CAPÍTULO IV

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Roscoe sempre foi um bom companheiro

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Roscoe sempre foi um bom companheiro. Ele sempre me salvou de muitas merdas que eu mesmo me metia. A presença dele sempre me acalmou, e ele sempre bolou uns planos mirabolantes. Eu estava curioso para saber qual seria o próximo.

A viagem até sua casa foi calma e agitada ao mesmo tempo. Eu havia pedido um Uber para chegar ao local, e estava demorando uma eternidade para chegar.

Minha mente estava pensando em tantas coisas que eu estava inquieto. A merda do meu pai que me tirou toda a grana; Wendy que não queria falar comigo — e, tudo bem, não foi legal o que eu fiz —, mas que se foda, ela sabia pelo o que eu estava passando, podia ter um pouco mais de consideração; e o garoto do clube noturno, o garoto que chamou minha atenção e me deixou louco.

Tudo isso não passava de um jogo, uma brincadeira, e eu não era do tipo de pessoa que deixava de brincar. Eu também tinha meus jogos, só que eles tinham as minhas regras. Arriscava-se quem quisesse — e quem pudesse. Iria provocá-lo até ele não aguentar mais. Eu o teria na palma da minha mão e conseguiria fazer o que eu quisesse.

— Pode me deixar aqui mesmo — pedi ao motorista, apontando para uma loja de conveniência.

Ao descer do carro, coloquei as mãos no bolso e percebi que a chave do carro estava ali. Puta merda. Eu tinha esquecido o carro no clube. Eu realmente estava fora de mim.

Com um suspiro pesado, retirei o celular do bolso e disquei o número de Roscoe. Era hora de saber do plano. Depois de três toques, Roscoe atendeu.

— Estou na loja perto da sua casa. Pode me encontrar aqui? — perguntei, esperando por uma resposta afirmativa do outro lado. Não estava com vontade de andar até sua casa, e o Uber disse que não me levaria até lá.

A casa de Roscoe, na verdade, era uma mansão, e era envolta de muros altos e câmeras — o motorista provavelmente não queria ser pego em uma delas.

— Chego aí em dois minutos. — A voz de Roscoe parecia calma e ao mesmo tempo ansiosa.

Eu o conhecia bem o suficiente para saber que ele estava pensando no plano esse tempo todo, e que ele já devia ter a solução perfeita.

Enquanto esperava, observei a movimentação ao redor da loja. Poucas pessoas entravam e saíam — era um mercado bem pequeno e local, e as pessoas se conheciam. Sempre que se encontravam, se cumprimentavam. Eu me sentia um pouco deslocado ali, não era um lugar que eu normalmente frequentava. Resolvi entrar e procurar algo para matar a minha ansiedade até Roscoe chegar.

Fui direto ao caixa e peguei um pirulito de morango, o meu favorito, e saí da loja sem nem olhar para trás. Consegui escutar o rapaz que trabalhava lá reclamar, mas ele nem se esforçou para me parar — já estava acostumado com isso. E eu nem me importava.

Não demorou muito para que Roscoe chegasse com seu motorista. Ele dizia que ele era inteligente demais para se arriscar atrás do volante e preferia usar sua inteligência nos computadores — ou seja, ele tinha medo de dirigir. Por isso que ele estava sempre acompanhado pelo seu fiel escudeiro motorista que nunca esboçara um sorriso na vida. Não tinha mais nem palavras ou ações que demonstrassem o quanto o que ele estava precisando de um chá de buceta além daquela face de urubu morto — sempre escondido atrás de seus óculos escuros e de sua postura rígida.

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