CAPÍTULO VII

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Já eram duas horas da manhã, estava na hora de me encontrar com o 'Sr

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Já eram duas horas da manhã, estava na hora de me encontrar com o 'Sr. Traficante' que não havia me dito o nome. Só tinha que me virar para chegar lá sem Roscoe. Quando cheguei do lado de fora da porta da boate, o coração pesou com a realidade diante de mim. Sem dinheiro para chamar um Uber, sem a companhia do meu amigo, como caralhos eu chegaria lá? Era como se o universo estivesse jogando todas as cartas contra mim naquele momento.

Fiquei ali, tentando elaborar um plano mirabolante que me levasse até onde precisava, quando, de repente, uma voz familiar cheia de ironia ecoou atrás de mim.

— Precisa de uma carona, amigo? — Virei-me e me deparei com Taehyung segurando uma chave.

Arqueei uma sobrancelha, querendo entender o que ele estava propondo. Ele só apontou com a cabeça para o lado, e eu vi uma moto ali. Uma chave... para uma moto. A surpresa foi rapidamente substituída pela necessidade, e aceitei sua oferta com um misto de desconfiança e alívio.

Subi na garupa da moto como se fosse minha. A sensação de encostar minha virilha nas costas de Taehyung era estranha naquele momento depois do momento que tivemos, mas ele parecia não se importar. Eu podia ver os pelos de seu pescoço se arrepiando com o toque, o que me fez sorrir internamente. Mas decidi não me estender, segurando firmemente na lateral da moto.

Ele só tinha um capacete, então eu fiquei sem e, por isso, sabíamos que tínhamos que ser cuidadosos para evitar problemas. Eu indicava o caminho conforme íamos avançando pelas ruas, Taehyung seguindo minhas instruções sem questionar. Só que aquele cara era mais louco do que eu; o jeito que ele acelerava sem se importar com os sinais — e com o fato de eu estar sem capacete — era surreal. Depois de alguns momentos sentindo o ar batendo em minha face e relaxando, chegamos à boate.

— É... — Eu não sabia como falar com ele sem que ele percebesse o que estava acontecendo, apesar de que era um pouco óbvio. — Pode me esperar aqui? Não vou demorar. Pode até deixar o motor ligado. — Tentei sorrir, mas saiu um pouco forçado.

— Claro. — Ele deu de ombros e não demonstrou nenhuma expressão.

Agradeci mentalmente por ele não fazer mais perguntas e me dirigi ao beco.

Com um nó na garganta, entrei pelo mesmo lugar que da última vez, encontrando o mesmo segurança de antes. Ele me lançou um olhar de reconhecimento, mas não disse nada, apenas abriu caminho para que eu passasse.

Adentrei a sala, e lá estava uma pessoa que eu não conhecia, esperando por mim. Seus olhos curiosos me fitaram.

— Cadê o seu parceiro? — questionou.

Engoli em seco, sabendo que a verdade não seria bem recebida.

— Ele está lá fora, mantendo a moto aquecida — respondi, sentindo um peso em minhas palavras. Mentalmente, pedi perdão a Taehyung por jogá-lo nessa mentira. Posso ser o babaca que for, mas nunca meteria alguém nessa sem a permissão da pessoa, mas...

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