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Não esqueçam da música!.🎤
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— Tinha que ser na chuva? — Ele resmunga ao colocar a mão na maçaneta, agindo completamente diferente da pessoa anteriormente.

— Era só não ter saído nela, por acaso estava me esperando? — pergunto soltando sua mão ao adentrar a lanchonete, retiro a jaqueta e Moron me acompanha com seus olhos, ao perceber que estava fazendo de forma estranha desvia o olhar. Estava envergonhada de ter chorado em sua frente, ele, por outro lado, não pareceu se importar com isso, muito menos tocou no assunto.

— Digamos que sim, você não ficou curiosa quanto a mim?— Ambos estávamos surpresos por existir alguém que compartilhasse dos mesmos poderes, ou seja, lá o que isso era.

— Isso significa que existem apenas nós dois? — Tento confirmar minha teoria.

— Gosto do número par. — Solta um sorriso de canto com aqueles olhos azuis provocantes, não sabia se essa era sua intenção, mas ele flertava com seus olhares, só de olhá-lo fico ofegante e sem jeito. Ele passa suas mãos em seu cabelo e o bagunça mais do que estava. Conforme faz os movimentos, respinga água em mim, afasto para que ele termine e, ao fazer o movimento, o mesmo para no mesmo instante.

— Tudo bem, pode continuar a deixar seu cabelo no pior estado. — Brinco, embora ache ao contrário disso, tinha um toque despojado e sua beleza ajudava nesse quesito. Ele encara com as sobrancelhas erguidas, mas seus olhos refletiam um psicopata analisando sua presa. Aproxima sem aviso, como de costume. Passa suas duas mãos em volta do meu pescoço e sobe até a cabeça. Tenho um arrepio na espinha, estávamos de frente um para o outro, fico extática, logo mexe suas mãos de um lado para o outro, bagunçando meu cabelo desgovernadamente, como uma criança se divertindo em um parque.

— O que disse mesmo? — pergunta enquanto me afogo nos meus fios de cabelo, e eu tentando retirar sua mão pesada.

— Moron, é assim que você trata as mulheres? — Ele para no mesmo instante e se volta para a pessoa que chamou sua atenção.

— Deveria cuidar mais da sua vida, velho. — Passa por ele de forma soberba, o espanto por seu comportamento fez o senhor enrugar todo o rosto, evito encará-lo, pois sigo o menino respondão até a mesa onde se sentou. Ao sentar, tento ajeitar meu cabelo da melhor forma possível, nisso Moron achava engraçado as tentativas, inválidas.

— Por que agiu dessa forma? — Ainda insistindo no cabelo, indago.

— Você sabe melhor que qualquer um que os olhos falam. Sabe aquele olhar desconfortante? — Passa sua mão retirando delicadamente os fios que estavam jogados em meu rosto. Ele falar sobre isso é até cômico, seus olhares também despertavam um certo desconforto em mim, mas havia entendido quais eram esses que ele mencionou.

— Para de fazer isso. — Digo de forma um pouco raivosa, mas com o tom baixo retirando sua mão, fico constrangida a cada minuto que passo com ele. E tento não pensar em sua resposta, sabia onde queria chegar, os olhares que nos condenavam como uma pessoa problemática.

— A propósito, essa cor e corte caíram bem em você. — Se expressa de forma estranha.

— É só parar de vir aqui. Tem tantos lugares onde você pode ficar. --Seguro seus braços pressionando na mesa, impossibilitando seus movimentos, pois ele insistia em ajudar ou atrapalhar ainda mais como meu cabelo se encontrava.

— É assim que você resolve seus problemas? Fugindo deles? — Tenta se soltar, porém, sabia que não estava usando toda a sua força e, se estivesse, eu estaria levando a pior agora. No entanto, suas palavras foram como um soco no estômago.

O que os meus olhos podem ver?Onde histórias criam vida. Descubra agora