde cedo no colo dela esperando que a coitada fizesse mágica com a situação. Daí ela respira fundo, estica as pernas repousando o caderninho na mesinha ao lado.
– Primeira coisa, eu não entendi nada do que você falou. Segundo, você precisa se acalmar, terceiro e último, levanta.
– Não faz nem dez minutos que eu sentei e já tá me mandando embora?
– Levanta Lívia, por favor – Me coloco em pé – Agora você vai sair por aquela porta, fechar, depois vai andar até o final do corredor, respirar fundo cinco vezes e só aí, vai voltar aqui. Claro que vai ter que bater na porta antes de entrar!
– Tu faz isso com os outros pacientes?
– Não é a Micaela psicóloga que está falando, é a Micaela sua amiga! Anda, passa pra fora.
Já deu pra ver que com ela não se discute, ou faz ou faz, não tem outra alternativa.
Ando até o final do corredor, me encosto na parede e faço o exercício de respiração. Cinco vezes como ela disse. Olho de um lado a outro e só tem eu aqui, se bem que quase ninguém vem pra esses lados a essa hora. Solto um último suspiro antes de me virar e fazer o caminho de volta para a sala, o trajeto é o mesmo mas parece mais longo. Esfrego um dedo no outro claramente nervosa, como se estivesse indo ao dentista. Eu odeio dentista.
Respirando fundo bati na porta três vezes. Os passos do outro lado da porta me deixam em expectativa, a maçaneta gira, a porta abre, e o semblante amigável de Micaela está ali, acolhedor como sempre.
– Tem um tempo pra mim?
– Claro! Uma hora para ser mais exata, mas pode entrar, fica à vontade.
Me acomodei na poltrona verde em frente a ela de novo que já está com o caderninho em mãos pronta para exercer seu trabalho de ouvinte.
– E aí dona Lívia, o que me conta?
– Bem… tem algumas coisas me atormentando nos últimos tempos e eu não sei exatamente por onde começar – O punho da manga do casaco serve de calmante quando estou sem meus anéis, puxo o mesmo como se estivesse com frio, e ela nota.
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PERDIÇÃO | RICHARD RÍOS (PAUSADA)
Fanfiction'Tᴀʟᴠᴇᴢ ᴇᴜ ɴᴀ̃ᴏ ᴇsᴛɪᴠᴇssᴇ ᴇsᴘᴇʀᴀɴᴅᴏ ᴘᴏʀ ʙᴇɪᴊᴀʀ ᴇʟᴀ, ᴍᴀs ᴘᴇʟᴏ ᴊᴇɪᴛᴏ ᴀɴᴅᴇɪ ɴᴏᴛᴀɴᴅᴏ ᴍᴇɪᴏ ᴇxᴀɢᴇʀᴀᴅᴀᴍᴇɴᴛᴇ ᴀ sᴜᴀ ᴘʀᴇsᴇɴᴄ̧ᴀ ɴᴏs ᴍᴇsᴇs ϙᴜᴇ ᴘᴀssᴀᴍᴏs ᴊᴜɴᴛᴏs. O ᴘʀᴏʙʟᴇᴍᴀ ᴇ́ ϙᴜᴇ ᴇᴜ ɴᴀ̃ᴏ ᴅᴇᴠᴇʀɪᴀ ᴇsᴛᴀʀ ғᴀᴢᴇɴᴅᴏ ɪssᴏ. Bᴇɪᴊᴀɴᴅᴏ Lɪ́ᴠɪᴀ. Eʀᴀ ᴘᴀʀᴀ ᴛᴇʀᴍᴏs ᴘᴀʀᴀᴅᴏ ɴᴏ ᴀʙʀ...