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(se tiverem, coloquem a playlist de reggaeton de vocês, esse cap pede uma coisinha a mais)

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(se tiverem, coloquem a playlist de reggaeton de vocês, esse cap pede uma coisinha a mais)

Lívia Vázquez
mesma noite
– águas rolando –

Não faço ideia de que horas são, nem quanto álcool tem correndo pelas minhas veias, a única certeza é que de repente a balada parece um pointing de toda a LATAM – Latino América – o reggaeton e a cumbia despertaram os apaixonados pelo ritmo que fizeram a pista desaparecer com o tanto de gente espalhada por ela. Eu sou uma delas.

Na verdade, somos. Micaela está ao meu lado dançando como se fizesse isso mais do que pode contar nos dedos.

É incrível como as melodias me fazem sentir, apenas fazem sentido com a forma que meu corpo quer bailar. Não consigo controlar nenhum movimento, parece que a música me controla, dita o ritmo dos meus pés, me faz sentir… livre.

Giro em meus calcanhares ficando de costas para Mica que faz o mesmo. Nossos quadris se movimentam em sincronia, conforme a batida, enquanto nossos cabelos se misturam quando jogamos a cabeça de um lado a outro. Minhas mãos deslizam pelo tecido fino do vestido e preciso cuidar para não puxar a ponta da amarração e acabar sem nada. A esquerda desliza pela lateral até a nuca se enroscando nos fios por ali, logo descendo por meu colo fazendo um caminho que formigava conforme a pontinha das minhas unhas arranhavam.

Por Deus, que calor é esse?

Os cabelinhos da nuca se põem de pé como se me avisasse de algo. Estou sendo observada.

Isso é meio óbvio, quantas pessoas tem à minha volta!

Meus olhos percorrem o perímetro procurando alguém específico, mas os lasers coloridos e a fumaça não me deixam ver direito. Toco o ombro de Micaela que se vira para mim ainda dançando e simplesmente desce até o chão no ritmo de Rauw Alejandro enquanto eu tento chamá-la para o bar, mas a pessoa simplesmente me ignora, apenas quando ela me olha faço um sinal pra sairmos dali, porém ela nega rapidamente e segue bailando.

– Pode ir, eu vou ficar  – Grita por cima da música, logo se misturando com os outros me deixando sozinha.

A cada passo que dou, um dá licença e desculpa saem da minha boca. Preciso me encolher toda pra poder passar por toda essa gente. Agora eu sei como as sardinhas se sentem naquelas latas sufocantes, a diferença é que aqui não cheira a frutos do mar, e as coitadas também não usam salto alto.

Um suspiro me escapa quando chego no bar, nossa, parece que corri uma maratona. Peço apenas uma água para recuperar um pouco do que eu perdi na pista, e enquanto o barman não volta, aproveito para tentar encontrar o par de olhos que tanto me secam, mas é inútil, não vejo ninguém me encarando.

O moço simpático do bar me entrega a garrafa de água. No primeiro gole sinto como se estivesse há dias sem colocar uma gotinha de H²O na boca, em segundos já não tem nada na garrafinha para contar história.

PERDIÇÃO | RICHARD RÍOS (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora