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Lívia Vázquez 13 de Maio de 2023 Palmeiras x Bragantino – que evolução –
Alguns jogadores saíram de campo bem cansados e esgotados, tanto que estão atirados no chão do vestiário ainda respirando pesado. Analiso a situação e eles estão mais sobrevivendo do que realmente vivos, nunca vi esses caras beberem tanta água e isotônico quanto agora.
Marcelo chama minha atenção pedindo ajuda com os princípios de lesão grau dois. Passo entre os garotos no chão entrando na sala de massagem e me deparo com a sala de espera da UPA. Luan está sentado em uma das cadeiras conversando com com Veiga, ao lado Marcos Rocha tira as chuteiras e nas macas estão Murilo, Gómez e Richard. Adivinha para quem eu fui designada para avaliar o indivíduo? Exatamente, eu.
O colombiano está sentado com as pernas bem esticadas sobre o couro sintético e com o peso do corpo apoiado nas mãos. Sem camisa.
Se bem que olhando assim, ele não chama tanta atenção não, bem pelo contrário. Minha visão sobre ele realmente mudou, mesmo que já tenhamos nos entendido e ele pedido desculpas. Eu realmente não sei o porquê achava que poderíamos ser amigos! Agora só o vejo como mais um dos jogadores, mais um dos meus pacientes.
– E aí, deu pra cansar? – Paro ao lado da maca e ele suspira fundo.
– Oh se deu – Richard maneia a cabeça e solta uma risadinha – Deu até pra sentir a coxa.
– Ah é? Posterior?
– Não, bem aqui – O jogador sobe um pouco do short revelando mais tatuagens. Focoooo – Senti o ligamento puxar – Ele cutuca o pontinho encima do desenho fazendo careta.
– Posso? – Ele confirma.
Minha mão desliza sobre sua pele e sinto o músculo tensionar.
– Se continuar tensionando, não vou conseguir achar nada!
– Foi mal, é que doeu.
– Vou pressionar um pouco menos. Me diz se doer de novo.
Repito o movimento e ele não reclama, mas sinto direitinho o nó sob minha mão. Por algum motivo um geladinho se concentra na boca do meu estômago. Respiro fundo e continuo, Ríos continua em silêncio, só escuto os outros falando.
Quando pressiono mais um pouco a reação não é verbal e sim física, parece que ele levou um choque no pé. O salto que ele deu até me assustou.
– Caralho – Fala mais pra ele do que pra mim, mas ouvi.
– Doeu né?
– Doeu... mas ao mesmo tempo aliviou – Desde que cheguei perto dele é a primeira vez que o vejo um pouco mais relaxado.
Recomeço a massagem do ponto acima do joelho, subindo até passar de onde doía, descendo de novo, repetindo umas três vezes e não sinto mais nada embolado.
